quinta-feira, 28 de março de 2013

Movimento sindical deve ampliar unidade para enfrentar multinacionais

Secretária-geral da CSI fala durante evento no FSM 2013 na Tunísia

No primeiro dia de debates no Fórum Social Mundial (FSM) 2013, que acontece em Túnis, capital da Tunísia, a secretária-geral da CSI (Confederação Sindical Internacional), Sharan Burrow, fez um chamado às centenas de lideranças presentes na atividade realizada na manhã de quarta-feira (27) pela ampliação e fortalecimento da unidade entre o movimento sindical internacional para enfrentar a ofensiva das multinacionais, do sistema financeiro e dos governos opressores.

O aprofundamento da crise desafia as entidades a articularem ações globais em oposição ao capitalismo. "Neste momento, é fundamental o papel da unidade e da mobilização dos setores populares para fazer a disputa de hegemonia. Outro mundo é possível e a gente acredita que a luta dos/as trabalhadores/as pode resultar em grandes transformações sociais", afirmou Sharan.

A dirigente da CSI saudou o fato do FSM estar ocorrendo na Tunísia, um país cuja mobilização popular foi indutora de grandes mudanças na sociedade. "Continuaremos apoiando o movimento dos/as trabalhadores/as no mundo árabe na luta por liberdade e consolidação de direitos."

O secretário-geral União Geral de Trabalhadores Tunisianos (UGTT), Houcine Abassi, recordou que a entidade teve um papel central na construção deste movimento revolucionário, organizando e aprofundando a luta por democracia, direitos e melhores condições de vida.

"Havia muita vontade, mas pouca unidade e organização. A UGTT convocou várias greves que foram determinantes. Nosso compromisso não é apenas em apoiar a revolução, mas aprofundá-la para resultar em novas conquistas à população. Acreditamos que um outro mundo é possível, sem pobreza, violência, analfabetismo ou guerra, com igualdade social, distribuição das riquezas. Um mundo em que a Palestina tenha seu Estado e seja livre", elencou o dirigente saudado pelos presentes com gritos de 'A Palestina é árabe. Abaixo ao sionismo'.

Ação solidária entre os movimentos 

No período da tarde, a secretária nacional de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti, dividiu uma mesa com lideranças de entidades sindicais do Quebec (Canadá), Tunísia, Congo, França, Bélgica e País Basco, para debater 'transformação social e renovação política', em atividade convocada pela CSN (Confederação dos Sindicatos Nacionais) do Quebec.

Em um momento onde a ofensiva patronal é cada vez maior, os dirigentes sindicais reforçaram a importância de pensar e articular uma ação solidária entre os diversos movimentos sociais na construção de um novo modelo de desenvolvimento sustentável, onde haja um sistema de proteção do emprego, trabalho decente e assistência social.

De acordo com os dirigentes, é estratégico para o êxito da luta a unidade entre o movimento sindical e as entidades populares, onde se deixa de lado as diferenças para pensar no conjunto da classe trabalhadora.

"Vivemos um momento onde o capitalismo tem aprofundando a política de um Estado cada vez menor e direitos dos trabalhadores cada vez mais precarizados. Os neoliberais e capitalistas não saem do governo. Estão sempre na espreita buscando uma oportunidade para retirar direitos, acabar com os marcos legais de proteção social, numa busca desenfreada por ganhos materiais e econômicos", rechaçou Rosane.

Para a dirigente da CUT, os sindicatos precisam ampliar suas ações para além da negociação coletiva. "É fundamental se colocar como ator político e ter a capacidade de intervir na política. Não podemos esperar a apresentação do governo sobre seus pacotes. O movimento sindical precisa se antecipar para intervir nas decisões políticas e econômicas do País sem jamais perder a sua autonomia", argumentou.

No Brasil, mais de 50% da população economicamente ativa são mulheres. Assim, segundo Rosane, não dá para pensar no movimento sindical sem pensar na vida das mulheres, dos jovens e no processo formativo dessa nova geração, desde os espaços de consciência até a questão cultural.

A líder da CUT encerrou afirmando que "não podemos perder a nossa capacidade de nos indignar, de formular propostas e sair às ruas em grandes mobilizações. Esse é o grande combustível para as mudanças que tanto queremos."

Fonte: William Pedreira - CUT

Caixa gera impasse nos debates sobre promoção por mérito de 2013


A Caixa Econômica Federal voltou a criar impasse nos debates sobre promoção por mérito no âmbito do Plano de Cargos e Salários (PCS), ao negar-se a negociar as propostas relativas a dois assuntos relevantes: carga horária de capacitação à distância da Universidade Caixa e frequência. Portanto, a falta de avanços nas discussões é de responsabilidade exclusiva do banco.

A comissão paritária que trata da promoção por mérito relativa ao ano de 2013 esteve reunida na quinta-feira, dia 21 de março, em Brasília.

Diretor do Sindicato e empregado da Caixa, Wandeir Severo é um dos representantes dos trabalhadores na comissão paritária sobre critérios para promoção por mérito. Em sua opinião, a falta de vontade da Caixa de negociar prejudica os empregados/as, uma vez que eles desconhecem os critérios pelos quais serão avaliados. “A empresa, que tanto divulgou a promoção por mérito de 2013, precisa dar uma satisfação o mais rápido possível ao seu corpo funcional”.

A ideia era divulgar esses critérios agora em março, mas infelizmente a Caixa não colaborou. Como resultado disso, os debates no âmbito da comissão paritária estão suspensos.

Fonte: Seeb Brasília e Contraf-CUT.

CUT participa do 2º Fórum do BRICS Sindical na África do Sul


A Central Única dos Trabalhadores participou, de 23 a 25 de março, da segunda reunião do Fórum BRICS Sindical, realizada em Durban, na África do Sul. Representada por Quintino Severo, secretário de Administração e Finanças, a CUT expôs a sua visão sobre as principais iniciativas políticas esperadas como resultado da 5ª Cúpula do BRICS.

Quintino discursou na cerimônia de abertura do Fórum, organizado pela COSATU da África do Sul, e que contou com a presença da ministra das Relações Exteriores do país anfitrião, Maite Nkoane Mashabane. Ao defender a criação de um espaço oficial de participação sindical no BRICS, Quintino afirmou que o movimento sindical "não deseja ver no BRICS a repetição de modelos institucionais em que os trabalhadores não são sequer recebidos, quanto menos ouvidos. Queremos, sim, a abertura institucional à participação dos trabalhadores e trabalhadoras, e acreditamos que temos muito a contribuir com base em nossa experiência em espaços de participação em outras instituições multilaterais, como no Mercosul, na OEA e na OCDE".

Uma das mais importantes decisões esperadas para a Cúpula, a criação do Banco de Desenvolvimento do BRICS, "deve ser pautada pela transparência e democracia nas suas esferas decisórias, com a participação dos trabalhadores/as e a exigência de contrapartidas sociais das empresas que receberem crédito", afirmou Quintino. 

A CUT continuará a promover o fortalecimento da articulação entre as Centrais Sindicais presentes no BRICS, trabalhando dentro da diversidade que as caracteriza para atingir os objetivos que temos em comum: a luta contra o neoliberalismo, contra os abusos das empresas transnacionais e pelo cumprimento em nossos países de uma agenda política em favor do Trabalho Decente.

Fonte: CUT


Implantação do login único é conquista dos empregados da Caixa


Reivindicação histórica dos empregados e empregadas da Caixa Econômica Federal, o login único para acesso aos sistemas corporativos já é uma realidade na empresa. Fruto da mobilização dos/as trabalhadores/as na Campanha Nacional dos Bancários de 2012, a nova ferramenta de trabalho consta no acordo aditivo 2012/2013. Em abril, será implantado o login nos edifícios Matriz I e II, na Filial e nas superintendências regionais.

"A implementação do login único para os/as empregados/as da Caixa é uma conquista que vai melhorar as condições de trabalho e ajudar a evitar fraudes no ponto eletrônico, uma vez que o/a trabalhador/a só pode logar em apenas uma máquina por vez. Isso diminui as chances de algum empregado/a trabalhar no lugar de outro colega. Além disso, o/a bancário/a também vai ter resguardadas no sistema as horas extras que fizer", afirma Fabiana Uehara, diretora da Contraf-CUT e do Sindicato dos Bancários de Brasília.

Apesar da conquista, as entidades sindicais cobram agilidade da Caixa na implementação do login único também para os/as empregados/as das agências e demais unidades. A orientação é que os/as trabalhadores/as acompanhem o processo de implementação cuidadosamente e, se necessário, denunciem aos dirigentes sindicais qualquer problema no novo sistema.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb Brasília

Contraf-CUT define construção com Fenaban do 2º Censo da Diversidade

Primeira reunião da Mesa Temática de Igualdade de Oportunidades em 2013
Crédito: Jailton Garcia - Contraf-CUT

A Contraf-CUT, federações e sindicatos retomaram nesta quarta-feira (27) a mesa temática de Igualdade de Oportunidades com a Fenaban, em São Paulo. A primeira reunião em 2013 foi marcada pelo início dos trabalhos visando o planejamento do 2º Censo da Diversidade, que deverá ser executado em 2014, conforme foi conquistado na Campanha Nacional dos Bancários de 2012. 

"Conseguimos garantir a participação do movimento sindical em todo o processo de construção do 2º Censo, desde a elaboração dos questionários, acompanhamento e divulgação dos resultados. Essa era uma reivindicação antiga para garantir transparência em todo processo", afirma Andrea Vasconcelos, secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT.

Outro ponto definido se refere ao calendário de preparação do 2º Censo, que deve se estender até novembro deste ano, com previsão para ser aplicado na categoria a partir de março de 2014. "A Contraf-CUT irá elaborar uma proposta de calendário de reuniões dos grupos de trabalho que comporão a construção do levantamento nos próximos dias e enviará à Fenaban. A partir do entendimento comum das datas, os trabalhos dos grupos iniciarão ainda neste semestre", explica a dirigente sindical.

A Fenaban se comprometeu ainda a melhorar as informações que dizem respeito às ocupações dos/as trabalhadores/as, sobre o tempo e permanência no emprego e progressão profissional. "Será incluída no 2º Censo a análise de orientação sexual, o que no censo anterior não havia sido contemplado", ressalta Andrea.

Exclusão

A dirigente da Contraf-CUT critica o fato de a Fenaban não ter aceito a extensão da pesquisa a todos os/as trabalhadores/as nos bancos. "Nossa proposta é de que, além dos/as bancários/as, o 2º Censo inclua terceirizados/as, estagiários/as e jovens aprendizes. Mas os bancos rejeitaram", salienta Andrea. 

A federação dos bancos se recusou também a fazer a diferenciação entre bancos públicos e privados. "Isso nos permitiria saber, por exemplo, qual é a real contratação de negros e negras pelos bancos privados, já que essas informações não estão sendo disponibilizadas para o movimento sindical", critica a diretora da Contraf-CUT.

Pessoas com Deficiência (PCDs)

Nas campanhas nacionais, o movimento sindical tem reivindicado mais contratações de trabalhadores/as com deficiência e a adaptação do ambiente de trabalho às suas necessidades, conforme o que preconiza a NR-17, além da acessibilidade irrestrita. Também tem sido pautado que a participação de representantes dos PCDs na elaboração e implementação dos programas de qualificação e capacitação desses trabalhadores/as é fundamental para criar um quadro favorável de socialização de saberes e experiências. 

Foi ressaltada a importância de garantir abono de faltas quando for necessária à manutenção de próteses, órteses, cadeiras, óculos etc. Esses componentes artificiais são essenciais à mobilidade dos/as trabalhadores/as e sem eles é impossível a locomoção. 

"Se os demais trabalhadores/as têm o direito de apresentar atestado médico, no momento em que ocorre algum problema de saúde ou acidente sem o registro da falta, por que os/as trabalhadores/as com deficiência não podem apresentar um documento que justifique o reparo desses componentes?", questiona Andréa. A Contraf-CUT ressaltou que já há essa conquista num banco privado e que, portanto, é possível estendê-la para as demais instituições financeiras. 

"Também reivindicamos que todos os bancos subsidiem a compra de componentes artificiais e dispositivos externos, segundo as necessidades dos/as trabalhadores/as com deficiência", salienta a dirigente da Contraf-CUT.

A Fenaban ficou de avaliar essas demandas e apresentar uma resposta na próxima mesa temática. 


Fonte: Contraf-CUT

Contraf-CUT cobra mais contratações e mudança na gestão do Santander

Bancários discutiram condições de trabalho nas agências do banco
Crédito: Jailton Garcia - Contraf-CUT

Em reunião específica ocorrida ontem (27) com o Santander, em São Paulo, sobre condições de trabalho nas agências, a Contraf-CUT, federações e sindicatos cobraram mais contratações de funcionários/as, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, igualdade de tratamento e mudança na gestão do banco. O encontro havia sido agendado em fevereiro no Comitê de Relações Trabalhistas (CRT).

Mais contratações

A Contraf-CUT denunciou falta de funcionários/as nas agências, lembrando que o banco fez demissões em massa em dezembro, o que resultou no corte de 975 postos de trabalho. "Até hoje essas vagas não foram ocupadas e novas dispensas estão pipocando no banco, aumentando a sobrecarga de trabalho e piorando o atendimento aos clientes", denunciou o funcionário do Santander e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

Esse descaso do banco só agrava as condições de trabalho, gerando estresse, síndrome do pânico, assédio moral e adoecimento de funcionários/as. Um gerente chegou a fechar a agência no horário de almoço por falta de funcionários/as. "A situação está insuportável", avaliou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani.

Os dirigentes sindicais defenderam mais contratações para garantir condições dignas de trabalho e preservar a saúde dos/as trabalhadores/as.

Fim das metas para caixas

Os representantes dos bancários voltaram a cobrar o fim das metas para os caixas. "Não é função de caixa vender produtos e bater metas, mas sim prestar atendimento de qualidade aos clientes", defendeu Ademir. 

O banco prometeu novamente elaborar um comunicado interno para a rede de agências, orientando que os caixas não podem ser avaliados pela venda de produtos. O documento será apresentado até o dia 19 de abril para as entidades sindicais.

Fim das reuniões diárias de cobrança de metas

As reuniões diárias continuam dando dor de cabeça nas agências. Os encontros que, segundo o banco, deveriam ter o objetivo de planejar e organizar a rotina de trabalho, foram deturpados e hoje viraram oportunidade para a prática de assédio moral e a pressão para a venda de produtos.

"A reunião deveria ser de natureza motivacional, mas o que se vê é que ela acaba desmotivando os/as funcionários/as", apontou a diretora do Sindicato dos Bancários de Brasília, Rosane Alaby.

"Exigimos uma solução. Somos contra metas abusivas e vamos bater nesta mesma tecla quantas vezes forem necessárias até que o banco reoriente os gestores", enfatiza Maria Rosani. Ela salienta também que essa cobrança reflete em resultados negativos para o banco, uma vez que os/as bancários/as se sentem pressionados, adoecem e ficam sujeitos/as a problemas psicológicos.

O banco se limitou a dizer que não abre mão de metas desafiadoras, que os exageros de gestores têm sido apurados e que a forma de cobrança deve ser aprimorada. 

Mudança na gestão

"Esse modelo de falta de funcionários/as, metas abusivas, cobranças diárias de resultados, assédio moral desmotivação e adoecimento, somado aos boatos de venda do banco, está gerando caos nas agências e prejudica a imagem junto aos clientes", alertou o diretor da Contraf-CUT. 

Ademir defendeu mudança na gestão do banco. "Queremos que o Santander respeite o Brasil e os/as brasileiros/as. Esse é o caminho para crescer", ressalta. 

Banco do juntos ou banco de alguns?

O Santander frustrou a expectativa dos/as dirigentes sindicais ao negar a extensão de um dia de folga no aniversário para todos os funcionários/as. No Rio de Janeiro, uma superintendência regional divulgou amplamente o benefício, que pode ser inclusive usufruído na sexta ou segunda-feira quando o dia natalício cai em fim de semana ou feriado.

O banco reconheceu que o "day off" já existe em agências e áreas administrativas, como no Rio e parte do Nordeste, mas disse que cada gestor tem autonomia para concedê-lo ou não e definir a forma de gozo.

Os representantes dos trabalhadores/as protestaram. "Com essa tremenda injustiça e discriminação, o Santander está rasgando a propaganda do banco do juntos, pois o que se observa é o banco de alguns", disparou Ademir. "Queremos respeito e igualdade de tratamento para todos, pois cada funcionário/a contribui para os resultados do banco", defendeu.

Prospecção de contas universitárias

Os dirigentes sindicais cobraram a proibição de abertura e prospecção de conta universitária fora da jornada e do local de trabalho. 

O banco disse que orientará para que na próxima campanha, a ser realizada em agosto, sejam cumpridas regras como não obrigatoriedade, intervalo intrajornada, limite de duas horas diárias e pagamento das horas extras. O trabalho será feito somente por funcionários/as, vedado para estagiários/as e aprendizes.

Desvio de funções 

Os dirigentes sindicais reiteraram que diante da carência de pessoal virou habitualidade o desvio e a substituição cotidiana de funções nas agências, envolvendo caixas, coordenadores e gerentes de atendimento e de negócios, como forma de reduzir custos e aumentar os lucros do banco.

"Esse comportamento é resultado da falta de condições de trabalho que os/as funcionários/as estão enfrentando. Falta bancário/a. É necessário que o quadro funcional seja maior, portanto, o banco deve contratar ao invés de tentar medidas paliativas", ressalta Maria Rosani.

Fim das metas para estagiários e jovens aprendizes

Outro grave problema denunciado mais uma vez foi a cobrança de metas para estagiários e jovens aprendizes. "Eles estão vendendo produtos em agências, o que não é permitido por lei. A direção do banco deve reorientar os gestores, que só podem desconhecer a legislação para agir de tal forma", aponta Maria Rosani.

Mais segurança

A diretora da Fetrafi-Nordeste, Teresa Souza, denunciou ainda que a fachada da agência Rio Formoso, no interior de Pernambuco, está com os vidros quebrados, após ter sido atingida por um tiro durante assalto na cidade. "Falta segurança para trabalhar", apontou. Ela cobrou providências urgentes do banco.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo

Dilma diz que é contra combate à inflação com redução do crescimento


A presidenta Dilma Rousseff disse ontem (27) ser contra o combate à inflação com políticas que levem à redução do crescimento econômico. "Não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a questão da redução do crescimento econômico, até porque nós temos uma contraprova dada pela realidade", afirmou a presidenta em Durban, na África do Sul, onde participa da 5ª Cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

O país teve baixo crescimento econômico e aumento da inflação no ano passado, segundo Dilma, porque houve choque de oferta devido à crise mundial e não há nada a fazer internamente, além de expandir a produção das commodities para conter o aumento dos preços das matérias-primas. 

"Esse receituário que quer matar o doente em vez de curar a doença, ele é complicado, você entende? Eu vou acabar com o crescimento do país? Isso daí está datado. Isso eu acho que é uma política superada", disse a presidenta em entrevista coletiva.

Ela ressaltou, no entanto, que o governo está atento e acompanha "diuturnamente" a questão da inflação. "Não achamos que a inflação está fora de controle, pelo contrário, achamos que ela está controlada e o que há são alterações e flutuações conjunturais. Mas nós estaremos sempre atentos". Nesta quinta-feira (28), o Banco Central divulga o Relatório Trimestral de Inflação, que informa a projeção da inflação para o ano.

Quanto à uma possível relação entre a situação de pleno emprego e aumento da inflação, Dilma Rousseff disse que o governo e empresários têm trabalhado para que não aconteça. 

"Nós temos uma demanda grande por emprego especializado, de maior qualidade, e temos uma sobra de emprego não especializado. Estamos fazendo junto com o setor privado, um grande programa de formação profissional", disse Dilma, acrescentando o governo está desonerando a folha de pagamento para diminuir a pressão sobre o custo do trabalho.

Fonte: Agência Brasil

Taxa de desemprego sobe para 5,6% em fevereiro, aponta IBGE


O desemprego no país manteve-se estável em fevereiro na comparação com janeiro, ao subir de 5,4% para 5,6% nas seis regiões metropolitanas investigadas. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostram que a alta da taxa de desocupação em fevereiro também mostrou-se estável em relação ao mesmo período do ano passado (5,7%). Cerca de 1,4 milhão de pessoas nas regiões pesquisadas estavam desocupadas em fevereiro, segundo a pesquisa.

A Pesquisa Mensal de Emprego é realizada nas regiões metropolitanas do Recife, de Salvador, Belo Horizonte, do Rio de Janeiro, de São Paulo e Porto Alegre. Houve queda de desocupação nas regiões metropolitanas de Salvador e do Rio de Janeiro (19,3% e 19%, respectivamente) e alta em Recife (28,2%).

Segundo o IBGE, a população ocupada em fevereiro é de aproximadamente 23 milhões de pessoas, o que representa queda frente a janeiro (-0,7%) e alta na comparação com o mesmo período do ano passado (1,6%), com incremento de 362 mil postos de trabalho em 12 meses.

Regionalmente, a análise mostrou variação mensal significativa apenas no Recife (queda de 3,2% ou menos 51 mil pessoas ocupadas de janeiro para fevereiro). Na comparação com fevereiro do ano passado, houve variação somente em São Paulo (2,5%, ou mais 236 mil pessoas ocupadas).

O número de trabalhadores/as com carteira de trabalho assinada no setor privado (11,5 milhões) ficou estável em relação a janeiro e cresceu 2,3% em relação a fevereiro de 2012 - mais 254 mil postos de trabalho com carteira assinada em um ano.

O rendimento médio real habitual dos/as trabalhadores/as ficou em R$ 1.849,50, com alta de 1,2% frente a janeiro e de 2,4% na comparação com fevereiro de 2012. A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados (R$ 42,8 bilhões) também apresentou estabilidade em fevereiro ante janeiro último e cresceu 4,2% em relação a fevereiro de 2012.

Regionalmente, na comparação com janeiro deste ano, o rendimento médio real habitual dos/as trabalhadores/as aumentou nas regiões metropolitanas do Recife (1,6%), Rio de Janeiro (1,7%), de São Paulo (1,3%) e Porto Alegre (2,2%); ficou estável em Belo Horizonte e caiu em Salvador (-1,2%). Já em relação a fevereiro do ano passado houve altas no Recife e em Belo Horizonte (ambas, 7,4%), em Porto Alegre (7,3%), São Paulo (2,8%) e no Rio de Janeiro (0,8%). Apenas Salvador registrou queda no rendimento (-9,8%).

Assim como o IBGE, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese) e a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) divulgam dados mensais sobre o desemprego no país. As informações apresentadas nesses levantamentos costumam ser diferentes, devido aos conceitos e à metodologia usados. Entre as diferenças está o conjunto de regiões pesquisadas.

A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada pelo Dieese e pela Fundação Seade, não engloba o número de desempregados na região metropolitana do Rio de Janeiro. Já na pesquisa do IBGE não estão incluídas duas regiões que fazem parte do conjunto da PED: Fortaleza e o Distrito Federal.

Fonte: Agência Brasil


quarta-feira, 27 de março de 2013

Banco do Brics deverá criar mecanismos de apoio mútuo para emergentes


A presidenta Dilma Rousseff ressaltou nesta quarta-feira (27) que a criação do banco do Brics (grupo formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul) vai colaborar para o desenvolvimento da região e dos países emergentes. Ela discursou duas vezes nesta quarta-feira, na 5ª Cúpula do Brics , em Durban, na África do Sul. Segundo Dilma, o banco é um esforço para instituir mecanismos mútuos de apoio.

"É um banco talhado para as nossas necessidades. Temos de estreitar laços e criar mecanismos de apoio mútuos", destacou a presidenta. "É um mecanismo de estabilidade que pode criar linhas recíprocas de crédito, fortalecendo a solidez do mercado internacional."

A instituição bancária terá os mesmos moldes do Banco Mundial (Bird). Cada país que integra o Brics deverá destinar US$ 10 bilhões para formar o capital inicial do banco, que deverá chegar a US$ 50 bilhões. O banco centrará as ações no financiamento de infraestrutura e atuará em concorrência direta com o Bird.

A ideia é que a nova instituição bancária seja uma espécie de alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Dilma destacou também a importância de manter uma posição de otimismo, mesmo diante das dificuldades causadas pela crise econômica internacional, que atinge principalmente os 17 países da zona do euro.

"Devemos ter o otimismo e o dinamismo, reiterar a confiança e manter uma atitude contra o pessimismo e a inércia que atingem outras regiões. Vamos responder a essa crise com vigor", disse a presidenta que também elogiou a criação de um fundo para ajudar os países emergentes.

A proposta é criar um fundo, estimado em US$ 100 bilhões, para ajudar países emergentes com problemas financeiros.


Fonte: Agência Brasil

Senado aprova PEC das Domésticas em segundo turno e amplia direitos

O Senado aprovou ontem (26), em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estende aos empregados domésticos todos os direitos dos demais trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Foram 66 votos favoráveis e nenhum contrário.

A PEC das Domésticas, como ficou conhecida a proposta, garante a essa classe trabalhadora o direito, entre outras coisas, a ter recolhido o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a receber indenização em caso de demissão sem justa causa. A indenização, no entanto, deverá ser regulamentada posteriormente por projeto de lei complementar.

Os empregados que trabalham em domicílios, caso de faxineiras, jardineiros, cozinheiras e babás, por exemplo, também passam a ter a jornada máxima de trabalho estabelecida em oito horas diárias e 44 horas semanais. Em caso de o serviço se prolongar para além desse período, eles também passam a ter direito ao recebimento de horas extras de 50% a mais que o valor da hora normal e adicional noturno de 20%, no caso de o trabalho ocorrer após as 22h.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) aponta que existem atualmente cerca de 6,6 milhões de trabalhadores domésticos no Brasil, sendo 92,6% deles mulheres. Apesar de mostrar o receio de que as empregadas domésticas caiam ainda mais na informalidade com o aumento dos custos da contratação para os patrões, os senadores oposicionistas também apoiaram a aprovação da PEC.

A presidenta da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, Creuza Maria Oliveira, acompanhou a votação e disse não acreditar em aumento do desemprego ou da informalidade. "Não acredito no desemprego, ele ocorre quando o salário aumenta. Vai haver uma acomodação do mercado", disse. Para ela, isso compensa porque se trata de "uma conquista de quase 80 anos".

A Secretaria Especial de Políticas para a Mulher (SPM) também acompanhou de perto a votação. A ministra Eleonora Menicucci compareceu ao Senado, mas deixou as declarações a cargo da secretária de Autonomia Econômica das Mulheres, Tatau Godinho. Para ela, a ampliação de direito não pode ser vista como um "problema" e a PEC não vai significar um aumento importante dos custos para quem já paga os direitos trabalhistas das domésticas.

"O que aumenta efetivamente é a obrigatoriedade do FGTS. Aqueles empregadores que cumprem a legislação, esses já pagam 13º salário, férias, INSS, já cumprem com a jornada de 44 horas semanais. São direitos que já existiam. Então para esses, o aumento é muito pouco", disse.

O presidente do Congresso Nacional e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que a promulgação da PEC será feita em uma sessão solene na próxima terça-feira (2).


Fonte: Agência Brasil

Mobilização força BB a marcar negociação sobre plano de funções

Rodada foi agendada para dia 9 de abril, durante mesa temática em Brasília
Crédito: Guina - Contraf-CUT

A campanha nacional de mobilização dos funcionários do Banco do Brasil contra o plano de funções comissionadas e as arbitrariedades da direção do BB forçou a instituição a marcar uma negociação com a Contraf-CUT, federações e sindicatos para o próximo dia 9 de abril, em Brasília. O agendamento ocorreu nesta terça-feira (26) durante a segunda reunião da Mesa Temática de Ascensão Profissional e Comissionamento, na capital federal. 

"Essa abertura de diálogo sobre o plano de funções, que acontece quase uma semana depois do dia nacional de luta realizado no último dia 20 com protestos e paralisações em todo país, é o primeiro fruto da pressão do movimento sindical contra a redução de salários e a diminuição das funções gratificadas", afirma William Mendes, secretário de formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

O movimento foi impulsionado pelo Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, que definiu no dia 22 de fevereiro um calendário de luta para denunciar os problemas que vêm sendo causados pelo BB aos seus funcionários/as. "A campanha tem mostrado como a atual gestão de pessoas do banco está colocando a empresa em risco por aumentar drasticamente o passivo trabalhista pelo ataque aos direitos dos bancários", destaca William.

Apesar do agendamento da negociação, as entidades sindicais devem manter até lá o processo de mobilização. Uma edição especial da Revista O Espelho já está sendo distribuída pelos sindicatos nos locais de trabalho, desmascarando as artimanhas do plano de funções baixado unilateralmente pelo BB e chamando todos os funcionários para a luta.

"Precisamos reforçar a unidade nacional e intensificar a mobilização em todos os cantos do país, pressionando ainda mais o banco para que haja mudanças no plano de funções. Se o BB não voltar atrás, vamos construir uma greve nacional, a fim de que os direitos dos funcionários/as sejam respeitados", ressalta o diretor da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT

terça-feira, 26 de março de 2013

Economia brasileira vive momento de recuperação cíclica, avalia Ipea


O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) avalia que a economia brasileira está em momento de "recuperação cíclica". De acordo com a Carta de Conjuntura divulgada nesta terça-feira (26), o ciclo atual é "bem distinto" do observado em outros anos e isso pode atrapalhar a previsibilidade político-econômica.

"Isso tem implicação em política [macroeconômica] importante porque torna essa tarefa mais complicada do que seria em ciclo típico", disse o coordenador do Grupo de Estudos em Conjuntura, Fernando Ribeiro. Como exemplo, citou o impacto na taxa básica de juros, a Selic, que está em 7,25% ao ano.

"Em um ciclo típico, neste momento, o país estaria reduzindo o juro, como aconteceu em outros momentos. Na recuperação, você joga o juro para baixo para impulsionar a economia. Hoje, a gente tem a taxa de juro baixa e, por conta da pressão inflacionária, o Banco Central reconheceu que não há espaço para novas quedas, talvez, tenha necessidade em um aumento [da taxa]", explicou.

O economista destaca que, apesar das pequenas taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), nos últimos meses, não há aumento do desemprego, da inflação e queda da atividade nos setores da economia. "Há alguma desaceleração do consumo, mas mais discreta que em outros ciclos", diz a carta.

"Difícil prever o que vai acontecer daqui para frente. Quando o ciclo é típico existe uma história, mais ou menos, padrão, que explica o que acontece na queda e na recuperação. Não é esse o caso", reforçou Ribeiro.

Fonte: Agência Brasil

Taxas de juros do cheque especial sobem e chegam a 138,5% ao ano

A taxa de juros do cheque especial para pessoas físicas voltou a subir, de acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados nesta terça-feira (26). Em fevereiro, a taxa média ficou em 138,5% ao ano, com alta de 0,5 ponto percentual em relação a janeiro.

Em janeiro a taxa havia ficado estável em relação a dezembro, depois de um processo de queda iniciado em abril do ano passado, quando saiu de 170,1%, em março, para 163,2% ao ano.

A taxa do crédito pessoal, desconsideradas operações consignadas em folha, também subiu, ao passar de 68,1%, em janeiro, para 69,8% ao ano, em fevereiro. No caso do crédito consignado, houve alta de 0,2 ponto percentual, para 24,7% ao ano.

Já a taxa de juros do crédito para compra de veículos ficou estável em 20,5% ao ano, em fevereiro em relação a janeiro.


Fonte: Agência Brasil

Fique de olho na dengue!

Foto: Seeb São Paulo.


Febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas, manchas vermelhas na pele, sangramentos no nariz ou gengivas, dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes. Algum desses sintomas pode indicar um sinal de alarme para a dengue, que, quando hemorrágica, pode ser fatal.

O mais importante é observar que os sintomas não se manifestam juntos. Qualquer um merece atenção e a pessoa deve procurar orientação médica. Normalmente, por meio de hemogramas percebe-se a queda das plaquetas do sangue.

O número de casos de dengue no Brasil subiu 190%, segundo o balanço mais recente do Ministério da Saúde. Até o dia 16 de fevereiro, 204.650 casos foram notificados. No mesmo período de 2012 foram 70.489.

A doença é passada pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Não há transmissão pelo contato direto com um doente ou suas secreções, nem por meio de fontes de água ou alimento.

Neste ano, o Ministério da Saúde lançou a campanha “Dengue. É fácil combater, só não pode esquecer”. No fim do verão, época em que os mosquitos não aparecem com tanta frequência em algumas regiões, muita gente esquece os cuidados primordiais para o combate a doença.

A melhor forma de se evitar a dengue é eliminar os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d’água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.

Além de ficar de olho em casa, é bom abrir os olhos para as condições do local de trabalho. É comum em agências de algumas instituições financeiras vasos com plantas, por exemplo. Verifique se há areia no prato do vaso, se não há acúmulo de água. Quem trabalha em centros administrativos deve ficar atento aos sacos de lixo, tambores entre outros objetos que ficam ao ar livre e podem se tornar criadouros.

Fonte: Seeb São Paulo.

Produção de petróleo na Bacia de Campos ultrapassa um milhão de barris por dia

Foto: Google.
No segundo trimestre de 2012, a produção média de petróleo na Bacia de Campos – considerando apenas as unidades de produção localizadas no estado do Rio de Janeiro – foi de 1.415.063 barris por dia. Essa produção foi 4,4% inferior àquela observada no segundo trimestre de 2011. Nesse período, maio alcançou a maior produção com um total de 1.431.752 barris por dia. A menor produção, por sua vez, ocorreu no mês de abril (1.405.252 barris por dia).

Entre as seis empresas que produziram ao menos um barril nesse período, a Petrobras ficou responsável por 93,7% de toda a produção. Isso representou uma produção próxima a 1.326.325 barris por dia. Depois da Petrobras, apareceram a Statoil com 3,8% e a British Petroleum com 1%.

Toda produção da Bacia de Campos no estado do Rio de Janeiro foi distribuída em 37 campos. Apenas cinco desses campos produziram, em média, mais que 100.000 barris por dia no primeiro trimestre de 2012. Com isso, a participação desses mesmos campos na produção total foi superior a 69%. Considerando os oito campos com produção acima de 50.000 barris por dia, essa participação subiu para 82,6%. O maior destaque foi do campo de Marlim Sul que produziu, em média, 295.516 barris por dia. Em seguida, veio o campo de Roncador, cuja produção foi de 259.693 barris por dia.


Além dos campos, a produção da Bacia de Campos no estado de Rio de Janeiro se dividiu em 48 plataformas. Dessas plataformas, somente três produziram, em média, um valor acima de 100.000 barris por dia e sua participação conjunta foi de 24,2%. Agregando a essas unidades aquelas com produção maior de 50.000 barris por dia (ao todo 9 plataformas), a participação chegou a 55,1%. As três plataformas que tiveram as maiores produções médias foram as seguintes: P-52 com 125.556 barris por dia, P-56 com 115.540 barris por dia e P-54 com 101.818 barris por dia.

Fonte: Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense.

Dilma quer transformar defesa do consumidor em política de Estado

Foto: Google.
Ao comentar o lançamento do Plano Nacional de Consumo e Cidadania, a presidenta Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (25), que o governo pretende transformar a defesa do consumidor brasileiro em uma política de Estado. Lançado no último dia 15, o pacote estabelece medidas para garantir a melhoria da qualidade dos serviços e dos produtos ofertados ao consumidor.
"Estamos tomando medidas para fortalecer os órgãos de fiscalização, melhorar o atendimento feito pelas empresas e garantir a qualidade dos produtos e dos serviços que são oferecidos. Queremos também, com essas medidas, aumentar a transparência dos contratos e das contas e garantir que as empresas deem respostas mais rápidas para os problemas que surgirem."
Durante o programa semanal Café com a Presidenta, ela lembrou que uma das ações previstas no plano é a criação de uma lista de produtos considerados essenciais e que, se apresentarem defeito, deverão ter o problema resolvido na hora. Uma alternativa às empresas será devolver o dinheiro referente ao produto, sem que o/a consumidor/a precise procurar o Procon ou a Justiça.
"Já aqueles produtos que não são essenciais, nós vamos construir uma política de estímulos à criação de assistência técnica no país, o que é muito importante para o/a consumidor/a, mas que também garante emprego e renda para muitas pessoas que participarem da atividade de assistência técnica."
Dilma ressaltou que o governo também pretende criar regras em relação a compras feitas pela internet, o chamado comércio eletrônico. A ideia, segundo ela, é dar mais transparência e definir normas para o que chamou de direito de arrependimento do/a consumidor/a em relação à compra (quando o produto não corresponde às expectativas).
"Muitas vezes, o/a consumidor/a compra um produto e, quando recebe esse produto em casa, descobre que não é exatamente o que ele esperava. Ninguém gosta de comprar gato por lebre, você não acha? Então, nós queremos deixar tudo muito claro, porque o comércio eletrônico está crescendo muito."
Por fim, a presidenta destacou que o plano deve fortalecer os Procons em todo o país. A expectativa do governo é reduzir o número de processos que vão parar na Justiça, acelerar as soluções para problemas relacionados à compra e venda e estimular acordos diretos feitos entre consumidor/a e empresa.
"Estamos trabalhando para que os brasileiros e as brasileiras tenham cada vez mais acesso ao consumo de produtos e serviços, mas é nossa obrigação garantir que esses serviços sejam de qualidade e que a população receba atendimento respeitoso", destacou.
Fonte: Agência Brasil

Mulheres continuam enfrentando discriminação no mercado de trabalho


Apesar de ser maioria da população e ter mais tempo de estudo, as brasileiras ainda são minoria no mercado de trabalho e ganham, em média, menos que os homens. A continuidade da existência da discriminação de gênero nas empresas ficou clara durante o debate sobre "A situação da mulher no mercado de trabalho", promovido pela CUT/RJ, na última sexta-feira, dia 22, no Rio de Janeiro.

Nos bancos a discriminação também é clara. As mulheres já ocupam 49% dos postos de trabalho em todo o país. Apesar de ser um avanço, ao ser admitida a bancária ganha R$ 2.318,33 em média, 22,9% a menos que os bancários, segundo o Dieese. Ao sair, a diferença é ainda maior, em média, 25,6% a menos. 

A vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Adriana Nalesso (foto), lembrou que as desigualdades existem e precisam ser superadas. "Ainda somos preteridas em relação aos homens e ganhamos menos, ainda temos muitas barreiras a serem derrubadas. Não queremos ser mais que os homens e, sim, ter o direito à igualdade salarial e de ascensão profissional", afirmou.

Disparidades

No início do debate, do qual participaram dirigentes de vários sindicatos e da CUT, a economista do Dieese, Carolina Gagliano, demonstrou a disparidade existente entre homens e mulheres, levando em conta a empregabilidade, o salário médio e as promoções. 

Ela frisou que a desigualdade de tratamento, em todos os setores da economia, não tem a ver com o nível de escolaridade, uma vez que mulheres com mais tempo de estudo, ou até mesmo carga horária, recebem remuneração inferior aos homens, mesmo ocupando a mesma função.

A economista chamou a atenção para a existência de um grande gargalo que tem a ver com a não valorização do trabalho feminino. Lembrou que as funções de chefia e comando ainda são muito relacionadas ao sexo masculino. Nas grandes empresas a desigualdade é reveladora. Menos de 14% dos cargos de diretoria das 500 maiores empresas do Brasil são ocupados pelo sexo feminino. 

Em relação aos salários, as mulheres obtêm renda anual média de R$ 1.097,93, enquanto os homens atingem R$ 1.518,31, de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE.

A diretora da Secretaria de Políticas Sociais do Sindicato, Kátia Branco, lembrou que a inserção da mulher no mundo do trabalho ao longo dos anos é marcada por um elevado grau de discriminação. "Principalmente no que se refere à desigualdade salarial. Nós, da direção do Sindicato, sempre pautamos, nas negociações com os banqueiros, o fim da discriminação de gênero", afirmou.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb Rio

Assaltos a bancos crescem 19,24% em 2 anos, aponta pesquisa da Fenaban

Primeira reunião da Mesa Temática de Segurança Bancária em 2013
Foto:Jailton Garcia - Contraf-CUT

Nos últimos dois anos os assaltos a bancos cresceram 19,24% e atingiram 440 ocorrências em 2012 no país, segundo pesquisa da Fenaban. Em 2010, o total havia sido de 369, subindo  para 422, em 2011. Esses assaltos, consumados ou não, incluem sequestros e envolvem agências e postos de atendimento bancário, excluindo os ataques a caixas eletrônicos.

Os números foram revelados para a Contraf-CUT, federações e sindicatos nesta segunda-feira (25), durante a retomada em 2013 da mesa temática de Segurança Bancária com a Fenaban, em São Paulo. A divulgação das estatísticas semestrais de assaltos a bancos está prevista na cláusula 31ª da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), tendo sido uma das conquistas da campanha nacional de 2010. 

"O crescimento dos assaltos não surpreende os bancários. A violência aumentou, mas os bancos não ampliaram os equipamentos de segurança nos estabelecimentos. O Itaú ainda retirou portas giratórias na reforma de agências em 2010 e o Bradesco sem o banco postal abriu centenas de agências e postos no mesmo período, com falta de portas giratórias e até com número insuficiente de vigilantes", afirma Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária. 

"Além disso, a lei federal nº 7.102/83 que está completando 30 anos se encontra defasada e, mesmo assim, ainda vive sendo descumprida, como comprovam as multas aplicadas contra vários bancos pela Polícia Federal", destacou o dirigente sindical. "Há ainda abertura de agências e postos em locais inseguros e até sem plano de segurança aprovado pela Polícia Federal", denunciou.

O diretor da Contraf-CUT observou que "o crescimento de assaltos interrompe uma onda decrescente que vinha desde 2000", quando a Fenaban apurou 1.903 ocorrências. "Naquele ano, por força da luta dos/das bancários/as e vigilantes e da aprovação de leis municipais em todo país, os bancos começaram a instalar portas giratórias, que foram decisivas para a redução dos ataques a agências e postos na década passada", frisou.

Confira os números apresentados pela Fenaban:

. 2000 - 1.903
. 2001 - 1.302
. 2002 - 1.009
. 2003 - 885
. 2004 - 743
. 2005 - 585
. 2006 - 674
. 2007 - 529
. 2008 - 509
. 2009 - 430
. 2010 - 369
. 2011 - 422
. 2012 - 440

Para a Fenaban, o aumento dos assaltos está vinculado à migração de quadrilhas que atuavam em outras ações criminosas. Os dirigentes sindicais cobraram maior prevenção dos bancos. "Não podemos jogar toda responsabilidade para a segurança pública. Os bancos têm que fazer a sua parte, que é investir mais na segurança dos estabelecimentos, instalando portas giratórias antes do autoatendimento, câmeras internas e externas com monitoramento em tempo real, vidros blindados nas fachadas e biombos em frente aos caixas, dentre outros equipamentos", ressaltou Ademir.

A Contraf-CUT solicitou novamente acesso às estatísticas de arrombamentos da Fenaban, bem como números de "saidinha de banco". Os bancos se recusaram, alegando que isso não está previsto na convenção coletiva e que esses ataques não envolvem "relação de trabalho". Os dirigentes sindicais discordaram. "Essa violência traz insegurança para os/as trabalhadores/as e a sociedade. Como é possível chegar ao local de trabalho arrombado e ficar tranquilo?", questionou Ademir.

Uma pesquisa realizada pela Contraf-CUT e Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV), com apoio do Dieese, apontou que no ano passado foram mortas 57 pessoas em assaltos envolvendo bancos, uma média de cinco por mês, e um aumento de 147,8% com relação a 2010, quando 23 pessoas foram assassinadas em todo o país.

"Esperamos aprofundar os debates, visando construir soluções para os problemas de insegurança, com a visão de proteger a vida de trabalhadores/as e clientes", concluiu Ademir.

Fonte: Contraf-CUT