segunda-feira, 21 de maio de 2012

Artigo do reitor José Vicente: Com os negros, o Brasil poderá mais

Em 1995, uma pesquisa realizada pelo Datafolha apontou que 89% de brasileiros aceitavam a existência do racismo no país. Somente 10% deles confessavam que já teriam discriminado negros. Em 2001, quando a UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), pioneiramente, criou cotas para negros no ensino superior, conforme pesquisa do Ipea, os universitários brasileiros eram 97% de brancos. Os professores, pesquisadores e cientistas negros somavam 1%. Os negros compunham 70% dos que viviam abaixo da linha da pobreza e 63% do quadro dos pobres. Em 2001, era quase impossível encontrar um general negro, um almirante negro, um embaixador negro, um executivo negro comandando qualquer grande empresa do país. Como se vê e sempre se soube, as relações entre negros e brancos no Brasil se estruturaram sob uma visão de racismo sem racistas e em uma concepção ambígua e irracional de que racismo e discriminação racial não existem, por que a ciência decretou que raças não existem -se distorção houver, é a discriminação social que mantem negros e brancos separados e desiguais. Na sociedade escravista, a ciência não impediu que os negros fossem escravizados. Na sociedade da razão e do mercado, não permitiu que pudessem usufruir o ideal republicano de iguais, tidos por ela como integrantes de raça inferior. No plano político real, nossa mistura de raças e nossa identidade mestiça de brancos, negros e índios esteve longe de significar integração e participação em pé de igualdade. Apesar de patrimônio coletivo, nossa identidade tripartida tem servido como ideologia articulada que, negando o racismo e diluindo o racial no social, mantém privilégios, oportunidades, vantagens e estética social exclusiva, da qual os negros não participam. Uma república de poucos e uma democracia de desiguais que segrega e interdita os acessos aos 51% dos brasileiros autodeclarados negros. Apesar dos pesares e a despeito dessas visões e crenças equivocadas ultrapassadas, nos últimos 15 anos a conscientização e o comprometimento de destacados setores da sociedade, do governo, do Congresso e da mídia nacional na defesa e valorização da diversidade e igualdade étnico-racial e no combate à discriminação contra os negros, contribuíram para algumas mudanças. A criação das políticas afirmativas de cotas para negros nas universidades públicas e, nas universidades privadas, do ProUni e outras importantes realizações resultaram no aumento expressivo dos negros no mercado de trabalho, em postos de prestígio da alta administração e mesmo na comunicação e estética social. Se não é tudo que podemos (e não é), essas pioneiras e limitadas realizações e seus incipientes resultados nos permitiram sair do lugar comum e agir criativamente pra construir consensos e mudanças para colocar o país como uma república moderna, acessível e disponível a todos. Por isso, era preciso seguir adiante, era preciso ir além. A corajosa decisão do Supremo Tribunal Federal, que aprovou a constitucionalidade de cotas para negros no ensino superior, nos libertou das amarras de um falso dilema e devolveu o país aos trilhos da racionalidade. Não abandonou os negros e honrou todos os brasileiros. Fortaleceu a justiça e definiu os fundamentos que permitirão a celebração verdadeira da nossa identidade e diversidade racial. Impediu que nos tornássemos gigante de pés de barro. Com os negros, o Brasil fica mais coeso, mais fortalecido, mais produtivo, mais criativo, mais competitivo, mais colorido e melhor. Com os negros, o Brasil poderá mais. JOSÉ VICENTE, 52, advogado, é reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares Fonte: Folha de S.Paulo ▪ Últimas Notícias

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Sasseron apoia Chapa 6 - Unidade na Previ

Diretor eleito de Seguridade da caixa de previdência diz que embate é entre representantes de todos os segmentos do funcionalismo e da direção do Banco do Brasi São Paulo – “O que está colocado na eleição da Previ é o embate entre a Chapa 6, composta por representantes de todos os segmentos do funcionalismo e que conta com o apoio da maioria dos sindicatos e entidades, e uma outra que é apoiada veladamente pela direção do Banco do Brasil. Por isso, aumenta a responsabilidade dos participantes nesse pleito.” A avaliação é do atual diretor eleito de Seguridade da Previ, José Ricardo Sasseron (fofo), que ao lado do diretor eleito de Administração, Paulo Assunção, apoia a Chapa 6 – Unidade da Previ na eleição da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil que começa no dia 18, sexta-feira. De acordo com Sasseron, em função de ter metade dos conselheiros e diretores eleitos pelos participantes da ativa e aposentados nas instâncias decisórias da entidade, a Previ mantém uma gestão firme e transparente. “A representação dos trabalhadores nos conselhos e diretorias permitiu que a Previ tivesse resultados expressivos e superasse a crise financeira internacional sem prejuízos aos participantes. Os integrantes da Chapa 6 -Unidade na Previ darão continuidade a esse trabalho.” O dirigente destaca: “O banco já indica sua representação, se forem eleitos candidatos que não farão contraponto à instituição financeira, os participantes estarão desprotegidos contra medidas que venham a prejudicá-los.” Na eleição, entre 18 e 29 de maio, os participantes, da ativa e aposentados elegem seus representantes nos cargos de Administração e Fiscalização e nos conselhos consultivos dos planos de Benefícios 1 e Previ Futuro. Propostas da Unidade na Previ – Aumentar benefício para 100%, reduzir valor da Parcela Previ, elevar valores das pensões, criar benefício baseado na PLR, manter contribuições suspensas, antecipar o reajuste dos aposentados para janeiro e incorporar o BET como benefício permanente no Plano 1. Já no Previ Futuro, permitir resgate das contribuições patronais em caso de desligamento do banco e do plano, novo benefício baseado na PLR, diversificar investimentos para aumentar rentabilidade e reduzir as despesas administrativas, reduzir taxa de risco, ampliar empréstimos simples e financiamentos imobiliários, Previ para todos os funcionários. > Leia carta de José Ricardo Sasseron sobre a Previ Como votar I. Participantes, funcionários do BB em atividade, na Previ, Cassi e FBB ou em afastamentos regulamentares: terminais SISBB. II. Participantes, funcionários do BB em quadro suplementar: terminais SISBB nas agências de relacionamento. III. Aposentados, pensionistas e demais participantes, com exceção dos funcionários da ativa: por telefone e sistema WEB disponibilizados pelo fundo de pensão. O eleitor deve usar a senha de seis dígitos utilizada para acessar o autoatendimento do site da Previ. Conheça os integrantes da Chapa 6 – Unidade na Previ: Diretoria de Seguridade Marcel Barros É secretário-geral da Contraf-CUT e ex-coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários. Nessas funções, participou na última década de todas as negociações que resultaram em conquistas para os associados na Previ e na Cassi, como a utilização dos recursos do Fundo Paridade e do superávit da Previ para melhorar benefícios e suspender as contribuições. Formado em História. Foi conselheiro deliberativo da Cassi de 2008 a 2010 e desde 2009 é Auditor Sindical no BB indicado pela Contraf-CUT. Conselho Deliberativo Rafael Zanon - Titular Da ativa, em Brasília, é funcionário ‘pós-98’, conselheiro consultivo do Previ Futuro até maio de 2012. Será a primeira vez que um associado do Previ Futuro estará no Conselho Deliberativo. Formado em História pela Universidade de Brasília, é pós-graduando em gestão previdenciária. É secretário de Assuntos Jurídicos e membro do Conselho Editorial do Sindicato dos Bancários de Brasília, onde já atuou como secretário de Formação, cargo que também ocupou na Fetec-CN. É da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB. Está no banco desde 2000. Foi membro do Conselho de Usuários da Cassi-DF. Haroldo do Rosário Vieira - Titular Da ativa, em Brasília. É presidente da Federação Nacional das AABBs (Fenabb) e conselheiro fi scal da Cooperforte. Engenheiro civil, pós-graduado em Gestão Financeira e Controladoria pela FGV, tem curso de Governança Corporativa pela Fundação Dom Cabral e MBA Altos Executivos pela USP. Exerceu cargos de administrador em superintendência do BB. Foi presidente da AABB Belém, do Cesabb Pará, vicepresidente fi nanceiro da Fenabb e tutor educacional na Faculdade de Administração a Distância da AIEC. José Ulisses de Oliveira - Suplente Da ativa, é presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí e integrante do Comando Nacional dos Bancários. Fundou a Cooperativa Educacional dos Funcionários do Banco do Brasil (Ceabrapi) e a Cooperativa de Crédito dos Bancários do Piauí (Cooperban). Foi diretor estadual no Piauí da Associação Nacional dos Funcionários do BB (Anabb) e membro do Conselho de Usuários da Cassi-PI. José Souza de Jesus - Suplente Da ativa, de Aracaju, é presidente do Sindicato de Sergipe e diretor da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe. Graduado em Filosofi a pela Universidade Federal de Sergipe, é suplente no Conselho Deliberativo da Previ. Integrante do Comando Nacional dos Bancários, foi da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil. Atuou no Conselho Municipal de Saúde de Aracaju. Tomou posse no BB em 1979. Conselho Fiscal Odali Dias Cardoso - Titular Aposentado, é presidente da AABB Rio. Graduado em Economia e pós-graduado pela Fundação Getúlio Vargas (MBA em Administração Pública, Marketing e cursos de Auditoria Interna e Mercado de Capitais), foi conselheiro deliberativo da Previ de 2006 a 2010 e conselheiro consultivo do Plano 1. Foi presidente das AABBs da Tijuca e de Nova Iguaçu e da Associação dos Antigos Funcionários do Banco do Brasil (AAFBB). Maranhense, ingressou no BB em 1971, na cidade de Breves (PA). Diusa Alves de Almeida - Suplente É gerente-geral da Agência Sudoeste, em Goiânia. Bancária do Banco do Brasil há 23 anos, é graduada em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), pós-graduada em Economia Agroindustrial pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e cursa MBA em Gestão Financeira e Controladoria no Instituto de Pós-Graduação de Goiás (IPOG-GO). É vice-presidente fi nanceiro da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) Goiânia e educadora do BB. Foi analista da Superintendência de Goiás e gerente-geral em agências de Goiânia. Conselho Consultivo Plano de Benefícios 1 Waldenor Borges - Titular Aposentado, é presidente da Associação dos Funcionários Aposentados do BB de São Paulo (AFABB-SP) e conselheiro deliberativo suplente da Previ. Graduado em Administração de Empresas, com extensão em Contabilidade e Finanças, pósgraduado com MBA Executivo em Gestão Empresarial pela Universidade Gama Filho. Foi vice-presidente e presidente da AABB-SP. Foi do Conselho Estadual das Associações Atléticas Banco do Brasil de São Paulo (Cesabb-SP) e na Apabb presidiu o Conselho Fiscal. Luiz Alarcão - Suplente Aposentado, é vice-presidente do Conselho Deliberativo da Associação dos Funcionários Aposentados do Paraná (AFABBPR) e do Conselho Fiscal da Cassi. Foi gerente de Administração e superintendente regional do Banco do Brasil. Graduado em Economia, Administração e Gestão de Negócios Imobiliários e pós-graduado em Recursos Humanos. Foi presidente da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) de Cascavel e Toledo. É técnico em Contabilidade. Conselho Consultivo Previ Futuro Deborah Negrão de Campos - Titular Da ativa, é diretora do Sindicato de Campinas e Região. Graduada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Psicologia pela Universidade São Francisco, integra o Conselho de Usuários da Cassi, o Conselho do INSS e o Conselho Municipal de Saúde de Campinas. Vênica Ângelos de Melo - Suplente Da ativa, ingressou no BB em 2007, lotada na Ajure, é formada em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretora do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região. Foi diretora do Centro Acadêmico Afonso Pena (CAAP) em 2005 e 2006 e é voluntária na Divisão de Assistência Judiciária (DAJ) da mesma universidade desde 2010. Leia mais > Site oficial da Chapa 6 - Unidade na Previ

Artigo de William Mendes: Votar na Chapa 6 é o melhor para bancários do BB

Entrei no Banco do Brasil em 1992. Acompanho o que o funcionalismo viveu nesses mais de 20 anos. Na primeira fase de minha carreira profissional não fui um militante. Como bancário comum, sofri as agruras do dia-a-dia duríssimo no banco. Nos anos 2000 fui eleito dirigente sindical pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, depois eleito dirigente nacional. Passei a conviver com os companheiros da CUT e militantes combativos de outras correntes, o que me deu novo olhar sobre o mundo político e das relações interpessoais. Mas, saindo do campo pessoal para o mais importante que pretendo tratar, falo agora da eleição que começa no próximo dia 18 para a eleição da Previ. Disputam o pleito seis chapas. Quero externar de forma sucinta por que indico e peço o voto para a Chapa 6 - Unidade na Previ, liderada pelo companheiro Marcel Barros. Todos os direitos que temos é resultado da luta organizada dos trabalhadores, tendo como organização seus sindicatos. Todos acompanhamos nos anos 90 o ataque aos direitos dos trabalhadores e o quanto foi importante termos organização e sindicatos para enfrentar os ataques do capital e de governos como o de FHC do PSDB. Nós sempre organizamos os bancários para negociar e contratar direitos após os processos de mobilização. Nossa luta arrancou conquistas que são referências para os demais trabalhadores. A Chapa 6 Unidade na Previ é apoiada pelos principais sindicatos do país. Sindicatos que lideraram os bancários nas conquistas de toda a nossa história de direitos na categoria, na Cassi e na Previ. Para não me estender muito sobre as outras chapas, lembro aqui que a Chapa 1 é composta pelo mesmo grupo que perdeu a hegemonia na Anabb em 2011 e que durante os anos FHC, de ataque aos direitos dos bancários do BB, nada fez para defendê-los. Naquele período, enquanto os sindicatos combatiam os ataques à Previ, a diretoria daquela Anabb estava às voltas com a Contec e com aliados do governo FHC. Quem entrou com ações na justiça contra o BB e ganhou foram os sindicatos de bancários, tendo à frente os de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. As chapas 2 e 5 são compostas basicamente por aposentados. Mesmo sendo segmento importante dos associados, é necessário reconhecer que há mais de 115 mil associados que são da ativa, que precisam também de repre-sentação na direção da Previ, o que não é observado nessas chapas. A chapa 3 é a chapa do banco. Ela tem candidatos da direção do banco, das superintendências etc. Já não basta o banco ter metade da diretoria (incluindo a presidência) e conselheiros indicados, agora quer hegemonizar também a parte eleita? Os bancários não são bobos! A chapa 4 é composta pela parte mais sectária da militância, contrária in-clusive à existência de fundos de pensão. Colegas do BB, Não podemos ser enganados pelos oportunistas que aparecem em vésperas de processos eleitorais. Na hora de enfrentar o banco, só mesmo os sindica-tos e seus trabalhadores mobilizados é que têm força para barrar ataques e conquistar novos direitos. Conversem com todos os colegas e peçam o voto na Chapa 6 Unidade na Previ, apoiada pelos principais sindicatos de bancários do País. Todas as conquistas na Previ passaram pela organização e luta dos sindi-catos de bancários do país. A luta por direitos sempre é resultado de lutas com organização. (*) William Mendes é secretário de Formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB Fonte: Contraf-CUT ▪ Últimas Notícias

Eleição da Previ vai até o dia 29. Contraf-CUT orienta voto na Chapa 6

A eleição para a renovação de parte da diretoria executiva e dos conselhos deliberativo, fiscal e consultivos do Plano 1 e do Previ Futuro da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), que começou nesta sexta-feira 18, se estenderá até o dia 29 de maio. Seis chapas disputam a eleição. A Contraf-CUT apoia a Chapa 6 Unidade na Previ, encabeçada pelo ex-secretário-geral da Confederação, Marcel Barros, e formada pelas entidades sindicais e associativas, inclusive de aposentados, do funcionalismo do BB. > Leia aqui manifesto de apoio da Contraf-CUT e conheça os candidatos e os programas da Chapa 6 Unidade na Previ. > Veja aqui nota assinada pelos diretores eleitos da Previ José Ricardo Sasseron (Seguridade) e Paulo Assunção (Administração) mostrando por que a Chapa 6 é a melhor opção. > E clique aqui para ler artigo de William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e coordenação da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB. Como votar na Previ Os associados da ativa votam pelos terminais do Sisbb. Os aposentados poderão votar pelo telefone 0800-729-0808 ou pelo site www.previ.com.br, para os quais usarão a senha de seis dígitos utilizada para acessar o Autoatendimento da Previ. Fonte: Contraf-CUT

Encontros estaduais do BB e da Caixa

Está marcado para o próximo dia 26, sábado, a partir das 09h da manhã, o Encontro Estadual dos Funcionários do BB do RJ. O evento acontece no auditório da Federação e servirá para discutir as questões do funcionalismo fluminense que serão levadas ao Encontro Nacional. Também nesta ocasião serão eleitos os delegados que vão representar o estado no evento nacional. Já o Encontro Estadual dos Funcionários da Caixa será realizado no dia 09 de junho, em local e horário a ser confirmado, no Centro do Rio. Além da tirada de delegados ao Conecef, o encontro será também o momento de preparar os representantes fluminenses para o evento nacional, apresentando os problemas e discutindo as propostas do funcionalismo da Caixa no estado. A programação dos dois eventos ainda não está definida e será informada logo após a confirmação. Mais informações com o diretor para Bancos Federais, Ricardo Maggi, pelo número 7905-0707. Fonte: Da Redação - FEEB-RJ/ES Data: 16/05/2012
Desafios sociais e ambientais Frei Betto * Documento divulgado em dezembro de 2011 pelo Projeto Milênio, que monitora os Objetivos do Milênio, estabelecidos pela ONU, constata que, na última década, o mortalidade infantil teve redução mundial de 30 % . Aumentou a escolaridade no ensino médio e diminuíram os conflitos armados. Os principais problemas globais na atual década são as mudanças climáticas, a corrupção, o terrorismo e o narcotráfico. Em 2010, 90 % dos desastres naturais foram causados por mudanças climáticas. Ceifaram a vida de 295 mil pessoas e deram um prejuízo US$ 130 bilhões! Em junho, o Brasil abrigará, no Rio, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Paralelo ao evento oficial, haverá a Cúpula dos Povos, que congrega os movimentos sociais e ambientalistas. A disputa será entre a “economia verde”, defendida pelos arautos do neoliberalismo, e a “economia solidária”, proposta por aqueles que acreditam que não haverá preservação ambiental sem superação do atual modelo de desenvolvimento predatório baseado da acumulação privada da riqueza. Constata a ONU que, embora tenha havido melhoria nos itens saúde e educação, comparados às décadas anteriores, ainda hoje cerca de 900 milhões de pessoas carecem de acesso à água potável, e 2,6 bilhões não dispõem de saneamento básico (no Brasil, 34,5 milhões de pessoas vivem sem este direito elementar, segundo o IPEA). A desigualdade entre ricos e pobres se aprofunda, informa o documento. Mais de 900 milhões de pessoas (13 % da população global) sobrevivem em extrema pobreza, e apenas 17 milhões terão saído desse estado de penúria em 2015 (cf. Banco Mundial, “Estado do Futuro 2011”). O Projeto Milênio alerta para a importância de se promover o desarmamento, reduzir o consumo de energia proveniente de combustíveis fósseis, e combater a corrupção e o narcotráfico. A ONU calcula que o crime organizado movimenta anualmente mais de US$ 3 trilhões, o dobro do orçamento militar do mundo. E cálculos do Banco Mundial indicam que os subornos absorvem US$ 1 trilhão por ano. Para o Projeto Milênio, os governos devem implementar medidas educacionais e de transparência para conter a corrupção. Famílias e escolas precisam incutir nos mais jovens o horror à falta de ética e a autoestima baseada no caráter. Empresas já começam a premiar com salários extras funcionários que, no sistema de Disque-denúncia, apontam a corrupção de colegas. E é preciso aumentar o controle da sociedade sobre a administração pública, como é o exemplo da Ficha Limpa no Brasil. Para se ajustar aos Objetivos do Milênio, nosso país clama por reformas: política, judiciária, agrária e tantas outras que corrijam os desmandos que ainda imperam, resquícios de uma mentalidade colonialista que considerava cidadãos apenas aqueles que possuíam propriedades. * Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Marcelo Barros, de “O amor fecunda o Universo – ecologia e espiritualidade” (Agir). www.freibetto.org Twitter:@freibetto.
Trabalho doméstico no Brasil: quase oito milhões na invisibilidade O tempo passa, a sociedade hoje está globalizada, interligada, os meios de comunicação, de ação social e sindical são outros, são muito mais eficientes que há 20 anos. Contudo, não caminhamos e nem avançamos tanto assim. Ainda existe escravidão no Brasil, mais de 20 mil trabalhadores, dentre eles, muitos homens, mulheres e até crianças submetidas à condição análoga a de escravos. Uma vergonha, uma chaga que precisamos por fim. A grande maioria em áreas rurais, mas existem vários casos de trabalho escravo urbano. É nosso dever libertar esses trabalhadores do horror e do sofrimento. A nossa história está impregnada, permeada e cheia de ranço da escravidão. O trabalho doméstico é outro que traz essa reflexão. Ele é executado por cerca de oito milhões de trabalhadores, destes, 95 % são mulheres, a maioria negras. E ainda temos mais de 300 mil crianças, na sua maioria meninas, executando a tarefa de trabalhadoras domésticas. Meninas em busca de uma vida melhor, mas tiveram a infância roubada, muitas trabalhando em troca de casa e comida. Estão fora da escola, excluídas da sociedade e são tratadas como mercadoria. Apenas 20 % das trabalhadoras domésticas têm carteira assinada. As demais não tem esse direito mínimo garantido. Trabalham de forma precária, muitas são assediadas moralmente e sexualmente, vivem em completa invisibilidade social. O trabalho doméstico está muito longe do trabalho decente, de garantir a dignidade humana às pessoas que o executam. Trabalho desvalorizado, baixa remuneração, é como se as trabalhadoras vivessem, muitas delas, em regime de servidão. Se o trabalho doméstico é fundamental para o funcionamento e fortalecimento da economia, deveria ser reconhecido como profissão e ter todos os direitos garantidos. Não podemos falar do empoderamento das mulheres, quando tantas outras mulheres são invisibilizadas, discriminalizadas e exploradas pela sociedade patriarcal, machista e capitalista. Ratificar a Convenção 189 da Organização Internacional do Trabalho é garantir à igualdade de direitos e proteção às trabalhadoras domésticas no Brasil. É necessário que pelo menos dois países ratifiquem a Convenção para que ela entre em vigor. Clamamos tanto por uma sociedade mais justa, igualitária e desenvolvida, porém, parece que estamos cegos, ou não queremos enxergar o óbvio: o desenvolvimento não se dá através da exploração de pessoas, principalmente quando a maioria delas são mulheres, negras, com pouco estudo. Esta reflexão deve ser feita por todo o movimento sindical, mas também por toda a classe trabalhadora do país que deve ser solidária e agir, buscando mecanismos de pressão junto ao poder público para garantir a ratificação da Convenção 189 da OIT. O desenvolvimento se constrói com trabalho doméstico digno, com o fim da invisibilidade e o reconhecimento total de direitos. Não podemos mais tolerar desigualdade. *Virgínia Berriel é secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-RJ
Contraf-CUT retoma negociação permanente com a Caixa no dia 24. A Contraf-CUT, federações e sindicatos se reúnem com a Caixa Econômica Federal no próximo dia 24, às 14h30, em Brasília, para mais uma rodada de negociação permanente. Entre os destaques da pauta estão a promoção por mérito relativa ao ano-base 2012 e o trabalho aos sábados, domingos e feriados nos feirões da Caixa. "A retomada da mesa permanente na Caixa neste momento é importante pelo fato de que diversas demandas dos empregados relativas a condições de trabalho vêm sendo registradas recentemente, sem que a Caixa apresente soluções para elas. Esperamos que com a negociação possamos avançar em questões como o fim do trabalho em dias de descanso remunerado, fim das horas negativas no sistema de ponto eletrônico, melhor definição das atividades e estrutura das Ret-PV entre outras", afirma Jair Pedro Ferreira, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco. A negociação deve abranger ainda relatório de penhor; Comissão de Conciliação Voluntária (CCV) para 7ª e 8ª horas (avaliação, situação e funcionamento); Sipon; atendimento no novo modelo de agências; e avaliação sobre o processo de contratação de pessoal. No mesmo dia, às 10h, a CEE/Caixa se reúne, na sede da Fenae, para preparar os debates com a Caixa. Fonte: Contraf-CUT
Sancionada lei que reduz tributos de produtos para pessoas com deficiência O Diário Oficial da União publica nesta sexta-feira (18) a lei que reduz a zero as alíquotas do PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) incidentes sobre 27 produtos voltados a pessoas com deficiência. Entre os produtos estão calculadoras equipadas com sintetizador de voz, teclados com adaptações específicas, mouses com acionamento por pressão, digitalizador de imagens - scanners - equipados com sintetizador de voz, lupas eletrônicas, próteses oculares e softwares de leitores de tela que convertem o texto em voz ou em caracteres braille, para utilização de surdos-cegos. A medida faz parte do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Plano Viver sem Limite), lançado pelo governo federal no ano passado. Também contam com isenção desde novembro do ano passado, data de publicação da Medida Provisória 549/11, partes e peças para cadeiras de rodas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 45,6 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência no país, o que corresponde a 23,91% da população brasileira. Fonte: Agência Brasil