segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Alerta para radares de velocidade deixa de ser obrigatório

Os motoristas não precisam ser mais avisados da presença de radares fixos ou móveis nas ruas e estradas do País. Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) em vigor desde a última quinta-feira derrubou a obrigatoriedade da instalação de placas de informação antes dos equipamentos de fiscalização eletrônica.

Apesar de abolir a instalação dos avisos, a resolução estabelece que os radares não podem estar escondidos da visão dos motoristas. Até 2003, a presença das placas era obrigatória. A norma foi revogada, mas entrou novamente em vigor em 2006.

O Contran também flexibilizou outras exigências em relação aos radares móveis, que foram liberados em trechos de rodovias sem sinalização de velocidade máxima. O conselho também dispensou a realização de estudo prévio para a presença desses equipamentos em estradas. Agora, qualquer ponto pode ser alvo de fiscalização eletrônica com radares de velocidade.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Itaú aparece entre os favoritos para a São Pilantra 2011

Itaú aparece entre os favoritos para a São Pilantra 2011
Empresa pode erguer o “troféu” deste ano por demitir trabalhadores com longo tempo de casa, funcionários com deficiência e bancários próximos da aposentadoria

São Paulo - Os bancários já estão enviando suas indicações para o São Pilantra 2011 que deve se configurar numa das disputas mais acirradas desde o início das manifestações em 1998. Neste ano a “prova” acontece em 28 de dezembro, na Paulista.

Entre os favoritos está o Itaú Unibanco, por promover um dos natais mais tristes entre seus trabalhadores. O clima é de insegurança devido ao processo de demissões que atinge principalmente funcionários com longo tempo de casa e prestes a se aposentar, além de pessoas com deficiência. A conduta do banco está sendo combatida pelo Sindicato por meio de protestos, inclusive com denúncia a organismos internacionais como o Ponto de Contato Nacional (PCN) da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

No cenário nacional são lembradas figuras como José Serra (indicação “turbinada” depois das denúncias publicadas no livro A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro), o governador Geraldo Alckmin, o prefeito Gilberto Kassab e o deputado Sandro Mabel, autor do projeto que amplia a terceirização. Boas cotações têm o cartola Ricardo Teixeira, o PIG – Partido da Imprensa Golpista, os lotados metrôs e ônibus urbanos. E ainda o leão do imposto de renda, o interdito proibitório, a insegurança pública, a Contax (empresa de terceirização) e a Zara, por conta do trabalho escravo flagrado em sua rede de produção.

Para indicar seu favorito basta clicar aqui e enviar mensagem por meio do , colocando “São Pilantra 2011” no espaço destinado ao assunto.

“Premiados” – O protesto organizado pelo Sindicato já está na sua 14ª edição. Em 2010 o laureado foi o “Papai Noel dos Deputados” que presenteou os parlamentares federais e estaduais com aumento de 62%. Em 2009, o “Perfeito Taxab” ficou com o primeiro lugar. Em 2008, foram três grandes premiados: o governador José Serra, por vender a Nossa Caixa; o prefeito “Nunkassabe”, pelo veto à lei que obrigava as portas de segurança nas agências, e a presidenta da Caixa, Maria “Ferranda”, por descontar os dias parados na greve daquele ano.

O primeiro título, de 1998, coube ao banco Mercantil, por não pagar a PLR devida. Depois o Unibanco esbanjou “talento” para garantir três “conquistas” (1999, 2000 e 2002), sendo que em 2000 dividiu o título com o juiz Lalau. Em 2001 o vencedor foi Paulinho, presidente da Força Sindical, por atuar a favor da flexibilização dos direitos dos trabalhadores. Em 2003, o Banco Real (hoje Santander), que demitira 190 pessoas às vésperas do Natal. Em 2004 foi Edemar Cid Ferreira, do Banco Santos, por prejudicar mais de 800 funcionários. Já em 2006 o prêmio foi dividido entre os ex-governadores Cláudio Lembo e Geraldo Alckmin, pela péssima administração da Nossa Caixa. O vereador Dalton Silvano (PSDB) foi o vencedor em duas competições, 2005 e 2007, pelo mesmo motivo: querer retirar as portas de segurança das agências.



Redação - 14/12/2011

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Bancos terão expediente normal no dia 23 e não atenderão público no dia 30

Os bancos terão expediente normal nesta sexta-feira, dia 23, e estarão fechados ao público na última sexta-feira do ano, dia 30. Os bancos só deverão funcionar, nesse dia, para transações com outras instituições financeiras.

Assim, o último dia de atendimento ao público será quinta-feira, dia 29, e o horário de funcionamento deverá ser o habitual. A informação é da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

A instituição recomendou a afixação de cartazes nas agências, informando o horário normal de atendimento ao público no dia 23 de dezembro e o não atendimento no dia 30 de dezembro.


Fonte: Agência Brasil

Governo rejeita aumento real para aposentadorias acima do mínimo em 2012

O governo federal não vai conceder aumento acima da inflação para os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que recebem mais de um salário mínimo por mês, informou o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. "Não há reajuste real", garantiu ele, após se reunir na terça-feira (20) com sindicalistas e representantes dos aposentados, em Brasília.

As entidades reivindicam aumento em torno de 12% para os cerca de 9 milhões de aposentados e pensionistas do país que ganham mais de um salário mínimo. O impacto do reajuste nesse patamar representaria, de acordo com o governo, uma despesa adicional de cerca de R$ 8 bilhões para a Previdência.

Carvalho ressalvou que a decisão não é definitiva e o tema voltará a ser discutido no ano que vem. "Não é uma conversa encerrada. Para ter reajuste ano que vem não precisa colocar no Orçamento. Podemos conceder reajuste depois, a conversa continua".

Sem acordo, a categoria só terá a reposição da inflação. Até o momento, o governo propõe acréscimo de 6,3%, referente à estimativa da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) este ano.

O ministro explicou que o momento econômico de incertezas em relação à crise economica mundial exige cautela do governo federal. "Temos responsabilidade, estamos vendo a crise internacional. Para nós, a coisa mais importante é ter uma linha de política econômica. Ser governo é isso, tem que ter coragem de enfrentar e de dizer não. Até com dor no coração", justificou.

Para o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, o veto ao reajuste dos aposentados está relacionado à sustentabilidade do sistema, que precisa passar por reformas. "A discussão é a situação da Previdência, que está precisando de uma reforma para poder pagar melhor os aposentados. Essa a minha posição".

A posição do governo não agradou aos representantes dos aposentados. Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, João Batista Inocentini, o aumento reivindicado ajudaria a estimular a economia. "Lula, quando deu aumento para os aposentados, também ajudou o país a sair da crise. Não dá para aceitar [o veto]. Não tenho dúvida de que a presidenta vai perder o voto dos aposentados", criticou ele.


Fonte: Agência Brasil

Artigo de Frei Betto analisa economia globalizada e crise europeia

Sob o título O Ovo da Serpente, o escritor Frei Betto divulgou artigo onde analisa a economia globalizada e a crise europeia. O autor, em parceria com Marcelo Gleiser e Waldemar Falcão, de "Conversa sobre fé e ciência" |(Agir), entre outros livros, avalia as causas e busca saídas. "Nenhuma economia podia suportar tamanho consumismo e a monopolização crescente da riqueza", aponta.

"A história recente da Europa ensina que a crise social é o ovo da serpente - chocado pelo fascismo. Sobretudo quando a crise não é de um país, é de um continente. Não adiantam mobilizações em um país, é preciso que elas se expandam por toda a Europa", defende o escritor.

Leia a íntegra do artigo de Frei Betto:

O Ovo da Serpente

Não é preciso ser economista para perceber a grave turbulência que afeta a economia globalizada. Se a locomotiva freia, todos os vagões se chocam, contidos em seu avanço. E o Brasil, apesar do PIB de US$ 2,5 trilhões, ainda é vagão...

Todo ano, desde 1980, cumpro a maratona de uma semana de palestras na Itália. Desde o início deste novo milênio eram evidentes os sintomas de que a próxima geração não desfrutará do mesmo nível de bem-estar dos últimos 20 anos. Nenhuma economia podia suportar tamanho consumismo e a monopolização crescente da riqueza. Agora, a realidade o comprova. A carruagem da Cinderela virou abóbora. A União Europeia patina no pântano...

Muitas são as causas da atual crise econômica. Apontá-las com precisão é tarefa dos economistas que não cultivam a religião da idolatria do mercado. Como leigo no assunto, arrisco o meu palpite.

Desde os anos 80, a especulação se descolou da produção. O mundo virou um cassino global. Sem passaporte e sem vistos, bilhões de dólares trafegam livremente, dia e noite, em busca de investimentos rentáveis. Enquanto o PIB do planeta é de US$ 62 trilhões, o cacife do cassino é de US$ 600 trilhões. A famosa bolha... Haja papel sem lastro!

A lógica do lucro supera a da qualidade de vida. A estabilidade dos mercados é, para os governos centrais, mais importante que a dos povos. Salvar moedas, e não vida humanas.

Todos sabemos como a prosperidade da Europa ocidental foi alcançada. Para se evitar o risco do comunismo, implantou-se o Estado de bem-estar social. Combinaram-se Estado provedor e direitos sociais. Reduziu-se a desigualdade social, e as famílias de trabalhadores passaram a ter acesso à escolaridade, assistência de saúde, carro e casa própria.

Em contrapartida, para não afetar a robustez do capital, desregularam-se as relações de trabalho, desativou-se a luta sindical, sepultou-se a esquerda. Tudo indicava que a prosperidade, que batia à porta, viera para ficar.

Não se deu a devida importância a um pequeno detalhe aritmético: se há duas galinhas para duas pessoas, e uma se apropria das duas, a outra fica a ver navios... E quando a fome bate, quem nada tem invade o espaço de quem muito acumulou.

Assim, os pobres do mundo, atraídos pelo novo Eldorado europeu, foram em busca de um lugar ao sol. Ótimo, a Europa, como os EUA, necessitava de quem, a baixo custo, limpasse privadas, cuidasse do jardim, lavasse carros...

A onda migratória viu-se reforçada pela queda do Muro de Berlim. A democracia política chegou ao Leste europeu desacompanhada da democracia econômica. Enquanto milhares tomaram o rumo de uma vida melhor no Ocidente, seus governos acreditaram que, para chegar ao Paraíso, era preciso ingressar na zona do euro.

A Europa entrou em colapso. A culpa é de quem? Ora, crime de colarinho branco não tem culpado. Quem foi punido pela crise usamericana em 2008? Os desmatadores do Brasil não estão sendo anistiados pelo novo Código Florestal?

Culpados existem. Todos, agora, se escondem sob a barra da saia do FMI. E nós, brasileiros, sabemos bem como este grande inquisidor da economia pune quem comete heresias financeiras: redução do investimento público; arrocho fiscal, desemprego, aumento de impostos, corte de direitos sociais, punição a países com déficit público etc.

O descaramento é tanto que o pacote do FMI inclui menos democracia e mais intervencionismo. Quando Papandréu, primeiro-ministro da Grécia, propôs um plebiscito para ouvir a voz do povo, o FMI vetou a proposta, depôs o homem e nomeou Papademos, um tecnocrata, para o seu lugar. Também o governo da Itália foi ocupado por um tecnocrata. Como se o fim da crise dependesse de uma solução contábil.

A história recente da Europa ensina que a crise social é o ovo da serpente - chocado pelo fascismo. Sobretudo quando a crise não é de um país, é de um continente. Não adiantam mobilizações em um país, é preciso que elas se expandam por toda a Europa. Mas como, se não existem sindicalismo combativo nem partidos progressistas?

As mobilizações tipo Ocupem Wall Street servem para denunciar, não para propor, se não houver um projeto político. Quem se queixa do presente e teme o futuro, corre o risco de se refugiar no passado - onde se abrigam os fantasmas de Hitler e Mussolini.


Fonte: Frei Betto ▪ Últimas Notícias

sábado, 10 de dezembro de 2011

Primeira juíza negra do Brasil será nomeada desembargadora

Em sessão ordinária na última terça-feira (06), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, por unanimidade, a nomeação da juíza baiana Luislinda Valois para o cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia. O CNJ levou em conta o critério de antiguidade no cargo. Luislinda, negra e de origem pobre, é a primeira juíza negra do Brasil.n“É o reconhecimento da luta de uma mulher negra, rastafári, que conseguiu sair vitoriosa desse processo”, afirmou ela. Ela ocupava o cargo de desembargadora substituta no Tribunal de Justiça desde agosto de 2010. Com a proximidade da aposentadoria compulsória, a nomeação poderia não acontecer. O movimento negro baiano se mobilizou pela nomeação de Luislinda e comemorou a decisão do CNJ.


Luislinda foi a primeira juíza negra a proferir uma sentença contra o racismo no país. Atua no Tribunal de Justiça de Salvador desde 1993, e trabalhou na reativação de diversos juizados especiais no estado da Bahia.

André Shalders

Com informações do Correio da Bahia

Fonte: Érika Kokay

Ministério Público notifica BB por trabalho aos sábados em Pernanbuco

O Ministério Público notificou o Banco do Brasil nesta sexta-feira, 09, sugerindo que suspendesse o trabalho aos sábados. Desde a última semana de novembro, trabalhadores estão sendo convocados para abdicar de seu descanso e comparecer às agências. O Sindicato dos bancários de Pernanbuco se reuniu com a Superintendência, mas não obteve sucesso. Apelou para a via judicial e política. No sábado passado, dia 03, conseguiu barrar a irregularidade em visita às agências. Nesta quarta, 07, participou de audiência no Ministério Público que deu, nesta sexta, seu parecer: a atitude do Banco do Brasil contraria a legislação trabalhista.

A CLT determina, no artigo 224, que a jornada de trabalho dos bancários é de seis horas em dias úteis. Nos finais de semana, sábados e domingos, o trabalho só pode ser admitido por “motivos de força maior ou para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto”. Mesmo assim, a exceção deve ser comunicada à autoridade competente em matéria de trabalho com antecedência de dez dias.

A convocatória do BB não obedece a qualquer motivo de força maior. Trata-se, tão somente, de telemarketing, vendas e da tentativa de cumprir metas e se posicionar melhor no ranking entre estados. “Pernambuco está em penúltima colocação e, por conta disso, o superintendente quer rasgar a CLT e transferir todo o ônus para os trabalhadores”, diz o secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix.

Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, o posicionamento do Ministério Público é importante. “Mas é fundamental que cada bancário também tome posição e não aceite ser cúmplice de medidas deste tipo, que abrem um precedente perigoso para o ataque de nossos direitos. Já pensou se todo banco que quiser se posicionar melhor no mercado resolver rasgar a legislação?”, questiona.

Durante a audiência da quarta-feira, no Ministério Público, o Sindicato deixou claro que só negociaria a possibilidade de trabalho aos sábados se, de fato, fosse um motivo de força maior. “O que não aceitamos, de forma alguma, é flexibilizar nossos direitos por conta de metas cada vez mais abusivas”, diz Fabiano.

Nacional – As medidas arbitrárias do Banco do Brasil tem caráter nacional, agravadas em Pernambuco por conta do posicionamento do estado no ranking. Recentemente, o presidente do banco, Aldemir Bendine, convocou a cúpula da empresa para ordenar o cancelamento de férias, abonos, licença-prêmio e processos seletivos internos em andamento. O motivo: pressionar os funcionários a oferecerem crédito a qualquer custo para que o BB atinja a marca de R$ 1 trilhão em ativos até 31 de dezembro, meta definida arbitrariamente pela diretoria do banco.

Imediatamente, a ordem do presidente começou a ser replicada da pior forma possível nas unidades da federação. Parte dos gestores passou a hostilizar e ameaçar toda a equipe de funcionários, mandando os mesmos trabalharem em finais de semana de forma ilegal e ameaçando com a retirada das comissões.

Muitos gestores ainda pressionam os trabalhadores a realizar operações ilegais, mandando fazer crédito sem autorização dos clientes, prejudicando-os e colocando em risco a carreira dos trabalhadores. Além disso, criaram falsas centrais de crédito, esvaziando as agências de forma perigosa e irresponsável, pois ali existe a necessidade de um número mínimo de bancários para atender satisfatoriamente as demandas diárias de trabalho.

Fonte: Fabiana Coelho - Seec-PE
Criado por: Marcos Paulo e Postado em: 9/12/2011 18:48:59

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Bancários/as do BB têm até dia 16 para utilizar verba de aprimoramento

Escriturários, caixas, assistentes e auxiliares do Banco do Brasil têm até o dia 16 para utilizar os recursos do Programa de Aprimoramento dos Funcionários (PAF). São R$ 215 que o banco disponibiliza para cada funcionário, que podem ser utilizados em cursos, livros, material didático, assinatura de jornais de grande circulação, de provedor internet e banda larga, entre outros.

"A verba é uma conquista dos funcionários do BB nas negociações específicas da Campanha 2011. Os bancários não podem deixar de usar um direito garantido na negociação coletiva", afirma William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e funcionário do BB.

Os recursos são distribuídos aos bancários por meio de reembolso. "Os bancários muitas vezes têm deixado de utilizar essa verba", destaca William. "Por isso, orientamos que divulguem a data limite aos colegas em seus locais de trabalho", recomenda o dirigente sindical.

Os procedimentos para a utilização dos recursos estão explicados na Instrução Normativa (IN) 390-1, que também traz a lista dos cargos que fazem parte do público do programa e detalhes de como os recursos podem ser utilizados. Os recursos estão disponíveis também para os dirigentes sindicais.

Fonte: Contraf-CUT

Filme "Margin Call" mostra como sistema financeiro afeta ética das pessoas

Estreante em Hollywood, o cineasta norte-americano J.C. Chandor tem uma experiência bem particular e longeva no mercado financeiro. Seu pai trabalhou como consultor por quase 40 anos, boa parte deles na corretora Merrill Lynch. Ou seja, a bancarrota do Lehman Brothers e a crise do crédito foi acompanhada em família.

"O cinema é um território novo para mim, mas a economia sempre fez parte da minha vida", explica, por telefone, de Nova York, à Folha de S.Paulo. Ele diz que "Margin Call" partiu de seu interesse de mostrar "como o sistema financeiro engole as pessoas".

"Elas são compradas, contratadas, despedidas, e isso manipula a maneira como agem, além de afetar sua ética. Um dos personagens quer fazer a coisa certa, mas a pressão da empresa e a fragilidade humana o fazem calar a boca e aceitar a situação", diz. "O filme se situa na enorme zona cinzenta da ética que existe nesta área."

Inspiração

Quando fala de filmes que retratam o mercado financeiro, "Wall Street" (1987) é o primeiro que vem à cabeça.

"Não revi o filme de Oliver Stone, mas longas como este me inspiraram a tratar do tema sob outra perspectiva", diz. "É um assunto muito rico porque atinge muitas pessoas de forma profunda."

"Margin Call" impressiona ao tratar do mercado financeiro sem a histeria normalmente associada a ele. As cenas são sóbrias, ninguém grita, não há correria. A euforia das grandes negociações e cifras dá lugar à frustração típica de quando as coisas dão errado.

Foi com planos de dar novos contornos à imagem que se tem do sistema financeiro que Chandor resolveu deixar a publicidade para se lançar como roteirista e diretor. "Foi um bom timing. O assunto está engajando muita gente interessada na discussão", avalia.

Mas isso também pode jogar contra o filme. "Às vezes, as pessoas ouvem falar muito daquilo e se cansam. Há os dois lados. Mas não nego que há um movimento significativo discutindo a crise."

Filmado com US$ 3,5 milhões e com estrelas como Demi Moore, Chandor diz que "se impôs desde o roteiro" a limitação de resolver a trama toda em só um dia. "Isso ajudou a produção e a economia do dinheiro que tinha."

"Margin Call" rendeu mais de US$ 4,6 milhões em bilheteria nos EUA. "Está sendo muito lucrativo. Ainda temos muitos países para estrear."

O National Board of Review e a Associação dos Críticos de Nova York elegeram o filme como melhor longa estreante. Agora, a distribuidora nos EUA faz campanha pelo Oscar e por outros prêmios.

Como "Guerra ao Terror", de Kathryn Bigelow, que levou seis estatuetas no ano passado, quer ser o filme de baixo orçamento a estragar a festa dos blockbusters.


Fonte: Folha de S. Paulo ▪ Últimas Notícias

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Liminar mantém regras do plano antigo do ex-HolandaPrevi em Campinas

O Sindicato dos Bancários de Campinas e Região solicitou ao Santander, em ofício protocolado na última quinta-feira, dia 1º, em São Paulo, esclarecimentos sobre o valor da contribuição cobrado dos participantes do plano antigo do Holandprevi, hoje SantanderPrevi.

O pedido se faz necessário porque o Sindicato obteve liminar na Justiça, concedida recentemente pela 12ª Vara do Trabalho de Campinas, que determina ao banco a aplicação das mesmas condições do plano antigo.

No dia 1º de junho de 2009, o Santander Brasil, que incorporou o Banco Real, extinguiu o plano vigente à época e implantou novo modelo de contribuição à aposentadoria, sem negociação com os sindicatos.

No dia 21 de julho do mesmo ano, o Sindicato entrou com ação contra o fundo para pleitear a manutenção do plano antigo. Inclusive essa decisão foi aprovada em assembleia dos funcionários, realizada no dia 14 de julho daquele ano, na sede do Sindicato.

Quem tem direito

A liminar concedida pela 12ª Vara do Trabalho de Campinas, no entanto, garante as mesmas condições do plano antigo apenas para os participantes que não migraram para o novo modelo de contribuição. Porém, o Sindicato já entrou com recurso, visando estender as condições do plano antigo para quem migrou.

Orientação

Até o momento o Santander não apresentou nenhum esclarecimento sobre a contribuição ao Holandaprevi; ou seja, se está aplicando a tabela nova ou antiga. O que tem gerado muita confusão. Os participantes não devem adotar nenhum procedimento antes de consultar o Sindicato.

Bancos terão novo endereço eletrônico em janeiro para evitar fraudes

Correntistas que usam a internet para fazer transações financeiras serão orientados, a partir de janeiro, a usar um novo endereço eletrônico para acessar a página dos seus bancos em todo o país.

Em vez do tradicional www.nomedobanco.com.br, os correntistas digitarão www.nomedobanco.b.br, ou seja, o "com.br" deverá ser trocado pelo "b.br".

A alteração nos endereços dos sites dos bancos visa criar o que os técnicos em informática chamam de "nova camada de segurança" para proteger os sistemas de transações financeiras on-line e combater o phishing (furto de dados pessoais pela internet).

A criação do domínio com o "b" é uma iniciativa entre o CGI.br (Comitê Gestor da Internet), que regula a internet no país, e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Para usar um eletrônico com o domínio "b.br", a instituição financeira terá de comprovar sua atividade junto ao CGI e junto ao NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR).

De acordo com levantamentos da Safernet, ONG que investiga crimes cibernético no Brasil, prejuízos causados por fraudes em páginas de instituições bancárias causam, todo ano, um prejuízo de cerca de R$ 1 bilhão.

UM EM CADA QUATRO

Atualmente, cerca de 25% das movimentações financeiras realizadas no Brasil são feitas por meio das páginas dos bancos na internet - um em cada quatro correntistas usa o "internet banking".

"A utilização do domínio 'b.br' também tem como finalidade evitar que os sites dos bancos sejam clonados por quem comete crimes cibernéticos", disse Thiago Tavares, presidente da Safernet.

Hoje, explica Tavares, com a utilização do endereço tradicional "com.br", os bancos estão mais propensos a ter suas páginas copiadas e, quando o cliente digita o endereço, é desviado pelos cibercriminosos para uma página falsa na rede.

Os criminosos da internet conseguem fazer a clonagem quando adulteram o DNS (Domain Name System), o catálogo de sistema de nomes de domínios da internet.

Com a utilização do "b.br", isso acabará, porque, assim que o correntista digitar o site do banco, o novo sistema de identificação validará e reconhecerá a autenticidade da página do banco antes que o usuário tenha acesso a ela.

Esse reconhecimento prévio faz parte do sistema DNSSEC, que criptografará as informações dos registros dos sites bancários, tornando a sua clonagem mais difícil.

PUBLICIDADE

Os grandes bancos do país já começaram a traçar suas estratégias para investir na publicidade para divulgar a alteração dos seus endereços eletrônicos na internet, o que deve começar em janeiro.

Segundo o delegado Carlos Sobral, chefe Serviço de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal, os usuários devem aderir aos novos endereços dos bancos na internet porque não há custo e o benefício de proteção é imediato.

"Quem ganha com essa pequena mudança de digitação é o cliente do banco, que estará muito mais protegido ao fazer suas transações pela internet", disse o policial.


Fonte: Folha de S.Paulo

Petroleiros aprovam acordo com ganho real e avanços na saúde e segurança

Os trabalhadores do Sistema Petrobrás referendaram nas assembleias o Acordo Coletivo conquistado na luta pela categoria. Em várias bases a proposta foi aprovada por unanimidade e em outras com mais de 90% dos votos, confirmando o desfecho vitorioso de uma campanha histórica.

As assembleias nas bases da Federação Única dos Petroleiros (FUP) já foram concluídas em todos os estados do país, com exceção do Terminal de Cabiúnas, em Macaé, onde a consulta aos trabalhadores prossegue até esta terça-feira (6).

A FUP e seus sindicatos farão a assinatura institucional do Acordo Coletivo de Trabalho 2011/2013 na próxima sexta-feira (9). A solenidade será realizada no Rio de Janeiro, na sede da Petrobrás, e marcará o fechamento da campanha reivindicatória, consolidando as conquistas dos petroleiros, que, mais uma vez, provaram o poder de organização da categoria.

A luta por segurança, ampliação dos benefícios e melhores condições de trabalho e salários continua, pois é permanente e se faz também no dia a dia, denunciando e enfrentando os gestores que atacam os direitos da categoria.

A FUP parabeniza cada petroleiro e petroleira que aprovou e se preparou para a greve com controle e parada de produção, participando dos seminários de qualificação e das assembléias permanentes. A disposição de luta da categoria foi fundamental para fortalecer a FUP no processo de negociação e arrancar as conquistas referendadas nas assembléias. É essa força e organização que fazem dos petroleiros uma categoria de referência na luta de classes no Brasil e no mundo.

Reconquista de direitos

Uma das mais emblemáticas conquistas desta campanha é a retomada de direitos que foram retirados dos petroleiros na década de 90, durante o governo FHC. A força da organização da categoria e o seu poder de luta foram preponderantes no enfrentamento com os gestores e resgataram direitos históricos, como a progressão salarial a cada 12 e 18 meses, garantindo a todos os trabalhadores o avanço de um nível por antiguidade a cada 24 meses, independentemente da avaliação dos gerentes. Soma-se a isso o extra turno (dobradinha) de mais um feriado (sete de setembro) e o descongelamento do ATS dos trabalhadores que tiveram esse direito atacado no passado.

A vida em primeiro lugar

Mesmo com toda a resistência das gerências, garantimos a retirada do TFCA das metas corporativas da Petrobrás e suas subsidiárias, começando pelo GD dos trabalhadores. Outra conquista histórica é a participação das representações sindicais nas reuniões de todas as CIPAs offshore, garantindo só na Bacia de Campos cerca de 150 embarques anuais nas plataformas. Além disso, conquistamos a participação dos sindicatos também nas comissões de apuração de incidentes, com a garantia de acesso às áreas das ocorrências.

Ganho real

Além de terem garantido a antecipação da inflação durante as primeiras rodadas de negociação, os petroleiros conquistaram entre 2,5% e 3,25% de ganho real, um dos maiores reajustes conquistados esse ano pelas categorias organizadas. Soma-se isso a garantia de um piso no pagamento do abono, o que ampliou os valores para os trabalhadores que recebem menos.

Avanços nos benefícios

Um dos eixos da campanha foi a melhoria dos benefícios, já que esse é um acordo que tem validade de dois anos para as cláusulas sociais. Houve avanços importantes em relação à AMS, Petros, benefícios educacionais e Programa Jovem Universitário, sem falar nas conquistas dos anistiados e aposentados que continuam na ativa.


Fonte: FUP

Trabalhadores querem equiparar remuneração do FGTS com poupança

A baixa remuneração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), de 3% ao ano mais Taxa Referencial (TR), é a principal base de críticas que os trabalhadores em geral fazem sobre a gestão e operação do FGTS. Basta ver que em 2010 as contas do fundo renderam 4,06%, enquanto a caderneta de poupança, que tem remuneração de 6% ao ano mais TR, rendeu 6,9%.

A constatação é do representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Conselho Curador do FGTS, Jacy Afonso de Melo, lembrando que a remuneração do FGTS perdeu até mesmo para a inflação do ano passado, de 5,9%. "As perdas para os trabalhadores são claras", segundo ele, o pior é que essas perdas se avolumam desde que esse instrumento de "defesa do trabalhador" foi criado, em setembro de 1966.

Jacy Afonso disse à Agência Brasil que a gestão dos recursos do fundo, pela Caixa Econômica Federal, tem registrado bons lucros, mas esses resultados não beneficiam diretamente o trabalhador, verdadeiro dono das contas. "Queremos uma parte desses resultados, pelo menos o necessário para equiparar a remuneração do FGTS com a da caderneta de poupança", declarou.

Ele lembrou que tramita no Congresso Nacional um projeto de lei da senadora Marta Suplicy (PT-SP) que prevê a possibilidade de o trabalhador sacar o lucro determinado pela distribuição de 50% do saldo que exceder 1% do patrimônio líquido do FGTS no ano anterior. Nas contas da senadora, isso daria em torno de 1,5% a mais por ano nas contas vinculadas, o que elevaria a remuneração do FGTS para um patamar semelhante ao da poupança.

"Dinheiro do FGTS para distribuir com o trabalhador tem", de acordo com o representante da CUT. Basta ver os altos volumes de recursos que são desviados do FGTS para financiar habitações para populações de baixa renda, a fundo perdido. Foram R$ 4,5 bilhões no ano passado, e estão previstos mais R$ 5,5 bilhões este ano e R$ 4,4 bilhões em 2012. Tudo no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida.

Os objetivos do programa "são os mais louváveis possíveis", segundo ele. Mas o que a maioria dos trabalhadores e empresários do Conselho Curador do FGTS questiona é o fato de o FGTS sustentar praticamente sozinho uma obrigação que seria do Tesouro. Jacy informou que apenas 20% do investimento a fundo perdido (sem retorno) saem do caixa do governo federal, o restante sai do patrimônio líquido do fundo.

Este, por sinal, é o principal motivo que leva a equipe econômica do governo a ser contra a ideia de aumentar a rentabilidade das contas dos trabalhadores, com distribuição de parte do lucro líquido obtido a cada ano - lembrou o ex-conselheiro Celso Petrucci, que representou a Confederação Nacional do Comércio, Bens e Serviços (CNC) no Conselho Curador do FGTS durante seis anos, em seminário realizado há duas semanas para comemorar os 45 anos de criação do fundo.

Bancos geram 18.167 empregos até setembro, diz pesquisa Contraf/Dieese

Os bancos que operam no Brasil criaram 18.167 novos postos de trabalho entre janeiro e setembro de 2011, mas aumentaram as demissões e ampliaram a prática da rotatividade para diminuir o salário dos bancários e aumentar os lucros. A geração de empregos podia ter sido maior, se o Itaú Unibanco e o Santander não tivessem cortado 2.496 e 1.636 vagas no mesmo período, respectivamente.

Os números são da 11ª Pesquisa de Emprego Bancário, elaborada desde 2009 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.

O levantamento também considera os dados divulgados nos balanços dos cinco principais bancos (Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander), que revelam os funcionários da holding.

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"A geração de empregos é positiva, mas os bancos têm condições de aumentar as contratações e abrir mais vagas, na medida em que os bancos lucraram mais de R$ 37,2 bilhões nos primeiros nove meses deste ano", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

O que preocupa é a queda no ritmo da criação de empregos no terceiro trimestre. Houve uma redução de 23,32% no terceiro trimestre em relação a igual período do ano passado. Houve abertura de 6.189 novas vagas contra 8.071 no mesmo trimestre de 2010.

Os empregos gerados nos primeiros nove meses do ano foram o resultado de 46.064 admissões e 27.897 desligamentos. Esse saldo positivo significa expansão de 6,45% no emprego bancário em relação ao mesmo período de 2010, quando foram criadas 17.067 novas vagas. Já o crescimento em relação ao número de empregados que havia no setor em dezembro de 2010 foi de 3,76%, totalizando agora 483.097 trabalhadores.

Na comparação com o saldo de 1.805.337 empregos gerados pela economia brasileira nos primeiros nove meses do ano, os bancos contribuíram com apenas 1,01% desse total. No mesmo período, a remuneração média dos admitidos foi de R$ 2.487,74, o que revela uma redução de 38,45% frente à remuneração dos desligados, que foi de R$ 4.041,62.

De janeiro a setembro, as demissões sem justa causa voltaram a ser o principal motivo dos desligamentos, atingindo 47,8% do total de despedidas. Com isso, o percentual dos desligamentos a pedido que, nas pesquisas anteriores eram responsáveis pela maior parte da saída de empregados nos bancos, caiu ficando em 45,9% no período.

"Esses dados comprovam a crueldade da política de rotatividade dos bancos, que demitem trabalhadores para baixar custos e turbinar ainda mais os seus lucros, demonstrando falta de compromisso com o desenvolvimento econômico e social do país", destaca o presidente da Contraf-CUT.

20% dos desligados tem menos de um ano de banco

A pesquisa Contraf-CUT/Dieese revela que, do total de 27.897 desligados dos bancos brasileiros em 2011, apenas 24,63% (ou 6.782 pessoas) estavam no emprego há pelo menos dez anos. Os trabalhadores com até um ano de banco somam 20,67% dos desligamentos nos bancos em 2011, enquanto aqueles com mais de um e menos de cinco anos no emprego, representam 38,55% do total de desligados. Ou seja, 59,22% dos bancários são desligados antes de completarem cinco anos no emprego, o que evidencia a alta rotatividade no setor.

"É um absurdo que, de cada cinco trabalhadores, um deixe o banco antes de completar 12 meses casa. A altíssima rotatividade torna instável o emprego bancário e acaba com as perspectivas de carreira, especialmente no setor privado", critica Carlos Cordeiro.

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Em setembro de 2010, o número de trabalhadores com até 5 anos representava 57,6% do total de desligados, sendo 15,7% os que saíram antes de completarem 1 ano, como descrito na tabela abaixo.


Total de desligados por tempo de emprego

Brasil - Janeiro a setembro de 2010 e 2011

Tempo empregado
Desligados (01a 09/2010)
Part. %
Desligados (01a 09/2011)
Part. %

De 1,0 a 11,9 meses
4.183
15,71%
5.691
20,40%

De 12,0 a 59,9 meses
11.157
41,89%
10.616
38,05%

De 60,0 a 119,9 meses
3.696
13,88%
4.447
15,94%

120 meses ou mais
7.196
27,02%
6.782
24,31%

Ignorado
402
1,51%
361
1,29%

Total
26.634
100,00%
27.897
100,00%


Fonte: MTE/ Caged. Elaboração: Dieese/Subseção Contraf-CUT





Maioria dos desligamentos são demissões sem justa causa

A demissão sem justa causa avançou para 47,79% nos primeiros nove meses do ano e tornou-se o principal tipo de desligamento da categoria, ultrapassando os 45,90% dos casos de demissão a pedido, que havia sido responsável pela maior parte dos desligamentos no ano passado.

"Essa mudança no tipo de desligamentos é reflexo de milhares de demissões ocorridas no Itaú Unibanco e Santander, que fecharam 4.132 vagas no período, o que é totalmente injustificável diante dos lucros gigantescos dessas instituições", aponta o presidente da Contraf-CUT.

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Desligados estão nas maiores faixas de remuneração

O saldo positivo do emprego nos bancos em 2011 está concentrado nas faixas salariais mais baixas, especialmente no segmento entre 2,01 a 3,0 salários mínimos, que registrou um saldo de 23.948 postos de trabalho.

A partir daí, todas as faixas apresentam saldo negativo de emprego, com destaque para o segmento de 3,01 a 7,0 salários mínimos, onde houve a diminuição de 4.535 postos de trabalho. Esse movimento deve-se ao fato de a grande maioria das admissões (68,3%) estar concentrada na faixa de até 3 salários mínimos, enquanto os desligamentos se distribuíram pelas faixas superiores de remuneração.

"Isso prova que os bancos continuam utilizando a alta rotatividade como instrumento para reduzir seus gastos com a folha de pagamento, demitindo os bancários com salários mais altos", salienta Carlos Cordeiro.

Entre os desligados, 47,2% destes postos estavam nas faixas a partir de 3 salários mínimos. Com isso, a remuneração média de quem é admitido (R$ 2.487,74) é 38,45% inferior à média salarial dos desligados (R$ 4.041,62). As admissões na faixa de até 3 salários mínimos, em setembro de 2010, correspondiam a 59,65% do total de admissões.


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Norte e Nordeste: maior percentual de crescimento de empregos

A Região Sudeste apresentou o melhor desempenho nos primeiros nove meses de 2011, com a criação de 7.915 postos de trabalho, mas as regiões Norte e Nordeste apresentaram maior percentual de crescimento na geração de postos de trabalho do setor bancário.

Região do País
Admitidos
Desligados
Saldo
Diferença da Rem. Média
(%)

Nº de trabalhadores
Part.
(%)
Rem. Média
(em R$)
Nº de trabalhadores
Part.
(%)
Rem. Média
(em R$)

Norte
2.341
5,08%
1.568,26
792
2,84%
2.957,86
1.549
-46,98%

Nordeste
7.135
15,49%
1.666,17
2.250
8,07%
3.314,44
4.885
-49,73%

Sul
6.031
13,09%
1.972,15
3.618
12,97%
3.892,43
2.413
-49,33%

Centro-Oeste
3.090
6,71%
1.880,42
1.685
6,04%
3.910,40
1.405
-51,91%

Sudeste
27.467
59,63%
2.961,05
19.552
70,09%
4.208,12
7.915
-29,63%

Total
46.064
100,00%
2.487,74
27.897
100,00%
4.041,62
18.167
-38,45%


Fonte: MTE/ Caged. Elaboração: Dieese/Subseção Contraf-CUT




Em relação ao período de janeiro a setembro de 2010, as Regiões Norte e Nordeste destacam-se pela significativa expansão dos postos de trabalho no setor, com crescimento de 125,47% e 478,11%, respectivamente, apesar de expressiva diferença de remuneração entre admitidos e desligados.

Em sentido contrário, a Região Sudeste, apesar do maior saldo de empregos, apresentou queda de 31,73% em relação ao mesmo período de 2010. Em redução também, porém, não tão significativa, aparecem as regiões Sul (-4,55%) e Centro-Oeste (-0,57%), como é possível observar na tabela abaixo.


Região
Saldo

(jan a set. 2010)
Saldo

(jan a set. 2011)
Variação

Norte
687
1.549
125,47%

Nordeste
845
4.885
478,11%

Centro-Oeste
1.413
1.405
-0,57%

Sudeste
11.594
7.915
-31,73%

Sul
2.528
2.413
-4,55%

Total
17.067
18.167
6,45%


Fonte: MTE/ Caged. Elaboração: Dieese/Subseção Contraf-CUT



Itaú e Santander fecharam 4.132 postos de trabalho

A pesquisa inclui também um olhar sobre os dados divulgados nos balanços dos cinco principais bancos (Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander). Apesar dos lucros bilionários, o Itaú e Santander fecharam 2.496 e 1.636 postos de trabalho, respectivamente, nos primeiros nove meses deste ano.

O número de funcionários do Itaú era de 102.316 trabalhadores em dezembro de 2010 e cresceu para 104.022 em março de 2011. No entanto, houve fechamento de 4.202 postos entre março e setembro, apresentando 99.820 empregados em setembro. Isso significa uma queda de 2,44% no saldo de empregos em relação ao final do ano passado e de 4,04% na comparação com março de 2011.

No Santander, o número total de funcionários, em dezembro de 2010, era de 54.406 trabalhadores. Ao final do terceiro trimestre de 2011, o número registrado foi 52.770, o que significa um corte de 1.636 empregos (queda de 3% em relação ao final do ano passado).

Enquanto isso, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal apresentaram saldos positivos de 6.086, 4.568 e 1.990 empregos, respectivamente, o que foi decisivo para geração de 18.167 postos de trabalho em todo setor bancário nos primeiros nove meses do ano.

Bancos
Número de empregados
Saldo em 2011
Variação Dez/10-Set/11

4tri/10
1tri/11
2tri/11
3tri/11

Bradesco
95.248
96.749
98.317
101.334
6.086
6,39%

Banco do Brasil*
109.026
111.224
112.913
113.594
4.568
4,19%

Caixa Econômica Federal
83.185
83.506
84.420
85.175
1.990
2,39%

Santander
54.406
54.375
53.361
52.770
-1.636
-3,01%

Itaú*
102.316
104.022
101.531
99.820
-2.496
-2,44%

Total
444.181
449.876
450.542
452.693
8.512
1,92%



"A economia do Brasil está crescendo e, por isso, todos os grandes bancos deveriam aproveitar este momento para abrir novas agências e postos de atendimento, contribuindo para a inclusão bancária de milhões de cidadãos brasileiros e garantindo emprego decente para os bancários", conclui Carlos Cordeiro.


Fonte: Contraf-CUT

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

1º Fórum A Invisibilidade Negra assume compromisso de combate ao racismo

O 1º Fórum Nacional: A invisibilidade Negra no Sistema Financeiro terminou nesta terça-feira (29), em Salvador, com a aprovação de uma carta compromisso reunindo objetivos e ações a serem implementadas pelas entidades sindicais no combate à discriminação de negros e negras nos bancos.

A mesa final do evento foi presidida por Deise Recoaro, secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, e contou com a participação de Júlia Nogueira, secretária de Combate ao Racismo da CUT, e Valmira Luiza, secretária de Combate ao Racismo da CTB. Também estiveram presentes o secretário-geral e o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Marcel Barros e Miguel Pereira, respectivamente.

"Essa carta não pretende trazer constrangimentos às entidades sindicais, ao contrário. É uma forma de estímulo à reflexão sobre o tema para as entidades que não tiveram a oportunidade de presenciar as discussões do Fórum, que foram bastante ricas. Esperamos intensificar as ações em todas as entidades na luta contra o racismo", afirma Deise.

A secretária de Combate ao Racismo da CUT elogiou o evento. "Quando reunimos trabalhadores de um setor para debater a discriminação de forma responsável, com números e pesquisas, isso dá subsídios para formular políticas sobre o tema. Chega de ficar falando sem ter ações concretas", defende Júlia Nogueira.

O evento foi integralmente transmitido ao vivo pelo site da Contraf-CUT, graças à parceria com o Sindicato dos Bancários de Brasília.

Veja abaixo a íntegra da carta compromisso:

CARTA COMPROMISSO

1º Fórum Nacional: A Invisibilidade Negra no Sistema Financeiro

A categoria bancária tem um compromisso de longa data no combate às discriminações de qualquer espécie por entender que esta prática não é benéfica para a classe trabalhadora independentemente do sexo, da cor da pele, da orientação sexual, de ter ou não uma deficiência e independentemente da idade. Está provado ao longo da história que as discriminações favorecem apenas aqueles que detêm o capital, aqueles que concentram as riquezas, aqueles que querem segregar os trabalhadores e trabalhadoras.

Considerando também o acúmulo e patamar que alcançamos com a temática de combate ao racismo na categoria, entendemos que este processo não tem mais volta, ou seja, que os bancos, denunciados pelo movimento sindical e pressionados pelos movimentos sociais, terão que abrir suas portas para uma parcela importante da população eles querendo ou não.

Acreditamos que para que a classe trabalhadora possa viver uma democracia plena é necessário que todos e todas possam exercer cidadania e que entre nós não haja trabalhadores de segunda ou terceira classe. Para que os sindicatos sejam verdadeiramente representativos dos anseios de classe, devemos intensificar as ações em curso neste país através das ações afirmativas. Orientamos e assumimos publicamente o compromisso com as seguintes ações e orientações:

Promover formação sindical sobre a questão racial;
Realizar atos e manifestações com material específico sobre a temática em datas comemorativas;
Criar coletivos temáticos nas entidades e assim fortalecer a Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS) através das representações;
Ampliar parcerias com os movimentos sociais;
Fazer a verificação da inserção da população negra nos locais de trabalho, tanto na admissão como na carreira, através de pesquisa ou outras formas de verificação;
Dar também visibilidade aos/as dirigentes afrodescentes nos materiais sindicais, a fim de criar uma identificação com os bancários na base;
Pautar na mesa temática de igualdade de oportunidades as ações afirmativas que visem ampliar a contratação de negros, negras e indígenas;
Propor audiências públicas junto aos parlamentares sobre a temática e as situações que perpassam a questão da discriminação;
Fazer uma articulação com a agenda das centrais;
Promover qualificação profissional nos termos das certificações focada na população negra;
Participar ativamente das ações governamentais através dos protocolos de intenções com a SEPPIR, SPM e MEC;
Garantir a transversalidade de gênero, raça, orientação sexual e pessoa com deficiência na elaboração da minuta e na mesa de negociação;
Desenvolver campanhas pela efetivação das Convenções 100 e 111 da OIT;
Manifestamos nossa posição contrária à fusão da SEPPIR, SPM e Secretaria Nacional da Juventude em um único Ministério porque isso retira o protagonismo e a visibilidade para as mulheres, os negros e os jovens;
Defendemos a regulamentação do Estatuto da Igualdade Racial para dar sequência ao processo virtuoso de promoção de igualdade de oportunidades iniciado nos últimos anos.

Salvador (Bahia), 29 de novembro de 2011.


Fonte: Contraf-CUT

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Depressão e estresse crescem e afastamentos por doenças mentais disparam

Depressão e estresse crescem e afastamentos por doenças mentais disparam

O mercado de trabalho tornou-se um foco de doenças como depressão e estresse. A tendência já se reflete em forte aumento no número de brasileiros afastados pelo INSS por esse tipo de problema de saúde.

As concessões de auxílio-doença acidentário para casos de transtornos mentais e comportamentais cresceram 19,6% no primeiro semestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano passado.

O aumento foi quatro vezes o da expansão no número total de novos afastamentos autorizados pelo INSS.

Nenhum outro grupo de doença provocou crescimento tão forte na quantidade de benefícios de auxílio-doença concedidos entre janeiro e junho deste ano.

"Há ondas de doenças de trabalho. A onda atual é a da saúde mental", diz Thiago Pavin, psicólogo do Fleury.

Existem dois tipos de auxílio-doença concedidos pelo INSS: os acidentários e os previdenciários.

O primeiro grupo, que representa uma fatia pequena (cerca de 16%) do total, inclui os casos em que o médico perito vê vínculo entre o problema de saúde e a atividade profissional do beneficiário. Quando essa ligação não é clara, o afastamento cai na categoria previdenciária.

Mudanças adotadas pelo Ministério da Previdência Social em 2007 facilitaram o diagnóstico de doenças causadas pelo ambiente de trabalho (leia texto abaixo).

Isso levou a um forte aumento nas concessões de benefícios acidentários para todos os tipos de doença em 2007 e 2008.

Os afastamentos provocados por casos de transtornos mentais e comportamentais, por exemplo, saltaram de apenas 612 em 2006 para 12.818 em 2008. Mas, depois desse ajuste inicial, tinham subido apenas 5% em 2009 e recuado 10% em 2010.

Por isso, a explosão ocorrida no primeiro semestre deste ano acendeu uma luz amarela no governo.

RITMO DA ECONOMIA

Segundo Remígio Todeschini, diretor de Saúde e Segurança Ocupacional da Previdência Social, o crescimento econômico mais forte nos últimos anos e o surgimento de tecnologias mais avançadas de comunicação são algumas das causas da expansão recente.

"O ritmo de atividade econômica mais intenso acaba exigindo mais dos trabalhadores. Além disso, com o uso muito grande de ferramentas tecnológicas, o trabalho passou a exigir um envolvimento mental muito grande."

Para o pesquisador Wanderley Codo, o estudo mais profundo da relação entre saúde mental e trabalho ajuda a explicar o maior número de casos de afastamentos por doenças como depressão.

"O diagnóstico ficou muito mais preciso", diz Codo, que é coordenador do Laboratório de Psicologia do Trabalho da UnB (Universidade de Brasília).

Especialistas ressaltam que os trabalhadores têm acesso atualmente a mais informações sobre os transtornos mentais e suas causas.

"Isso também ajuda a explicar o aumento nas concessões", diz Geilson Gomes de Oliveira, presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social.

Segundo Todeschini, o governo estuda a adoção de medidas para intensificar a fiscalização das condições de trabalho. Para ele, a maior ocorrência de doenças mentais está em vários setores.


Fonte: Folha de S.Paulo

Novas regras da Previdência facilitam diagnóstico de doenças do trabalho

Mudanças implementadas pelo Ministério da Previdência Social em 2007 facilitaram o diagnóstico de doenças provocadas pelo ambiente de trabalho. Com a criação do chamado Nexo Técnico Epidemiológico, passou a ser calculada a frequência de determinadas doenças por grupos de atividade.

Segundo especialistas, isso tornou mais fácil para o trabalhador provar para o médico perito que seu problema de saúde foi provocado pelo trabalho. "Antes, era difícil para o trabalhador provar como adquiriu a doença. Agora, é a empresa que tem de produzir provas alegando que o trabalho não causou o dano ao funcionário", afirma o advogado trabalhista Elton Enéas Gonçalves.

Quando o médico perito vê relação entre a doença e o emprego do beneficiário, o afastamento ocorre por meio da concessão de auxílio-doença acidentário. Caso contrário, o afastamento pode também ser aprovado, mas é classificado como auxílio-doença previdenciário.

As concessões de auxílio-doença previdenciário para casos de transtornos mentais e comportamentais aumentaram 13% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2010. O crescimento foi um pouco superior à expansão média de 11,5% dos benefícios desse tipo para todas as doenças.

Segundo Gonçalves, que é conselheiro da AATSP (Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo), o auxílio-doença acidentário é mais benéfico ao trabalhador porque garante, por exemplo, estabilidade por até um ano após o retorno ao emprego.


Fonte: Folha de S.Paulo

Santander contrata Neymar e bancários querem renovar aditivo com avanços

Santander contrata Neymar e bancários querem renovar aditivo com avanços

A Folha de S.Paulo publicou nesta sexta-feira (25) o primeiro anúncio do Santander incluindo seu novo garoto-propaganda: Neymar, craque do Santos e da Seleção Brasileira. Com a frase "Neymar no Brasil: Juntos, dá pra fazer", a publicidade faz parte do contrato assinado nesta semana entre o jogador e o banco até o fim de 2014.

Os valores do negócio não foram divulgados, mas não devem ser nada baixos, dado o enorme potencial de marketing que o jogador representa. A iniciativa amplia os investimentos milionários do banco no futebol e se soma ao patrocínio da Copa Libertadores da América.

O anúncio do contrato foi realizado com pompa e conduzido pessoalmente pelo presidente mundial do banco, o espanhol Emilio Botín, que se encontra no Brasil. "Chegamos a um acordo entre o melhor jogador brasileiro de futebol no momento e o melhor banco do mundo. O Neymar vai defender também a partir de agora o vermelho Santander'", disse Botín, que também foi recebido em audiência nesta semana pela presidenta Dilma, em Brasília.

"Uma jogada desse tamanho em marketing mostra a enorme importância do mercado brasileiro para o Santander. Mas isso não resolve. O banco tem que fazer a lição de casa e valorizar o time de talentosos funcionários brasileiros, principais responsáveis pelo lucro gigantesco de R$ 5,9 bilhões até setembro deste ano", afirma Ademir Wiederkehr, secretário de Imprensa da Contraf-CUT e funcionário do banco.

Negociações

"Esperamos avanços concretos nas negociações para a renovação do acordo aditivo à convenção coletiva dos bancários, que começam na próxima quinta-feira, dia 1º de dezembro", projeta. "Quem contratou Neymar não pode ficar de costas para os trabalhadores".

Além do aditivo, os bancários querem aumentar o valor do Programa de Participação nos Resultados do Santander (PPRS) e a manutenção dos termos de compromisso do Banesprev e Cabesp.

A negociação foi marcada, durante a Jornada Continental de Lutas, após pressão das entidades. A Contraf-CUT, sindicatos, federações e Afubesp enviaram três cartas enviadas ao superintendente de Recursos Humanos do Santander, Jerônimo dos Anjos, em 21 de outubro, 7 e 21 de novembro. A pauta específica de reivindicações foi entregue em 30 de agosto.

"Os trabalhadores brasileiros não podem pagar pela crise na Espanha, mas precisam ser valorizados, com respeito, emprego decente, avanços sociais e acordo marco global", conclui Ademir.


Fonte: Contraf-CUT

Artigo de Michelle Bachellt: A violência contra mulheres e meninas

Quando eu era menina, no Chile, escutei muitas vezes um ditado popular: "Quem te ama, te incomoda". Ele significa algo como "quem te ama, te trata mal".

Essa frase - aceita sem muitos questionamentos - hoje, por todos os motivos, se tornou o que verdadeiramente é: um silêncio cúmplice diante da violação dos direitos humanos das mulheres.

Neste 25 de novembro, comemoramos o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres. Nas últimas décadas, testemunhamos grandes avanços: hoje, 125 países têm leis específicas que penalizam a violência doméstica, algo inimaginável há 20 anos.

O Conselho de Segurança da ONU reconheceu a violência sexual como tática de guerra deliberada e planejada. E o direito internacional deu passou sólidos e definitivos para condenar e investigar os crimes de violência sexual durante e depois de um conflito.

No entanto, este 25 de novembro nos encontra, novamente, distantes de nossos objetivos de que milhões de mulheres e meninas vivam livres de discriminação e violência.

Hoje, 603 milhões de mulheres e meninas vivem em países onde a violência doméstica ainda não é considerada crime.

Diariamente, o femicídio assola os nossos países, em alguns sob a mais absoluta impunidade. Mais de 600 mil mulheres e meninas são traficadas através das fronteiras a cada ano, a grande maioria para fins de exploração sexual.

A pergunta é: que mais podemos fazer para enfrentar esse flagelo? Há informação e diagnósticos, mas faltam investimento constante e sustentável e vontade política dos governos nacionais e locais.

Esse é o momento para que os governos de todo o mundo assumam a responsabilidade diante da violência contra suas cidadãs, tomem medidas concretas e transparentes, e assumam compromissos mensuráveis. Da parte da ONU Mulheres, vamos intensificar nossos esforços para colaborar com os governos a enfrentar essa tragédia.

Propomos um programa de ação com 16 medidas concretas focadas em prevenção, proteção e provisão dos serviços públicos essenciais para proteger e erradicar a violência contra as mulheres. Isso requer liderança, leis eficazes e uma Justiça inequívoca para julgar os agressores e acabar com a impunidade.

Estamos liderando uma iniciativa global para proporcionar às mulheres e meninas o acesso universal a instâncias de apoio às vítimas, com atendimentos nas primeiras 24 horas para sua segurança e para a segurança de seus filhos e filhas, locais de acolhimento, assessoramento, apoio psicossocial e acesso a Justiça gratuita e eficaz.

Homens, líderes, juízes, empresários, esposos, companheiros, filhos, irmãos e amigos têm um papel fundamental. É por meio da educação, de campanhas de sensibilização pública, de programas e políticas públicas que poderemos enfrentar com eficácia essa realidade. O empoderamento das mulheres, sua liderança e decisão não são suficientes. Nós precisamos do envolvimento de todos para deter, prevenir e tratar a violência.

A democracia, o futuro dos países, o presente de nossas famílias, a convivência das pessoas que estão próximas de nós, a educação de nossas comunidades, nossas economias e a paz no mundo são ameaçadas quando a violência se alastra diante dos nossos olhos, à vista e com a complacência de todos nós, e não somos capazes, como sociedade, de dar resposta que salve a vida das mulheres e de seus filhos.


MICHELLE BACHELET é diretora-executiva da ONU Mulheres. Foi presidente do Chile (2006-2010).


Fonte: Folha de S.Paulo

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Relatório do BC aponta que inclusão financeira cresce, mas segue desigual

O Banco Central (BC) divulgou com ares de comemoração um relatório sobre o Índice de Inclusão Financeira (IFF) do país. Segundo o estudo, feito ao longo de 2010 e apresentado nesta quarta-feira 23, o IFF do Brasil é de 21,7 pontos, em uma escala na qual o pleno acesso ao sistema financeiro teria 100 pontos. O relatório informa ainda que em 10 anos o IFF do país cresceu em 141%, já que em 2000 atingia 9 pontos.

Por outro lado, os dados continuam apontando para a grande desigualdade regional no acesso ao sistema financeiro. Na comparação entre as unidades da federação, o Distrito Federal apresentou o melhor resultado, com 66,4 pontos, seguido pelo estado de São Paulo, com 43,3 pontos. O ranking continua com Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais.

Por outro lado, estados como Maranhão (8,5 pontos), Pará (9,3 pontos) e Piauí (10,1 pontos) continuam desassistidos de serviços bancários e com um IFF abaixo da média nacional. Ao todo, 19 estados têm situação pior do que a média brasileira.

Para o deputado federal e ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ricardo Berzoini (PT-SP), a inclusão pode ter aumentado, mas seu padrão continua o mesmo. "A inclusão aumenta não por iniciativa dos bancos, mas na medida em que melhoram as condições socioeconômicas da população, na medida em que há crescimento do emprego e da renda. Mas ela segue o mesmo padrão: cresce nos grandes centros econômicos e continua precária nos estados menos desenvolvidos."

Autor de um Projeto de Decreto Legislativo que susta as resoluções apresentadas pelo BC em fevereiro deste ano - as quais ampliaram a função os correspondentes bancários -, Berzoini critica ainda o discurso da inclusão que justifica a abertura de correspondentes bancários ao invés de agências.

"O discurso da inclusão por meio dos correspondentes bancários não se aplica, já que os bancos estão abrindo correspondentes nas cidades onde também o número de agências é maior. Ou seja, a abertura de correspondentes se dá não para incluir a população sem acesso, mas para afastar o cidadão de baixa renda das agências, empurrando-os para o atendimento precário nos correspondentes."

Projeto de Berzoini

O PDC 214/2011, que aguarda parecer do relator Rui Costa (PT-BA) na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, foi objeto de uma audiência pública na mesma comissão, em agosto passado. Na ocasião, o BC foi duramente criticado.

Clique aqui para ler a íntegra do projeto de Berzoini.

Segundo Berzoini, o órgão não estaria cumprindo seu papel de Estado, ao não estabelecer limites aos interesses econômicos dos bancos - abrindo correspondentes ao invés de agências bancárias, as instituições financeiras economizam em estrutura e em mão de obra. O BC, ainda segundo Berzoini, também estaria extrapolando sua função, já que a Constituição Federal determina que o sistema financeiro seja regulamentado por leis complementares.

Um mês após a audiência, diretores do BC procuraram os deputados Berzoini e Rui Costa propondo um canal de diálogo. A negociação foi interrompida mas, informa o deputado, será retomada ainda este ano. "Estamos apostando em uma solução negociada e por isso houve uma pausa na tramitação do PDC."
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Contraf-CUT retoma mesas temáticas do BB e debate jornada de 6h e PCR

A Contraf-CUT, sindicatos e federações retomaram com o Banco do Brasil nesta quarta-feira (23), em Brasília, os debates das mesas temáticas, conforme está previsto no acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho 2011/212. O cumprimento da jornada de 6 horas, uma das principais reivindicações do funcionalismo, e o Plano de Carreira e Remuneração (PCR) foram os assuntos tratados no encontro.

Convidada pelo BB para participar da reunião, a Contec não compareceu.

Em relação ao debate sobre as 6 horas, os representantes indicados pela Contraf-CUT para a reunião apresentaram à direção do BB um relatório sobre as ações judiciais movidas em todas as bases sindicais do país, requerendo o pagamento da 7ª e 8ª horas, as de protesto de interrupção de prescrição e as de cumprimento da jornada e seus impactos sobre o passivo trabalhista do banco.

"Fizemos um relato histórico da conquista do direito à jornada especial e as constantes tentativas de descumprimento da lei. Com dados sobre as ações judiciais, expusemos os riscos que o banco sofre ao não resolver a situação e apontamos a necessidade de não se fazer um novo plano de comissões que apresente mais uma vez erros cometidos no passado", afirmou Eduardo Araújo, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do B, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco.

Para ele, "a luta pelo cumprimento da jornada de 6 horas no BB avança para um novo estágio. O movimento sindical já explicitou a reivindicação dos trabalhadores e agora espera uma solução da empresa". Araújo lembrou que existe um compromisso exibido no sistema interno de comunicação do BB pelo próprio diretor de Relação com o Funcionalismo de resolver a questão.

Em resposta, o BB afirmou que analisará as críticas e ponderações do movimento sindical e que apresentará uma solução, se não global, ao menos parcial sobre o tema.

PCR

Quanto ao PCR, importante conquista da Campanha Nacional de 2010, os debates iniciais centraram em questões como o percentual de interstícios da carreira de antiguidade, a inclusão da pontuação dos caixas e dos congelados (B-0) e a aceleração da progressão na carreira de mérito com alteração no prazo de promoção de cada um dos quatro grupos de pontuação.

Araújo solicitou do BB dados detalhados sobre as comissões praticadas e a quantidade de funcionários em cargos da carreira PCR para subsidiar o movimento sindical nos debates futuros.

Calendário

Conforme deliberação da reunião preparatória, realizada em Brasília na semana passada, a Comissão de Empresa propôs ao banco o estabelecimento de um calendário de discussões, com vistas a dar celeridade ao processo negocial e encerrar os debates no máximo até meados de março de 2012. Foi solicitada a confirmação do banco, o mais breve possível, dos dias 5 e 6 de dezembro como datas para os próximos encontros.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb Brasília

Sob protesto, Comissão da Câmara aprova proposta que escancara terceirização

A Comissão Especial de Estudos sobre a Regulamentação da Terceirização aprovou nesta quarta-feira (23) substitutivo do deputado Roberto Santiago (PSD/SP) ao Projeto de Lei nº 4330, de autoria de Sandro Mabel (PMDBG-GO), que autoriza a terceirização inclusive nas atividades-fins.

A votação aconteceu sob fortes protestos da CUT e da CTB, cujos dirigentes sindicais lotaram o plenário 15 da Câmara dos Deputados, com faixas e cartazes contra a precarização. Agora, o projeto deve seguir para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Precarização

Ao abrir a reunião, o presidente da Comissão, deputado Mabel, falou em um tom contrariado que havia recebido uma carta do presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro João Oreste Dalazen. Mabel não falou qual o conteúdo da carta, apenas reclamou do que parece ter julgado uma interferência do ministro.

Segundo ele, os membros da comissão tentaram marcar uma audiência com o ministro para discutir o substitutivo do deputado Roberto Santiago, mas não conseguiram. Para Mabel, a carta representa a opinião pessoal de Dalazen e não a do TST, portanto, é "unilateral". Ele encerrou dizendo: "Aqui quem vota somos nós".

O deputado Vicentinho (PT-SP) pediu a palavra e disse que também recebeu uma carta de Dalazen. "O ministro apoia o substitutivo que eu apresentei", disse o parlamentar petista.

"É importante lembrarmos que o substitutivo que está sendo votado por esta comissão promove uma reforma equivocada da legislação e, com isso, a precarização do trabalho. Ou seja, aumento da jornada, redução dos salários e desrespeito a questões fundamentais como saúde e segurança no trabalho", argumentou Vicentino.

A votação

Deputados das bancadas do PT e do PCdoB trabalharam fortemente para impedir a votação. A proposta que precariza as condições de trabalho foi aprovada por 14 votos a 2.

Os deputados que votaram a favor do relatório de Santiago foram: Alfredo Kaefer, Augusto Coutinho, Carlos Sampaio, Darcísio Perondi, Dr. Ubiali, Efraim Filho, Gorete Pereira, Jerônimo Goergen, Laercio Oliveira, Paulo Pereira da Silva, Reinaldo Azambuja, Roberto Santiago, Ronaldo Nogueira e Sandro Mabel.

Já os deputados Policarpo (PT/DF) e Vicentinho (PT/SP) votaram contra o texto de Santiago.

4 centrais sindicais se unem contra o projeto

Além de CUT, CTB e Nova Central, a CGTB também é contra o substitutivo de Roberto Santiago. Representantes da CGTB procuraram sindicalistas da CUT nesta quarta para manifestar sua posição contrária.

Com isso, caiu por terra a versão mentirosa que circulou na Câmara de que existia consenso das seis centrais a favor dessa proposta. Vários deputados, inclusive das bancadas que sempre votaram a favor da classe trabalhadora, chegaram a acreditar na versão mentirosa.

"O único consenso que temos é o de que a terceirização mata, piora as condições de trabalho e a qualidade de vida do trabalhador", disse Artur Henrique, presidente da CUT.

Para o secretário de Relações do Trabalho da CUT, Manoel Messias, a atuação das centrais sindicais contrárias à aprovação da proposta foi fundamental para o movimento sindical ganhar tempo e debater melhor o tema.

"Ficou claro que a pressa para votar esse substitutivo era de total interesse dos empresários, mas este ano o projeto não tem mais como ser votado", afirma Messias.

Quando encaminhou seu voto contra o PL, Vicentinho comemorou o fato de que a Comissão Especial não tem poderes para encaminhá-lo ao plenário. "Essa Comissão pode apenas dar a sua opinião".

Segundo ele, a CCJ pode aceitar ou não o encaminhamento da Comissão Especial. "É na CCJ, portanto, que o movimento sindical e a sociedade civil organizada têm de atuar para impedir que o parlamento brasileiro legalize a precarização do trabalho", alertou Vicentinho.

Artur e Messias comemoram o fato de que, na CCJ, o movimento sindical vai ter oportunidade de debater o mérito e o conteúdo da proposta de regulamentação da terceirização com mais qualidade.


Fonte: CUT Nacional ▪ Últimas Notícias

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Lucro do BB no exterior até terceiro trimestre equivale a 3,68% do total

O Banco do Brasil colhe os primeiros resultados de seu processo de internacionalização, que ganhou mais força nos últimos dois anos. A participação dos lucros do banco vindo das operações no exterior já corresponde a 3,68% do total registrado pela instituição em 2011, até o fim do terceiro trimestre. Em 2009, essa parcela era equivalente a 0,24%, segundo dados da instituição.

O crescimento, pondera Allan Toledo, vice-presidente do BB, ocorreu mesmo com o banco mantendo a expansão em território nacional. Em números absolutos, o lucro líquido obtido no exterior partiu praticamente do zero em 2009, para a casa dos US$ 170 milhões neste ano, até o terceiro trimestre, enquanto o banco como um todo lucrou R$ 9,2 bilhões no ano até agora, uma alta de 25% em doze meses.

A meta é continuar a expansão e atingir 9% do resultado total com as unidades externas em cinco anos. Neste trimestre, o número já representará 4% do total, acredita Toledo. Para chegar a esse objetivo, o banco conta com as operações de crédito para as empresas brasileiras. Essa é a grande diferença em relação à estratégia anterior.

O BB está no exterior há 70 anos, mas a função primordial sempre foi a captação de recursos em moeda estrangeira e o atendimento do cliente pessoa física. Com a crescente expansão das companhias brasileiras no exterior, o BB viu uma oportunidade de rentabilizar suas agências lá fora. "O crescimento internacional é amplamente atrelado ao atendimento das empresas brasileiras no exterior ou de companhias que detêm forte relacionamento comercial com o Brasil", diz Toledo.

O crédito decorrente das operações feitas exclusivamente lá fora chegou a US$ 17,4 bilhões, uma alta de 36% nos últimos dois anos. Somando os ativos captados no exterior, mas que são usados para as linhas de comércio exterior, como adiantamento de contrato de câmbio (ACC) e pré-pagamento de exportações - cujos resultados são apurados no Brasil - os empréstimos superam US$ 30 bilhões.

Como consequência direta dessa atuação, a captação de recursos do banco também cresceu 50% em dois anos e já representa 7% do total da instituição - US$ 38,6 bilhões, em 2011 até setembro. A crise ajudou, pois houve uma migração de operações que eram feitas com bancos estrangeiros e passaram para o BB.

A reestruturação das operações que o banco já tinha no exterior se somou às aquisições, como a do Patagonia, na Argentina, e do Eurobank, nos Estados Unidos - essa última aguarda autorização do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos); a primeira autorização, do regulador local da Flórida, já foi concedida.

O Banco Central brasileiro também autorizou o BB a transformar seu escritório de representação na China em agência, dependendo ainda de aprovação do BC chinês. Com resultado, o BB estará em 25 países.

Sobre a manutenção do plano de expansão, Toledo responde que o banco "continua analisando" oportunidades, mas reafirma o interesse apenas pela América do Sul. "Estamos avaliando ativos na América do Sul, dentro da nossa estratégia de atender as empresas brasileiras lá fora e também de fomentar o comércio exterior"

Segundo ele, o banco tem olhado para ativos em Chile, Colômbia, Peru e Equador, mas "não tem pressa para fazer negócios". O modelo a ser replicado é o argentino. "Buscamos um banco médio, bem posicionado e que tenha possibilidade de crescer, com rede de distribuição e captação já estruturadas", afirma.

O banco argentino é um dos destaques e já responde por quase 20% do lucro obtido lá fora. Em pouco mais de um ano de operação sob comando do BB, a instituição já mantém operações com 80% das cerca de 400 companhias brasileiras que atuam no país.

O BB manteve todos os postos executivos sob o comando de argentinos, nomeando apenas dois vice-presidentes brasileiros. O BB não acredita em expansão sem a força de trabalho de pessoas que de fato conheçam o mercado, diz Toledo. Mas pelo menos uma vez por mês ele visita a operação no país vizinho.

Já o plano de expansão para a África, em parceria com o Banco Espirito Santo (BES) saiu do foco. Toledo não quis comentar o assunto, mas segundo o Valor apurou com fontes do banco, a crise europeia e a situação dos bancos europeus dificultam a análise do negócio nesse momento. E o BB considera essencial entrar em um novo mercado por meio de uma aquisição.

Governo refaz cálculos e salário mínimo deve subir para R$ 625 em janeiro

O salário mínimo deverá ser elevado a R$ 625 em janeiro, segundo novas projeções apresentadas ontem pelo governo ao Congresso Nacional. Até então, os cálculos oficiais apontavam que o valor subiria de R$ 545 para R$ 620. O motivo da revisão é uma estimativa mais realista para a inflação deste ano.

Ao apresentar o projeto de Orçamento de 2012, em agosto, o Executivo optou por uma previsão mais otimista que a dos analistas de mercado para a variação do INPC. Agora, a taxa esperada subiu de 5,7% para 6,3%.

Desde o segundo governo Lula, os reajustes anuais do mínimo têm seguido uma fórmula que combina o INPC acumulado desde o aumento anterior e o crescimento da economia do ano retrasado.

Conforme lei aprovada no início do ano, essa metodologia será seguida, pelo menos, até 2015. Assim, o reajuste programado para janeiro significará o maior ganho real - acima da inflação - desde a adoção da fórmula.

Pelos dados mais atualizados do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Produto Interno Bruto do país cresceu 7,5% no ano passado. Essa taxa ainda pode ser revisada até dezembro.

Considerando as estimativas atuais para a inflação e a variação do PIB, o salário mínimo projetado para janeiro é de exatos R$ 622,73, contra uma projeção anterior de R$ 619,21.

A praxe seguida pela administração petista, no entanto, tem sido a de fixar valores múltiplos de R$ 5 para o mínimo, com o objetivo de facilitar os saques em caixas eletrônicos. Pela legislação, o arredondamento dos valores deve ser sempre para cima.

O novo cálculo deverá elevar em cerca de R$ 1,5 bilhão os gastos previstos com benefícios previdenciários e assistenciais, além de seguro-desemprego e abono salarial.

Pelas contas da área econômica, cada R$ 1 a mais no salário mínimo significa custos adicionais na casa dos R$ 300 milhões ao ano.

Nas projeções apresentadas ao Congresso, o governo também reduziu a previsão de crescimento econômico para este ano, que saiu de 4,5% para 3,8%. Mas manteve o valor do próximo ano (5%).


Fonte: Folha de S.Paulo

TRT-MG condena Bradesco por obrigar funcionário a transportar valores

A 9ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG) mandou o Bradesco pagar a um bancário os danos morais causados por obrigá-lo a realizar transporte de valores.

O juiz convocado Rodrigo Ribeiro Bueno entendeu que a atitude do banco vai contra a Lei nº 7.102/83 que estabelece que somente podem fazer transporte de valores empresas especializadas ou pessoal próprio aprovado em curso de formação de vigilante. E ainda destacou que a norma prevê penalidades para o caso de descumprimento, desde a simples advertência, passando pela multa, até a interdição da instituição financeira.

O banco não concordou com a condenação e apresentou recurso, porém, o juiz não aceitou o pedido, já que ficou comprovado que o bancário e outros empregados tinham como incumbência transportar valores, por ordem do gerente geral.

No entender do juiz, o trabalhador realizou o transporte de valores sem condições de segurança oferecidas pelo banco e ainda expôs a vida à situação de risco em prol da empresa. Por isso, condenou o Bradesco ao pagamento de R$ 10 mil para reparar os danos morais causados ao trabalhador.

Convenção coletiva

Na Campanha Nacional 2011, os bancários conquistaram inclusão de nova cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que obriga os bancos a coibir o transporte de valores por funcionários.

Apesar da prática já ser proibida por meio da lei 7.102/1983, em várias situações os bancários têm sido obrigados a levar dinheiro para abastecer postos de atendimento, caixas eletrônicos ou atender a pedidos de clientes, expondo-se a perigo.


Fonte: Seeb SP, com TRT-MG

Queixas de clientes por cobranças indevidas de tarifas crescem 239,7%

As queixas de clientes das instituições financeiras pela cobrança de serviço não contratado tiveram crescimento de 239,7%. A notícia foi divulgada em reportagem do Jornal da Tarde desta terça 22, a partir de informações do Banco Central.

De acordo com a reportagem, entre janeiro e outubro deste ano ocorreram 1.512 queixas contra 445 em igual período de 2010. Além disso, Banco do Brasil, Caixa Federal, Itaú, Bradesco e Santander somam 98,2% das denúncias dos clientes sobre esse tipo de cobrança.

Ranking

No mais recente ranking de reclamações divulgado pelo BC, do mês de outubro, os cinco primeiros colocados (com mais de um milhão de clientes) foram Santander, Itaú, Banco do Brasil, Bradesco e HSBC.

Em todos eles, mantendo a toada dos demais meses de 2011, os débitos não autorizados são apontados como a principal irregularidade das instituições financeiras, seguida por esclarecimentos incompletos, cobrança indevida de cartões, entre outros.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo defende que para melhorar o serviço aos clientes e usuários das agências é necessário que as instituições financeiras investam na melhoria das condições de trabalho, por meio de mais contratações e fim das demissões, das metas abusivas e do assédio moral.


Fonte: Seeb São Paulo

Setor bancário lidera lucros no país até setembro, diz Economatica

Os setores bancários, representados por 23 instituições, é o que registra o maior volume de lucro entre as empresas de capital aberto de janeiro a setembro deste ano, segundo aponta levantamento da consultoria Economatica, divulgado nesta terça-feira(22)
. Bradesco tem lucro líquido de R$ 2,815 bilhões no terceiro trimestre
• Lucro líquido do Itaú Unibanco sobe para R$ 3,807 bilhões no 3º trimestre
• Lucro do Santander Brasil cai para R$ 1,8 bilhão no 3º trimestre
• Banco do Brasil tem lucro líquido de R$ 2,9 bilhões no 3º trimestre
Segundo o estudo, as empresas do setor bancário acumularam lucro de R$ 37,2 bilhões em 2011 contra R$ 31,8 bilhões no mesmo período de 2010, alta de 17%.
Na sequência, está o setor de mineração, com cinco empresas que, em 2011, lucraram R$ 29,5 bilhões contra R$ 20 bilhões em 2010, alta de 46,8%.
Em seguida, entre os mais lucrativos, aparece o de petróleo e gás, com R$ 28,3 bilhões, crescimento de 13,7%.
Dos 25 setores listados pela Economatica, dois apresentam prejuízo nos nove primeiros meses de 2011: papel e celulose e eletroeletrônicos.
De acordo com a Economatica, as 335 empresas de capital aberto brasileiras nos nove meses de 2011 acumulam lucro de R$ 151,1 bilhões.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Chineses negociam compra de banco no Brasil, diz Financial Times

O China Construction Bank (CCB) está em negociações para comprar um banco no Brasil, segundo o jornal Financial Times (FT), que cita representantes da instituição e fontes familiarizadas com o negócio.

John Weinshank, vice-presidente sênior do CCB na unidade de Nova York, afirmou que o conselho do banco - o segundo maior do mundo em valor de mercado - aprovou uma proposta para abrir uma subsidiária no Brasil. O jornal reportou que a proposta ainda precisa de aprovação dos órgãos reguladores dos dois países.

Uma fonte em São Paulo ouvida pelo FT disse que o CCB iniciou conversas com os donos de um pequeno banco brasileiro sobre uma potencial aquisição, sem dizer o nome da instituição.



Fonte: Valor Online

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Bancários retomam debates das mesas temáticas com BB na próxima quarta

Crédito: Seeb Rio de Janeiro
A Contraf-CUT, federações e sindicatos se reúnem na próxima quarta-feira (23) com o Banco do Brasil para iniciar os debates das mesas temáticas, em cumprimento ao previsto no Acordo Coletivo de Trabalho 2011/2012 (parágrafo 2º da cláusula 48ª), que trata da negociação permanente e solução de divergências).
A direção do BB confirmou a reabertura das discussões com a representação dos trabalhadores em correspondência encaminhada à Contraf-CUT nesta quinta-feira (17). Com o encontro confirmado, a Comissão de Empresa dos Funcionários, reunida nesta quinta na sede da Contraf-CUT, em Brasília, decidiu que vai propor na primeira reunião um calendário de debates, sendo que a representação do banco deverá se manifestar sobre a proposição na ocasião.

A ideia é que as discussões sejam encerradas até meados de março de 2012, antes do início dos encontros e congressos de preparação da Campanha Nacional dos Bancários 2012.

A proposta também inclui focar na primeira reunião a jornada de 6 horas, uma das principais reivindicações do funcionalismo.

Veja o calendário que será apresentado pelos representantes dos bancários para as discussões com o BB:

- 23/11 e 05/12: Jornada de trabalho
- 06/12: Saúde e previdência de funcionários egressos de bancos incorporados
- 20/12: Negociação permanente
- 16/01/2012, 09/02 e 05/03: Plano de carreira
- 17/01, 10/02 e 06/03: Saúde e previdência de funcionários egressos de bancos incorporados


Fonte: Contraf-CUT com Seeb DF

Bancários reafirmam luta por igualdade racial no Dia da Consciência Negra

As vésperas de mais um 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, a Contraf-CUT, federações e sindicatos dos bancários reafirmam seu compromisso com a promoção da igualdade racial no sistema financeiro e o combate às discriminações. A luta se mostra essencial em face de pesquisas recentes que deixam transparentes as barreiras enfrentadas por negros e negras na contratação, na remuneração e na ascensão profissional nos bancos.

Segundo estudo da subseção do Dieese na Contraf-CUT, com base em dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), apenas 19,75% dos admitidos pelos bancos entre janeiro e setembro deste ano são afrodescendentes, sendo 2,74% negros e 17,01% pardos. Por outro lado, 73,49% se declaram brancos.

Os números relativos ao salário de ingresso médio dos contratados no período também são graves. Os negros entraram nos bancos recebendo um salário médio de R$ 1.685,83, pouco mais baixo que o dos pardos, de R$ 1.752,65. Enquanto isso, os brancos começam sua carreira ganhando R$ 2.743,91, um valor 62% maior. Os amarelos tiveram um salário ainda maior, de R$ 3.155,32.

"São números que deixam evidente a discriminação que sofrem os negros dentro do sistema financeiro", afirma Deise Recoaro, secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT. "São múltiplas barreiras: poucos conseguem entrar, e os que conseguem, ganham menos. Precisamos de políticas afirmativas para mudar essa situação", defende.

Os números de contratados por ocupação também mostram a discriminação. Enquanto no nível de direção foram contratados apenas 0,6% de negros, nos níveis hierárquicos mais baixos essa presença aumenta: são 2,9% entre os escriturários e 5,1% entre os agentes, assistentes e auxiliares administrativos.

Realidade antiga

Os números do Caged mostram inalterada a realidade percebida pelo Mapa da Diversidade, pesquisa realizada pela Febaran, em 2009, após anos e anos de reivindicações do movimento sindical e que escancarou as discriminações no sistema financeiro.

Os dados mostravam que, embora os homens negros representem 17% da PEA no setor bancário, eles são apenas 11% dos empregados. A diferença se intensifica no caso das mulheres negras, que são apenas 8% entre os bancários, enquanto na PEA representam 18%. O total de negros empregados no sistema financeiro brasileiro é de 19%, enquanto os negros totalizam 35,7% da PEA.

Em termos de remuneração, a desigualdade também é flagrante. O salário de funcionários pretos corresponde a apenas 64,2% do salário dos brancos, mesmo sendo a escolaridade dos negros, equivalente à dos brancos, de acordo com dados do Mapa da Diversidade.

"A luta contra as discriminações de raça, gênero, orientação sexual e contra pessoas com deficiência estão entre as bandeiras permanentes do movimento sindical bancário. É uma questão que afeta não apenas os negros e as negras, mas a todas as pessoas que defendem um modo de vida mais ético e justo. Essa luta precisa ser de todos", salienta Deise.

Desigualdade não é exceção

A discriminação não é exclusividade do sistema financeiro. De acordo com o Mapa da População Preta & Parda no Brasil, segundo os Indicadores do Censo de 2010, divulgado no último dia 14, pretos e pardos já são maioria em 56,8% dos municípios. Apesar disso, uma pesquisa realizada pelo Dieese aponta que pessoas negras recebem quase 40% menos por hora de trabalho do que demais camadas da população.

O principal motivo dessa desigualdade, segundo o estudo, é que a inserção dos negros no mercado de trabalho ocorre principalmente nas ocupações menos especializadas e pior remuneradas. Em 2010, 10,8% da população negra economicamente ativa trabalhavam como empregados domésticos. Entre a população que se declara branca e amarela, essa proporção é 5,7%.

Homenagem a Zumbi dos Palmares

A celebração do Dia da Consciência Negra, em dia 20 de novembro, é uma homenagem à memória de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, morto neste mesmo dia no ano de 1695, defendendo seu povo contra os abusos cometidos pela elite branca.

A homenagem ao líder negro foi estabelecida pelo Projeto de Lei 10.639, em 9 de janeiro de 2003, como forma de não deixar cair no esquecimento a luta por igualdade, infelizmente uma realidade ainda muito distante.


Fonte: Contraf-CUT, com Fetec-SP

25 de novembro dia Internacional de Luta contra Violência à Mulher

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Torneio de Pesca dos/as Bancários/as - Participem ! ! !

Última semana para aderir ao abaixo-assinado para PLR sem imposto de renda

A campanha para reunir adesões ao abaixo-assinado, que reivindica a alteração da Lei nº 10.101 e busca isentar os trabalhadores do pagamento de Imposto de Renda (IR) no recebimento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), termina no próximo dia 20. O documento, que será enviado ao Congresso Nacional e ao Governo Federal, é uma campanha conjunta dos bancários, químicos e metalúrgicos da CUT.

A proposta visa a corrigir uma das muitas distorções do sistema tributário brasileiro que favorecem as empresas em detrimento dos trabalhadores: enquanto a PLR dos trabalhadores é tributada, a parcela do lucro líquido das empresas distribuídas a seus acionistas é isenta do imposto desde 1996.

"A carga tributária no Brasil recai mais sobre quem recebe menos, enquanto as grandes empresas contribuem com muito pouco", afirma Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT. "Para os trabalhadores, uma reforma tributária justa teria que inverter essa lógica com a adoção, entre outras medidas, de uma tabela progressiva de IR como instrumento de distribuição de renda", afirma Marcel.

Participe

Todas as entidades ligadas à Contraf-CUT estão convocadas a se mobilizar e reunir o máximo de assinaturas.

Clique aqui para acessar o abaixo-assinado

Qualquer pessoa pode participar, desde que tenha mais de 18 anos, forneça o nome, número do documento de identidade e a cidade onde reside.

Depois de reunidas as assinaturas, é só entregar o documento preferencialmente ao seu sindicato ou na enviá-lo para a sede da Contraf-CUT: rua Líbero Badaró, 158 - 1°Andar - Centro - São Paulo - SP, CEP 01008-000.

Corrigir distorções

De acordo com informações do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais (Sindifisco), entre agosto de 2010 e setembro deste ano, as pessoas físicas foram tributadas num total de R$ 89,9 bilhões, entre IR e valores retidos na fonte, como rendimentos do trabalho.

No mesmo período os bancos contribuíram somente com R$ 37,2 bilhões, somados os pagamentos da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, do PIS/Pasep, Cofins e Imposto de Renda.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo, CUT e Sindifisco

Contraf cobra e Caixa mudará norma sobre compensação dos dias parados

Pressionada pela Contraf-CUT, durante a retomada das negociações permanentes nesta sexta-feira, dia 11 de novembro, em Brasília, a Caixa Econômica Federal esclareceu que a CI 009/2011 não foi editada para retaliar os empregados que aderiram à greve de 21 dias da categoria bancária. A medida, segundo a empresa, foi de caráter apenas informativo e não trará impactos negativos para a situação funcional dos trabalhadores, tendo por objetivo orientar os gestores a acompanharem o processo de compensação dos dias parados.

Na ocasião, depois de lembrada que a redação da cláusula da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) nacional sobre compensação prevê apenas a realização de até duas horas extras por dia, de segunda a sexta-feira, exceto feriados, até o dia 15 de dezembro e sem qualquer desconto, os representantes da empresa descartaram a vinculação desse processo ao sistema de metas (AvGestão e AvMatriz), conforme sinalizados pelos termos da CI 009.

Ao tomar conhecimento de que essa norma vem sendo utilizada por gestores para punir empregados nas unidades, provocando clima propício para a prática de assédio moral, a Caixa assumiu o compromisso de editar nova CI deixando claro, dessa vez, que a compensação dos dias parados, conforme previsto na Convenção Coletiva de Trabalho 2011-2012, se baseia no espírito colaborativo e visa apenas atualizar o trabalho acumulado em função da greve, não podendo sob hipótese alguma tornar-se instrumento de punição.

A Contraf-CUT continuará vigilante na defesa dos direitos dos empregados, denunciando qualquer tentativa de utilizar o processo de compensação como mecanismo de retaliação ou punição.

A Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), órgão da Contraf-CUT que assessora as negociações como banco, também reivindicou que fosse incluído no rol da compensação um dia a mais de greve nas bases sindicais de Porto Alegre (RS) e de Belém (PA). A Caixa, no entanto, rejeitou a reivindicação e manteve sua posição de descontar o dia 18 de outubro para os empregados vinculados à base dos dois sindicatos.

Na rodada desta sexta-feira, os outros pontos negociados entre as representações dos empregados e do banco foram os seguintes:

Saúde Caixa

Os representantes do banco apresentaram à CEE/Caixa proposta de ações para a melhoria do plano de saúde, com mudança na sistemática de atendimento e a inclusão de novos procedimentos. Serão feitos alguns ajustes, entre os quais a adoção de um novo formato de reembolso, cujo valor passará dos atuais R$ 21,70 para até R$ 36,00, no caso da opção de "livre escolha" em procedimento de consultas médicas e fisioterápicas. Fica incluída nesse valor de reembolso a co-participação obrigatória.

A partir de 16 de novembro, a Caixa implantará sistema centralizado para consulta pelas Gipes no caso de necessidade de aquisição de próteses/órteses e materiais especiais utilizados pelo beneficiário titular e seus dependentes diretos. O objetivo da medida é reduzir custos para o plano.

O banco informou ainda que, desde 1º de novembro, o Saúde Caixa cobre procedimentos com cirurgia refratária (miopia, astigmatismo e hipermetropia), teste de reflexo vermelho para aplicação em recém-nascidos e cobertura integral para aquisição e implantação de DIU (hormonal e não-hormonal), entre outros. Os processos de adiantamento odontológico e empréstimo assistencial terão novo formato a partir de 15 de dezembro de 2012.

A proposta da Caixa prevê ainda a inclusão de procedimentos para os filhos dos beneficiários titulares com idade acima de 21 anos, atendendo assim uma reivindicação do movimento dos empregados.

Foi informado ainda que, até 30 de junho do próximo ano, o Saúde Caixa disponibilizará todos os procedimentos estabelecidos pela Agência Nacional de Saúde (ANS), adotando nova tabela de preços com base na Codificação Brasileira Hospitalar de Procedimentos Médicos (CBHPM), conforme o que disciplina a lei nº 9.656/98. Outro propósito da empresa é diminuir cada vez mais a burocracia na sua relação com a rede de profissionais credenciados.

GT Saúde

As reuniões serão retomadas ainda em novembro deste ano. Fica prevista para dezembro uma reunião do Conselho de Usuários do Saúde Caixa, ocasião em que será finalizado o resultado financeiro do plano em 2011.

Ret/PV

A Caixa informou que o processo de transferência de empregados para as filiais terá início em 21 de novembro. Isto será feito sem qualquer redução em postos de trabalho. Haverá apenas uma mudança de vinculação, ou seja, quem estiver lotado em agência passará a vincular-se a uma filial.

O novo modelo prevê a criação de 524 cargos de supervisores. Os tesoureiros, por exemplo, irão permanecer na situação em que se encontram, não havendo qualquer risco de perda salarial ou de função para quem migrar para as Girets.

Avaliadores de penhor

A Caixa comunicou à representação dos empregados que já encaminhou a elaboração de levantamentos a três empresas distintas (uma delas é a Fundacentro), de modo a que sejam definidos os equipamentos necessários para o desempenho adequado da função, sem prejuízo à saúde do empregado. Um dos previstos é o EPI (Equipamento de Proteção Individual).

Programa próprio de PLR

A proposta da Caixa é discutir com a representação nacional dos empregados um programa próprio de PLR, preservando a regra da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) estabelecida em convenção coletiva. Para isso será instalado, até a primeira quinzena de dezembro, um GT formado por cinco membros de cada lado.

CCV para ex-empregados

Os sindicatos serão orientados a assinar termo de adesão para abertura de Comissão de Conciliação Voluntária (CCV), com vistas a discutir auxílio-alimentação ou qualquer outro assunto. Essa adesão é voluntária, ficando a entidade sindical com o compromisso de encaminhar o documento para a Contraf-CUT e a Caixa.

O banco propôs a realização de uma reunião em dezembro para definir regras e premissas de funcionamento.

No caso da CCV específica sobre a 7ª e a 8ª horas, o assunto estará em debate no âmbito da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa).

Cheque especial dos aposentados

A CEE/Caixa questionou a mudança de faixa na taxa de juros para o cheque especial dos aposentados. Em resposta a esse questionamento, a empresa se comprometeu a ajustar suas tabelas, incluindo no pacote o que for relativo à consignação.

Conselho de Administração

Foi dito que a Caixa continua aguardando as alterações estatutárias previstas pela legislação. Ficou acertado que, por ocasião da rodada de negociações permanentes prevista para 15 de dezembro, serão anunciados os membros da comissão paritária encarregada de definir as regras do processo eleitoral.

A portaria assinada pela presidenta Dilma Roussef, em março deste ano, estabelece instruções para a participação de representantes dos trabalhadores nos Conselhos de Administração das empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladoras em que a União, direta ou indiretamente, detenha maioria do capital social com direito a voto. Essa portaria está amparada na lei nº 12.353/2010, sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Essa nova lei, que vem ao encontro de uma antiga reivindicação dos trabalhadores, passando a ser uma conquista definitiva, determina que o representante dos trabalhadores no Conselho de Administração seja eleito dentre os empregados ativos da empresa pública. A eleição é por voto direto e, no caso da Caixa, será organizada pela empresa em conjunto com as entidades sindicais.

Para Jair Pedro Ferreira, diretor vice-presidente da Fenae e coordenador da CEE/Caixa, o principal mérito da medida é a democratização da gestão da Caixa, podendo contribuir assim para a melhoria da condução do patrimônio público.

Vale transporte

A Caixa deixou claro que não pretende modificar os termos da CI que estabelece o desconto do vale transporte não utilizado pelo empregado que aderiu à greve da categoria bancária. Ficou registrado, no entanto, o protesto da representação nacional dos empregados contra essa postura da empresa.

Campanha de filiação à Funcef

A iniciativa da empresa será desenvolvida em parceria com as entidades sindicais. Esse esforço conjunto terá o objetivo de convencer os mais de cinco mil bancários que ainda não estão vinculados à Fundação.

Um texto com este objetivo será elaborado. A ideia é de que esse texto seja publicado pelos veículos de comunicação da Caixa e das entidades sindicais na data de 2 de dezembro.

Promoção por mérito do ano-base 2012

Uma reunião da comissão nacional paritária deverá ser realizada antes do dia 15 de dezembro, para discutir os critérios de avaliação da promoção por mérito do ano-base 2012.

Jair Ferreira lembra que a promoção por mérito é uma importante conquista da luta do movimento dos empregados da Caixa. Ele defendeu, durante a rodada de negociações permanentes desta sexta-feira, que os critérios de avaliação sejam definidos sempre no início de cada ano, de modo a possibilitar que os trabalhadores tomem conhecimento com antecedência dos itens pelos quais estão sendo avaliados. Com isso, segundo Jair, a tendência é de que o conjunto dos empregados passe a ser contemplado.

Assédio moral

A Contraf-CUT, por meio da CEE/Caixa, voltou a cobrar da empresa uma solução para os diversos casos de assédio moral relatados pelas entidades sindicais. Foi lembrado que as respostas da Caixa para as denúncias formalizadas quase sempre são genéricas e insignificantes, o que vem gerando insatisfações generalizadas país afora. Nem o termo aditivo firmado entre as partes, que define prazos, tem sido levado em conta.

A justificativa da Caixa para a demora na solução do problema foi de que, em geral, a denúncia de assédio moral entra na empresa pela porta da Comissão de Ética, que tem prazo de 60 dias para se pronunciar. Quando a situação possui caráter mais grave, a denúncia é encaminhada para o Regime Disciplinar, que tem todo um rito e não trabalha com prazos definidos.

A Contraf-CUT continuará cobrando uma solução para todos os casos de assédio moral no ambiente de trabalho.


Fonte: Fenae