segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Alerta para radares de velocidade deixa de ser obrigatório

Os motoristas não precisam ser mais avisados da presença de radares fixos ou móveis nas ruas e estradas do País. Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) em vigor desde a última quinta-feira derrubou a obrigatoriedade da instalação de placas de informação antes dos equipamentos de fiscalização eletrônica.

Apesar de abolir a instalação dos avisos, a resolução estabelece que os radares não podem estar escondidos da visão dos motoristas. Até 2003, a presença das placas era obrigatória. A norma foi revogada, mas entrou novamente em vigor em 2006.

O Contran também flexibilizou outras exigências em relação aos radares móveis, que foram liberados em trechos de rodovias sem sinalização de velocidade máxima. O conselho também dispensou a realização de estudo prévio para a presença desses equipamentos em estradas. Agora, qualquer ponto pode ser alvo de fiscalização eletrônica com radares de velocidade.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Itaú aparece entre os favoritos para a São Pilantra 2011

Itaú aparece entre os favoritos para a São Pilantra 2011
Empresa pode erguer o “troféu” deste ano por demitir trabalhadores com longo tempo de casa, funcionários com deficiência e bancários próximos da aposentadoria

São Paulo - Os bancários já estão enviando suas indicações para o São Pilantra 2011 que deve se configurar numa das disputas mais acirradas desde o início das manifestações em 1998. Neste ano a “prova” acontece em 28 de dezembro, na Paulista.

Entre os favoritos está o Itaú Unibanco, por promover um dos natais mais tristes entre seus trabalhadores. O clima é de insegurança devido ao processo de demissões que atinge principalmente funcionários com longo tempo de casa e prestes a se aposentar, além de pessoas com deficiência. A conduta do banco está sendo combatida pelo Sindicato por meio de protestos, inclusive com denúncia a organismos internacionais como o Ponto de Contato Nacional (PCN) da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

No cenário nacional são lembradas figuras como José Serra (indicação “turbinada” depois das denúncias publicadas no livro A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro), o governador Geraldo Alckmin, o prefeito Gilberto Kassab e o deputado Sandro Mabel, autor do projeto que amplia a terceirização. Boas cotações têm o cartola Ricardo Teixeira, o PIG – Partido da Imprensa Golpista, os lotados metrôs e ônibus urbanos. E ainda o leão do imposto de renda, o interdito proibitório, a insegurança pública, a Contax (empresa de terceirização) e a Zara, por conta do trabalho escravo flagrado em sua rede de produção.

Para indicar seu favorito basta clicar aqui e enviar mensagem por meio do , colocando “São Pilantra 2011” no espaço destinado ao assunto.

“Premiados” – O protesto organizado pelo Sindicato já está na sua 14ª edição. Em 2010 o laureado foi o “Papai Noel dos Deputados” que presenteou os parlamentares federais e estaduais com aumento de 62%. Em 2009, o “Perfeito Taxab” ficou com o primeiro lugar. Em 2008, foram três grandes premiados: o governador José Serra, por vender a Nossa Caixa; o prefeito “Nunkassabe”, pelo veto à lei que obrigava as portas de segurança nas agências, e a presidenta da Caixa, Maria “Ferranda”, por descontar os dias parados na greve daquele ano.

O primeiro título, de 1998, coube ao banco Mercantil, por não pagar a PLR devida. Depois o Unibanco esbanjou “talento” para garantir três “conquistas” (1999, 2000 e 2002), sendo que em 2000 dividiu o título com o juiz Lalau. Em 2001 o vencedor foi Paulinho, presidente da Força Sindical, por atuar a favor da flexibilização dos direitos dos trabalhadores. Em 2003, o Banco Real (hoje Santander), que demitira 190 pessoas às vésperas do Natal. Em 2004 foi Edemar Cid Ferreira, do Banco Santos, por prejudicar mais de 800 funcionários. Já em 2006 o prêmio foi dividido entre os ex-governadores Cláudio Lembo e Geraldo Alckmin, pela péssima administração da Nossa Caixa. O vereador Dalton Silvano (PSDB) foi o vencedor em duas competições, 2005 e 2007, pelo mesmo motivo: querer retirar as portas de segurança das agências.



Redação - 14/12/2011

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Bancos terão expediente normal no dia 23 e não atenderão público no dia 30

Os bancos terão expediente normal nesta sexta-feira, dia 23, e estarão fechados ao público na última sexta-feira do ano, dia 30. Os bancos só deverão funcionar, nesse dia, para transações com outras instituições financeiras.

Assim, o último dia de atendimento ao público será quinta-feira, dia 29, e o horário de funcionamento deverá ser o habitual. A informação é da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

A instituição recomendou a afixação de cartazes nas agências, informando o horário normal de atendimento ao público no dia 23 de dezembro e o não atendimento no dia 30 de dezembro.


Fonte: Agência Brasil

Governo rejeita aumento real para aposentadorias acima do mínimo em 2012

O governo federal não vai conceder aumento acima da inflação para os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que recebem mais de um salário mínimo por mês, informou o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. "Não há reajuste real", garantiu ele, após se reunir na terça-feira (20) com sindicalistas e representantes dos aposentados, em Brasília.

As entidades reivindicam aumento em torno de 12% para os cerca de 9 milhões de aposentados e pensionistas do país que ganham mais de um salário mínimo. O impacto do reajuste nesse patamar representaria, de acordo com o governo, uma despesa adicional de cerca de R$ 8 bilhões para a Previdência.

Carvalho ressalvou que a decisão não é definitiva e o tema voltará a ser discutido no ano que vem. "Não é uma conversa encerrada. Para ter reajuste ano que vem não precisa colocar no Orçamento. Podemos conceder reajuste depois, a conversa continua".

Sem acordo, a categoria só terá a reposição da inflação. Até o momento, o governo propõe acréscimo de 6,3%, referente à estimativa da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) este ano.

O ministro explicou que o momento econômico de incertezas em relação à crise economica mundial exige cautela do governo federal. "Temos responsabilidade, estamos vendo a crise internacional. Para nós, a coisa mais importante é ter uma linha de política econômica. Ser governo é isso, tem que ter coragem de enfrentar e de dizer não. Até com dor no coração", justificou.

Para o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, o veto ao reajuste dos aposentados está relacionado à sustentabilidade do sistema, que precisa passar por reformas. "A discussão é a situação da Previdência, que está precisando de uma reforma para poder pagar melhor os aposentados. Essa a minha posição".

A posição do governo não agradou aos representantes dos aposentados. Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, João Batista Inocentini, o aumento reivindicado ajudaria a estimular a economia. "Lula, quando deu aumento para os aposentados, também ajudou o país a sair da crise. Não dá para aceitar [o veto]. Não tenho dúvida de que a presidenta vai perder o voto dos aposentados", criticou ele.


Fonte: Agência Brasil

Artigo de Frei Betto analisa economia globalizada e crise europeia

Sob o título O Ovo da Serpente, o escritor Frei Betto divulgou artigo onde analisa a economia globalizada e a crise europeia. O autor, em parceria com Marcelo Gleiser e Waldemar Falcão, de "Conversa sobre fé e ciência" |(Agir), entre outros livros, avalia as causas e busca saídas. "Nenhuma economia podia suportar tamanho consumismo e a monopolização crescente da riqueza", aponta.

"A história recente da Europa ensina que a crise social é o ovo da serpente - chocado pelo fascismo. Sobretudo quando a crise não é de um país, é de um continente. Não adiantam mobilizações em um país, é preciso que elas se expandam por toda a Europa", defende o escritor.

Leia a íntegra do artigo de Frei Betto:

O Ovo da Serpente

Não é preciso ser economista para perceber a grave turbulência que afeta a economia globalizada. Se a locomotiva freia, todos os vagões se chocam, contidos em seu avanço. E o Brasil, apesar do PIB de US$ 2,5 trilhões, ainda é vagão...

Todo ano, desde 1980, cumpro a maratona de uma semana de palestras na Itália. Desde o início deste novo milênio eram evidentes os sintomas de que a próxima geração não desfrutará do mesmo nível de bem-estar dos últimos 20 anos. Nenhuma economia podia suportar tamanho consumismo e a monopolização crescente da riqueza. Agora, a realidade o comprova. A carruagem da Cinderela virou abóbora. A União Europeia patina no pântano...

Muitas são as causas da atual crise econômica. Apontá-las com precisão é tarefa dos economistas que não cultivam a religião da idolatria do mercado. Como leigo no assunto, arrisco o meu palpite.

Desde os anos 80, a especulação se descolou da produção. O mundo virou um cassino global. Sem passaporte e sem vistos, bilhões de dólares trafegam livremente, dia e noite, em busca de investimentos rentáveis. Enquanto o PIB do planeta é de US$ 62 trilhões, o cacife do cassino é de US$ 600 trilhões. A famosa bolha... Haja papel sem lastro!

A lógica do lucro supera a da qualidade de vida. A estabilidade dos mercados é, para os governos centrais, mais importante que a dos povos. Salvar moedas, e não vida humanas.

Todos sabemos como a prosperidade da Europa ocidental foi alcançada. Para se evitar o risco do comunismo, implantou-se o Estado de bem-estar social. Combinaram-se Estado provedor e direitos sociais. Reduziu-se a desigualdade social, e as famílias de trabalhadores passaram a ter acesso à escolaridade, assistência de saúde, carro e casa própria.

Em contrapartida, para não afetar a robustez do capital, desregularam-se as relações de trabalho, desativou-se a luta sindical, sepultou-se a esquerda. Tudo indicava que a prosperidade, que batia à porta, viera para ficar.

Não se deu a devida importância a um pequeno detalhe aritmético: se há duas galinhas para duas pessoas, e uma se apropria das duas, a outra fica a ver navios... E quando a fome bate, quem nada tem invade o espaço de quem muito acumulou.

Assim, os pobres do mundo, atraídos pelo novo Eldorado europeu, foram em busca de um lugar ao sol. Ótimo, a Europa, como os EUA, necessitava de quem, a baixo custo, limpasse privadas, cuidasse do jardim, lavasse carros...

A onda migratória viu-se reforçada pela queda do Muro de Berlim. A democracia política chegou ao Leste europeu desacompanhada da democracia econômica. Enquanto milhares tomaram o rumo de uma vida melhor no Ocidente, seus governos acreditaram que, para chegar ao Paraíso, era preciso ingressar na zona do euro.

A Europa entrou em colapso. A culpa é de quem? Ora, crime de colarinho branco não tem culpado. Quem foi punido pela crise usamericana em 2008? Os desmatadores do Brasil não estão sendo anistiados pelo novo Código Florestal?

Culpados existem. Todos, agora, se escondem sob a barra da saia do FMI. E nós, brasileiros, sabemos bem como este grande inquisidor da economia pune quem comete heresias financeiras: redução do investimento público; arrocho fiscal, desemprego, aumento de impostos, corte de direitos sociais, punição a países com déficit público etc.

O descaramento é tanto que o pacote do FMI inclui menos democracia e mais intervencionismo. Quando Papandréu, primeiro-ministro da Grécia, propôs um plebiscito para ouvir a voz do povo, o FMI vetou a proposta, depôs o homem e nomeou Papademos, um tecnocrata, para o seu lugar. Também o governo da Itália foi ocupado por um tecnocrata. Como se o fim da crise dependesse de uma solução contábil.

A história recente da Europa ensina que a crise social é o ovo da serpente - chocado pelo fascismo. Sobretudo quando a crise não é de um país, é de um continente. Não adiantam mobilizações em um país, é preciso que elas se expandam por toda a Europa. Mas como, se não existem sindicalismo combativo nem partidos progressistas?

As mobilizações tipo Ocupem Wall Street servem para denunciar, não para propor, se não houver um projeto político. Quem se queixa do presente e teme o futuro, corre o risco de se refugiar no passado - onde se abrigam os fantasmas de Hitler e Mussolini.


Fonte: Frei Betto ▪ Últimas Notícias

sábado, 10 de dezembro de 2011

Primeira juíza negra do Brasil será nomeada desembargadora

Em sessão ordinária na última terça-feira (06), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, por unanimidade, a nomeação da juíza baiana Luislinda Valois para o cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia. O CNJ levou em conta o critério de antiguidade no cargo. Luislinda, negra e de origem pobre, é a primeira juíza negra do Brasil.n“É o reconhecimento da luta de uma mulher negra, rastafári, que conseguiu sair vitoriosa desse processo”, afirmou ela. Ela ocupava o cargo de desembargadora substituta no Tribunal de Justiça desde agosto de 2010. Com a proximidade da aposentadoria compulsória, a nomeação poderia não acontecer. O movimento negro baiano se mobilizou pela nomeação de Luislinda e comemorou a decisão do CNJ.


Luislinda foi a primeira juíza negra a proferir uma sentença contra o racismo no país. Atua no Tribunal de Justiça de Salvador desde 1993, e trabalhou na reativação de diversos juizados especiais no estado da Bahia.

André Shalders

Com informações do Correio da Bahia

Fonte: Érika Kokay

Ministério Público notifica BB por trabalho aos sábados em Pernanbuco

O Ministério Público notificou o Banco do Brasil nesta sexta-feira, 09, sugerindo que suspendesse o trabalho aos sábados. Desde a última semana de novembro, trabalhadores estão sendo convocados para abdicar de seu descanso e comparecer às agências. O Sindicato dos bancários de Pernanbuco se reuniu com a Superintendência, mas não obteve sucesso. Apelou para a via judicial e política. No sábado passado, dia 03, conseguiu barrar a irregularidade em visita às agências. Nesta quarta, 07, participou de audiência no Ministério Público que deu, nesta sexta, seu parecer: a atitude do Banco do Brasil contraria a legislação trabalhista.

A CLT determina, no artigo 224, que a jornada de trabalho dos bancários é de seis horas em dias úteis. Nos finais de semana, sábados e domingos, o trabalho só pode ser admitido por “motivos de força maior ou para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto”. Mesmo assim, a exceção deve ser comunicada à autoridade competente em matéria de trabalho com antecedência de dez dias.

A convocatória do BB não obedece a qualquer motivo de força maior. Trata-se, tão somente, de telemarketing, vendas e da tentativa de cumprir metas e se posicionar melhor no ranking entre estados. “Pernambuco está em penúltima colocação e, por conta disso, o superintendente quer rasgar a CLT e transferir todo o ônus para os trabalhadores”, diz o secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix.

Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, o posicionamento do Ministério Público é importante. “Mas é fundamental que cada bancário também tome posição e não aceite ser cúmplice de medidas deste tipo, que abrem um precedente perigoso para o ataque de nossos direitos. Já pensou se todo banco que quiser se posicionar melhor no mercado resolver rasgar a legislação?”, questiona.

Durante a audiência da quarta-feira, no Ministério Público, o Sindicato deixou claro que só negociaria a possibilidade de trabalho aos sábados se, de fato, fosse um motivo de força maior. “O que não aceitamos, de forma alguma, é flexibilizar nossos direitos por conta de metas cada vez mais abusivas”, diz Fabiano.

Nacional – As medidas arbitrárias do Banco do Brasil tem caráter nacional, agravadas em Pernambuco por conta do posicionamento do estado no ranking. Recentemente, o presidente do banco, Aldemir Bendine, convocou a cúpula da empresa para ordenar o cancelamento de férias, abonos, licença-prêmio e processos seletivos internos em andamento. O motivo: pressionar os funcionários a oferecerem crédito a qualquer custo para que o BB atinja a marca de R$ 1 trilhão em ativos até 31 de dezembro, meta definida arbitrariamente pela diretoria do banco.

Imediatamente, a ordem do presidente começou a ser replicada da pior forma possível nas unidades da federação. Parte dos gestores passou a hostilizar e ameaçar toda a equipe de funcionários, mandando os mesmos trabalharem em finais de semana de forma ilegal e ameaçando com a retirada das comissões.

Muitos gestores ainda pressionam os trabalhadores a realizar operações ilegais, mandando fazer crédito sem autorização dos clientes, prejudicando-os e colocando em risco a carreira dos trabalhadores. Além disso, criaram falsas centrais de crédito, esvaziando as agências de forma perigosa e irresponsável, pois ali existe a necessidade de um número mínimo de bancários para atender satisfatoriamente as demandas diárias de trabalho.

Fonte: Fabiana Coelho - Seec-PE
Criado por: Marcos Paulo e Postado em: 9/12/2011 18:48:59

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Bancários/as do BB têm até dia 16 para utilizar verba de aprimoramento

Escriturários, caixas, assistentes e auxiliares do Banco do Brasil têm até o dia 16 para utilizar os recursos do Programa de Aprimoramento dos Funcionários (PAF). São R$ 215 que o banco disponibiliza para cada funcionário, que podem ser utilizados em cursos, livros, material didático, assinatura de jornais de grande circulação, de provedor internet e banda larga, entre outros.

"A verba é uma conquista dos funcionários do BB nas negociações específicas da Campanha 2011. Os bancários não podem deixar de usar um direito garantido na negociação coletiva", afirma William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e funcionário do BB.

Os recursos são distribuídos aos bancários por meio de reembolso. "Os bancários muitas vezes têm deixado de utilizar essa verba", destaca William. "Por isso, orientamos que divulguem a data limite aos colegas em seus locais de trabalho", recomenda o dirigente sindical.

Os procedimentos para a utilização dos recursos estão explicados na Instrução Normativa (IN) 390-1, que também traz a lista dos cargos que fazem parte do público do programa e detalhes de como os recursos podem ser utilizados. Os recursos estão disponíveis também para os dirigentes sindicais.

Fonte: Contraf-CUT

Filme "Margin Call" mostra como sistema financeiro afeta ética das pessoas

Estreante em Hollywood, o cineasta norte-americano J.C. Chandor tem uma experiência bem particular e longeva no mercado financeiro. Seu pai trabalhou como consultor por quase 40 anos, boa parte deles na corretora Merrill Lynch. Ou seja, a bancarrota do Lehman Brothers e a crise do crédito foi acompanhada em família.

"O cinema é um território novo para mim, mas a economia sempre fez parte da minha vida", explica, por telefone, de Nova York, à Folha de S.Paulo. Ele diz que "Margin Call" partiu de seu interesse de mostrar "como o sistema financeiro engole as pessoas".

"Elas são compradas, contratadas, despedidas, e isso manipula a maneira como agem, além de afetar sua ética. Um dos personagens quer fazer a coisa certa, mas a pressão da empresa e a fragilidade humana o fazem calar a boca e aceitar a situação", diz. "O filme se situa na enorme zona cinzenta da ética que existe nesta área."

Inspiração

Quando fala de filmes que retratam o mercado financeiro, "Wall Street" (1987) é o primeiro que vem à cabeça.

"Não revi o filme de Oliver Stone, mas longas como este me inspiraram a tratar do tema sob outra perspectiva", diz. "É um assunto muito rico porque atinge muitas pessoas de forma profunda."

"Margin Call" impressiona ao tratar do mercado financeiro sem a histeria normalmente associada a ele. As cenas são sóbrias, ninguém grita, não há correria. A euforia das grandes negociações e cifras dá lugar à frustração típica de quando as coisas dão errado.

Foi com planos de dar novos contornos à imagem que se tem do sistema financeiro que Chandor resolveu deixar a publicidade para se lançar como roteirista e diretor. "Foi um bom timing. O assunto está engajando muita gente interessada na discussão", avalia.

Mas isso também pode jogar contra o filme. "Às vezes, as pessoas ouvem falar muito daquilo e se cansam. Há os dois lados. Mas não nego que há um movimento significativo discutindo a crise."

Filmado com US$ 3,5 milhões e com estrelas como Demi Moore, Chandor diz que "se impôs desde o roteiro" a limitação de resolver a trama toda em só um dia. "Isso ajudou a produção e a economia do dinheiro que tinha."

"Margin Call" rendeu mais de US$ 4,6 milhões em bilheteria nos EUA. "Está sendo muito lucrativo. Ainda temos muitos países para estrear."

O National Board of Review e a Associação dos Críticos de Nova York elegeram o filme como melhor longa estreante. Agora, a distribuidora nos EUA faz campanha pelo Oscar e por outros prêmios.

Como "Guerra ao Terror", de Kathryn Bigelow, que levou seis estatuetas no ano passado, quer ser o filme de baixo orçamento a estragar a festa dos blockbusters.


Fonte: Folha de S. Paulo ▪ Últimas Notícias

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Liminar mantém regras do plano antigo do ex-HolandaPrevi em Campinas

O Sindicato dos Bancários de Campinas e Região solicitou ao Santander, em ofício protocolado na última quinta-feira, dia 1º, em São Paulo, esclarecimentos sobre o valor da contribuição cobrado dos participantes do plano antigo do Holandprevi, hoje SantanderPrevi.

O pedido se faz necessário porque o Sindicato obteve liminar na Justiça, concedida recentemente pela 12ª Vara do Trabalho de Campinas, que determina ao banco a aplicação das mesmas condições do plano antigo.

No dia 1º de junho de 2009, o Santander Brasil, que incorporou o Banco Real, extinguiu o plano vigente à época e implantou novo modelo de contribuição à aposentadoria, sem negociação com os sindicatos.

No dia 21 de julho do mesmo ano, o Sindicato entrou com ação contra o fundo para pleitear a manutenção do plano antigo. Inclusive essa decisão foi aprovada em assembleia dos funcionários, realizada no dia 14 de julho daquele ano, na sede do Sindicato.

Quem tem direito

A liminar concedida pela 12ª Vara do Trabalho de Campinas, no entanto, garante as mesmas condições do plano antigo apenas para os participantes que não migraram para o novo modelo de contribuição. Porém, o Sindicato já entrou com recurso, visando estender as condições do plano antigo para quem migrou.

Orientação

Até o momento o Santander não apresentou nenhum esclarecimento sobre a contribuição ao Holandaprevi; ou seja, se está aplicando a tabela nova ou antiga. O que tem gerado muita confusão. Os participantes não devem adotar nenhum procedimento antes de consultar o Sindicato.

Bancos terão novo endereço eletrônico em janeiro para evitar fraudes

Correntistas que usam a internet para fazer transações financeiras serão orientados, a partir de janeiro, a usar um novo endereço eletrônico para acessar a página dos seus bancos em todo o país.

Em vez do tradicional www.nomedobanco.com.br, os correntistas digitarão www.nomedobanco.b.br, ou seja, o "com.br" deverá ser trocado pelo "b.br".

A alteração nos endereços dos sites dos bancos visa criar o que os técnicos em informática chamam de "nova camada de segurança" para proteger os sistemas de transações financeiras on-line e combater o phishing (furto de dados pessoais pela internet).

A criação do domínio com o "b" é uma iniciativa entre o CGI.br (Comitê Gestor da Internet), que regula a internet no país, e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Para usar um eletrônico com o domínio "b.br", a instituição financeira terá de comprovar sua atividade junto ao CGI e junto ao NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR).

De acordo com levantamentos da Safernet, ONG que investiga crimes cibernético no Brasil, prejuízos causados por fraudes em páginas de instituições bancárias causam, todo ano, um prejuízo de cerca de R$ 1 bilhão.

UM EM CADA QUATRO

Atualmente, cerca de 25% das movimentações financeiras realizadas no Brasil são feitas por meio das páginas dos bancos na internet - um em cada quatro correntistas usa o "internet banking".

"A utilização do domínio 'b.br' também tem como finalidade evitar que os sites dos bancos sejam clonados por quem comete crimes cibernéticos", disse Thiago Tavares, presidente da Safernet.

Hoje, explica Tavares, com a utilização do endereço tradicional "com.br", os bancos estão mais propensos a ter suas páginas copiadas e, quando o cliente digita o endereço, é desviado pelos cibercriminosos para uma página falsa na rede.

Os criminosos da internet conseguem fazer a clonagem quando adulteram o DNS (Domain Name System), o catálogo de sistema de nomes de domínios da internet.

Com a utilização do "b.br", isso acabará, porque, assim que o correntista digitar o site do banco, o novo sistema de identificação validará e reconhecerá a autenticidade da página do banco antes que o usuário tenha acesso a ela.

Esse reconhecimento prévio faz parte do sistema DNSSEC, que criptografará as informações dos registros dos sites bancários, tornando a sua clonagem mais difícil.

PUBLICIDADE

Os grandes bancos do país já começaram a traçar suas estratégias para investir na publicidade para divulgar a alteração dos seus endereços eletrônicos na internet, o que deve começar em janeiro.

Segundo o delegado Carlos Sobral, chefe Serviço de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal, os usuários devem aderir aos novos endereços dos bancos na internet porque não há custo e o benefício de proteção é imediato.

"Quem ganha com essa pequena mudança de digitação é o cliente do banco, que estará muito mais protegido ao fazer suas transações pela internet", disse o policial.


Fonte: Folha de S.Paulo

Petroleiros aprovam acordo com ganho real e avanços na saúde e segurança

Os trabalhadores do Sistema Petrobrás referendaram nas assembleias o Acordo Coletivo conquistado na luta pela categoria. Em várias bases a proposta foi aprovada por unanimidade e em outras com mais de 90% dos votos, confirmando o desfecho vitorioso de uma campanha histórica.

As assembleias nas bases da Federação Única dos Petroleiros (FUP) já foram concluídas em todos os estados do país, com exceção do Terminal de Cabiúnas, em Macaé, onde a consulta aos trabalhadores prossegue até esta terça-feira (6).

A FUP e seus sindicatos farão a assinatura institucional do Acordo Coletivo de Trabalho 2011/2013 na próxima sexta-feira (9). A solenidade será realizada no Rio de Janeiro, na sede da Petrobrás, e marcará o fechamento da campanha reivindicatória, consolidando as conquistas dos petroleiros, que, mais uma vez, provaram o poder de organização da categoria.

A luta por segurança, ampliação dos benefícios e melhores condições de trabalho e salários continua, pois é permanente e se faz também no dia a dia, denunciando e enfrentando os gestores que atacam os direitos da categoria.

A FUP parabeniza cada petroleiro e petroleira que aprovou e se preparou para a greve com controle e parada de produção, participando dos seminários de qualificação e das assembléias permanentes. A disposição de luta da categoria foi fundamental para fortalecer a FUP no processo de negociação e arrancar as conquistas referendadas nas assembléias. É essa força e organização que fazem dos petroleiros uma categoria de referência na luta de classes no Brasil e no mundo.

Reconquista de direitos

Uma das mais emblemáticas conquistas desta campanha é a retomada de direitos que foram retirados dos petroleiros na década de 90, durante o governo FHC. A força da organização da categoria e o seu poder de luta foram preponderantes no enfrentamento com os gestores e resgataram direitos históricos, como a progressão salarial a cada 12 e 18 meses, garantindo a todos os trabalhadores o avanço de um nível por antiguidade a cada 24 meses, independentemente da avaliação dos gerentes. Soma-se a isso o extra turno (dobradinha) de mais um feriado (sete de setembro) e o descongelamento do ATS dos trabalhadores que tiveram esse direito atacado no passado.

A vida em primeiro lugar

Mesmo com toda a resistência das gerências, garantimos a retirada do TFCA das metas corporativas da Petrobrás e suas subsidiárias, começando pelo GD dos trabalhadores. Outra conquista histórica é a participação das representações sindicais nas reuniões de todas as CIPAs offshore, garantindo só na Bacia de Campos cerca de 150 embarques anuais nas plataformas. Além disso, conquistamos a participação dos sindicatos também nas comissões de apuração de incidentes, com a garantia de acesso às áreas das ocorrências.

Ganho real

Além de terem garantido a antecipação da inflação durante as primeiras rodadas de negociação, os petroleiros conquistaram entre 2,5% e 3,25% de ganho real, um dos maiores reajustes conquistados esse ano pelas categorias organizadas. Soma-se isso a garantia de um piso no pagamento do abono, o que ampliou os valores para os trabalhadores que recebem menos.

Avanços nos benefícios

Um dos eixos da campanha foi a melhoria dos benefícios, já que esse é um acordo que tem validade de dois anos para as cláusulas sociais. Houve avanços importantes em relação à AMS, Petros, benefícios educacionais e Programa Jovem Universitário, sem falar nas conquistas dos anistiados e aposentados que continuam na ativa.


Fonte: FUP

Trabalhadores querem equiparar remuneração do FGTS com poupança

A baixa remuneração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), de 3% ao ano mais Taxa Referencial (TR), é a principal base de críticas que os trabalhadores em geral fazem sobre a gestão e operação do FGTS. Basta ver que em 2010 as contas do fundo renderam 4,06%, enquanto a caderneta de poupança, que tem remuneração de 6% ao ano mais TR, rendeu 6,9%.

A constatação é do representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Conselho Curador do FGTS, Jacy Afonso de Melo, lembrando que a remuneração do FGTS perdeu até mesmo para a inflação do ano passado, de 5,9%. "As perdas para os trabalhadores são claras", segundo ele, o pior é que essas perdas se avolumam desde que esse instrumento de "defesa do trabalhador" foi criado, em setembro de 1966.

Jacy Afonso disse à Agência Brasil que a gestão dos recursos do fundo, pela Caixa Econômica Federal, tem registrado bons lucros, mas esses resultados não beneficiam diretamente o trabalhador, verdadeiro dono das contas. "Queremos uma parte desses resultados, pelo menos o necessário para equiparar a remuneração do FGTS com a da caderneta de poupança", declarou.

Ele lembrou que tramita no Congresso Nacional um projeto de lei da senadora Marta Suplicy (PT-SP) que prevê a possibilidade de o trabalhador sacar o lucro determinado pela distribuição de 50% do saldo que exceder 1% do patrimônio líquido do FGTS no ano anterior. Nas contas da senadora, isso daria em torno de 1,5% a mais por ano nas contas vinculadas, o que elevaria a remuneração do FGTS para um patamar semelhante ao da poupança.

"Dinheiro do FGTS para distribuir com o trabalhador tem", de acordo com o representante da CUT. Basta ver os altos volumes de recursos que são desviados do FGTS para financiar habitações para populações de baixa renda, a fundo perdido. Foram R$ 4,5 bilhões no ano passado, e estão previstos mais R$ 5,5 bilhões este ano e R$ 4,4 bilhões em 2012. Tudo no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida.

Os objetivos do programa "são os mais louváveis possíveis", segundo ele. Mas o que a maioria dos trabalhadores e empresários do Conselho Curador do FGTS questiona é o fato de o FGTS sustentar praticamente sozinho uma obrigação que seria do Tesouro. Jacy informou que apenas 20% do investimento a fundo perdido (sem retorno) saem do caixa do governo federal, o restante sai do patrimônio líquido do fundo.

Este, por sinal, é o principal motivo que leva a equipe econômica do governo a ser contra a ideia de aumentar a rentabilidade das contas dos trabalhadores, com distribuição de parte do lucro líquido obtido a cada ano - lembrou o ex-conselheiro Celso Petrucci, que representou a Confederação Nacional do Comércio, Bens e Serviços (CNC) no Conselho Curador do FGTS durante seis anos, em seminário realizado há duas semanas para comemorar os 45 anos de criação do fundo.

Bancos geram 18.167 empregos até setembro, diz pesquisa Contraf/Dieese

Os bancos que operam no Brasil criaram 18.167 novos postos de trabalho entre janeiro e setembro de 2011, mas aumentaram as demissões e ampliaram a prática da rotatividade para diminuir o salário dos bancários e aumentar os lucros. A geração de empregos podia ter sido maior, se o Itaú Unibanco e o Santander não tivessem cortado 2.496 e 1.636 vagas no mesmo período, respectivamente.

Os números são da 11ª Pesquisa de Emprego Bancário, elaborada desde 2009 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.

O levantamento também considera os dados divulgados nos balanços dos cinco principais bancos (Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander), que revelam os funcionários da holding.

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"A geração de empregos é positiva, mas os bancos têm condições de aumentar as contratações e abrir mais vagas, na medida em que os bancos lucraram mais de R$ 37,2 bilhões nos primeiros nove meses deste ano", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

O que preocupa é a queda no ritmo da criação de empregos no terceiro trimestre. Houve uma redução de 23,32% no terceiro trimestre em relação a igual período do ano passado. Houve abertura de 6.189 novas vagas contra 8.071 no mesmo trimestre de 2010.

Os empregos gerados nos primeiros nove meses do ano foram o resultado de 46.064 admissões e 27.897 desligamentos. Esse saldo positivo significa expansão de 6,45% no emprego bancário em relação ao mesmo período de 2010, quando foram criadas 17.067 novas vagas. Já o crescimento em relação ao número de empregados que havia no setor em dezembro de 2010 foi de 3,76%, totalizando agora 483.097 trabalhadores.

Na comparação com o saldo de 1.805.337 empregos gerados pela economia brasileira nos primeiros nove meses do ano, os bancos contribuíram com apenas 1,01% desse total. No mesmo período, a remuneração média dos admitidos foi de R$ 2.487,74, o que revela uma redução de 38,45% frente à remuneração dos desligados, que foi de R$ 4.041,62.

De janeiro a setembro, as demissões sem justa causa voltaram a ser o principal motivo dos desligamentos, atingindo 47,8% do total de despedidas. Com isso, o percentual dos desligamentos a pedido que, nas pesquisas anteriores eram responsáveis pela maior parte da saída de empregados nos bancos, caiu ficando em 45,9% no período.

"Esses dados comprovam a crueldade da política de rotatividade dos bancos, que demitem trabalhadores para baixar custos e turbinar ainda mais os seus lucros, demonstrando falta de compromisso com o desenvolvimento econômico e social do país", destaca o presidente da Contraf-CUT.

20% dos desligados tem menos de um ano de banco

A pesquisa Contraf-CUT/Dieese revela que, do total de 27.897 desligados dos bancos brasileiros em 2011, apenas 24,63% (ou 6.782 pessoas) estavam no emprego há pelo menos dez anos. Os trabalhadores com até um ano de banco somam 20,67% dos desligamentos nos bancos em 2011, enquanto aqueles com mais de um e menos de cinco anos no emprego, representam 38,55% do total de desligados. Ou seja, 59,22% dos bancários são desligados antes de completarem cinco anos no emprego, o que evidencia a alta rotatividade no setor.

"É um absurdo que, de cada cinco trabalhadores, um deixe o banco antes de completar 12 meses casa. A altíssima rotatividade torna instável o emprego bancário e acaba com as perspectivas de carreira, especialmente no setor privado", critica Carlos Cordeiro.

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Em setembro de 2010, o número de trabalhadores com até 5 anos representava 57,6% do total de desligados, sendo 15,7% os que saíram antes de completarem 1 ano, como descrito na tabela abaixo.


Total de desligados por tempo de emprego

Brasil - Janeiro a setembro de 2010 e 2011

Tempo empregado
Desligados (01a 09/2010)
Part. %
Desligados (01a 09/2011)
Part. %

De 1,0 a 11,9 meses
4.183
15,71%
5.691
20,40%

De 12,0 a 59,9 meses
11.157
41,89%
10.616
38,05%

De 60,0 a 119,9 meses
3.696
13,88%
4.447
15,94%

120 meses ou mais
7.196
27,02%
6.782
24,31%

Ignorado
402
1,51%
361
1,29%

Total
26.634
100,00%
27.897
100,00%


Fonte: MTE/ Caged. Elaboração: Dieese/Subseção Contraf-CUT





Maioria dos desligamentos são demissões sem justa causa

A demissão sem justa causa avançou para 47,79% nos primeiros nove meses do ano e tornou-se o principal tipo de desligamento da categoria, ultrapassando os 45,90% dos casos de demissão a pedido, que havia sido responsável pela maior parte dos desligamentos no ano passado.

"Essa mudança no tipo de desligamentos é reflexo de milhares de demissões ocorridas no Itaú Unibanco e Santander, que fecharam 4.132 vagas no período, o que é totalmente injustificável diante dos lucros gigantescos dessas instituições", aponta o presidente da Contraf-CUT.

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Desligados estão nas maiores faixas de remuneração

O saldo positivo do emprego nos bancos em 2011 está concentrado nas faixas salariais mais baixas, especialmente no segmento entre 2,01 a 3,0 salários mínimos, que registrou um saldo de 23.948 postos de trabalho.

A partir daí, todas as faixas apresentam saldo negativo de emprego, com destaque para o segmento de 3,01 a 7,0 salários mínimos, onde houve a diminuição de 4.535 postos de trabalho. Esse movimento deve-se ao fato de a grande maioria das admissões (68,3%) estar concentrada na faixa de até 3 salários mínimos, enquanto os desligamentos se distribuíram pelas faixas superiores de remuneração.

"Isso prova que os bancos continuam utilizando a alta rotatividade como instrumento para reduzir seus gastos com a folha de pagamento, demitindo os bancários com salários mais altos", salienta Carlos Cordeiro.

Entre os desligados, 47,2% destes postos estavam nas faixas a partir de 3 salários mínimos. Com isso, a remuneração média de quem é admitido (R$ 2.487,74) é 38,45% inferior à média salarial dos desligados (R$ 4.041,62). As admissões na faixa de até 3 salários mínimos, em setembro de 2010, correspondiam a 59,65% do total de admissões.


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Norte e Nordeste: maior percentual de crescimento de empregos

A Região Sudeste apresentou o melhor desempenho nos primeiros nove meses de 2011, com a criação de 7.915 postos de trabalho, mas as regiões Norte e Nordeste apresentaram maior percentual de crescimento na geração de postos de trabalho do setor bancário.

Região do País
Admitidos
Desligados
Saldo
Diferença da Rem. Média
(%)

Nº de trabalhadores
Part.
(%)
Rem. Média
(em R$)
Nº de trabalhadores
Part.
(%)
Rem. Média
(em R$)

Norte
2.341
5,08%
1.568,26
792
2,84%
2.957,86
1.549
-46,98%

Nordeste
7.135
15,49%
1.666,17
2.250
8,07%
3.314,44
4.885
-49,73%

Sul
6.031
13,09%
1.972,15
3.618
12,97%
3.892,43
2.413
-49,33%

Centro-Oeste
3.090
6,71%
1.880,42
1.685
6,04%
3.910,40
1.405
-51,91%

Sudeste
27.467
59,63%
2.961,05
19.552
70,09%
4.208,12
7.915
-29,63%

Total
46.064
100,00%
2.487,74
27.897
100,00%
4.041,62
18.167
-38,45%


Fonte: MTE/ Caged. Elaboração: Dieese/Subseção Contraf-CUT




Em relação ao período de janeiro a setembro de 2010, as Regiões Norte e Nordeste destacam-se pela significativa expansão dos postos de trabalho no setor, com crescimento de 125,47% e 478,11%, respectivamente, apesar de expressiva diferença de remuneração entre admitidos e desligados.

Em sentido contrário, a Região Sudeste, apesar do maior saldo de empregos, apresentou queda de 31,73% em relação ao mesmo período de 2010. Em redução também, porém, não tão significativa, aparecem as regiões Sul (-4,55%) e Centro-Oeste (-0,57%), como é possível observar na tabela abaixo.


Região
Saldo

(jan a set. 2010)
Saldo

(jan a set. 2011)
Variação

Norte
687
1.549
125,47%

Nordeste
845
4.885
478,11%

Centro-Oeste
1.413
1.405
-0,57%

Sudeste
11.594
7.915
-31,73%

Sul
2.528
2.413
-4,55%

Total
17.067
18.167
6,45%


Fonte: MTE/ Caged. Elaboração: Dieese/Subseção Contraf-CUT



Itaú e Santander fecharam 4.132 postos de trabalho

A pesquisa inclui também um olhar sobre os dados divulgados nos balanços dos cinco principais bancos (Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander). Apesar dos lucros bilionários, o Itaú e Santander fecharam 2.496 e 1.636 postos de trabalho, respectivamente, nos primeiros nove meses deste ano.

O número de funcionários do Itaú era de 102.316 trabalhadores em dezembro de 2010 e cresceu para 104.022 em março de 2011. No entanto, houve fechamento de 4.202 postos entre março e setembro, apresentando 99.820 empregados em setembro. Isso significa uma queda de 2,44% no saldo de empregos em relação ao final do ano passado e de 4,04% na comparação com março de 2011.

No Santander, o número total de funcionários, em dezembro de 2010, era de 54.406 trabalhadores. Ao final do terceiro trimestre de 2011, o número registrado foi 52.770, o que significa um corte de 1.636 empregos (queda de 3% em relação ao final do ano passado).

Enquanto isso, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal apresentaram saldos positivos de 6.086, 4.568 e 1.990 empregos, respectivamente, o que foi decisivo para geração de 18.167 postos de trabalho em todo setor bancário nos primeiros nove meses do ano.

Bancos
Número de empregados
Saldo em 2011
Variação Dez/10-Set/11

4tri/10
1tri/11
2tri/11
3tri/11

Bradesco
95.248
96.749
98.317
101.334
6.086
6,39%

Banco do Brasil*
109.026
111.224
112.913
113.594
4.568
4,19%

Caixa Econômica Federal
83.185
83.506
84.420
85.175
1.990
2,39%

Santander
54.406
54.375
53.361
52.770
-1.636
-3,01%

Itaú*
102.316
104.022
101.531
99.820
-2.496
-2,44%

Total
444.181
449.876
450.542
452.693
8.512
1,92%



"A economia do Brasil está crescendo e, por isso, todos os grandes bancos deveriam aproveitar este momento para abrir novas agências e postos de atendimento, contribuindo para a inclusão bancária de milhões de cidadãos brasileiros e garantindo emprego decente para os bancários", conclui Carlos Cordeiro.


Fonte: Contraf-CUT

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

1º Fórum A Invisibilidade Negra assume compromisso de combate ao racismo

O 1º Fórum Nacional: A invisibilidade Negra no Sistema Financeiro terminou nesta terça-feira (29), em Salvador, com a aprovação de uma carta compromisso reunindo objetivos e ações a serem implementadas pelas entidades sindicais no combate à discriminação de negros e negras nos bancos.

A mesa final do evento foi presidida por Deise Recoaro, secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, e contou com a participação de Júlia Nogueira, secretária de Combate ao Racismo da CUT, e Valmira Luiza, secretária de Combate ao Racismo da CTB. Também estiveram presentes o secretário-geral e o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Marcel Barros e Miguel Pereira, respectivamente.

"Essa carta não pretende trazer constrangimentos às entidades sindicais, ao contrário. É uma forma de estímulo à reflexão sobre o tema para as entidades que não tiveram a oportunidade de presenciar as discussões do Fórum, que foram bastante ricas. Esperamos intensificar as ações em todas as entidades na luta contra o racismo", afirma Deise.

A secretária de Combate ao Racismo da CUT elogiou o evento. "Quando reunimos trabalhadores de um setor para debater a discriminação de forma responsável, com números e pesquisas, isso dá subsídios para formular políticas sobre o tema. Chega de ficar falando sem ter ações concretas", defende Júlia Nogueira.

O evento foi integralmente transmitido ao vivo pelo site da Contraf-CUT, graças à parceria com o Sindicato dos Bancários de Brasília.

Veja abaixo a íntegra da carta compromisso:

CARTA COMPROMISSO

1º Fórum Nacional: A Invisibilidade Negra no Sistema Financeiro

A categoria bancária tem um compromisso de longa data no combate às discriminações de qualquer espécie por entender que esta prática não é benéfica para a classe trabalhadora independentemente do sexo, da cor da pele, da orientação sexual, de ter ou não uma deficiência e independentemente da idade. Está provado ao longo da história que as discriminações favorecem apenas aqueles que detêm o capital, aqueles que concentram as riquezas, aqueles que querem segregar os trabalhadores e trabalhadoras.

Considerando também o acúmulo e patamar que alcançamos com a temática de combate ao racismo na categoria, entendemos que este processo não tem mais volta, ou seja, que os bancos, denunciados pelo movimento sindical e pressionados pelos movimentos sociais, terão que abrir suas portas para uma parcela importante da população eles querendo ou não.

Acreditamos que para que a classe trabalhadora possa viver uma democracia plena é necessário que todos e todas possam exercer cidadania e que entre nós não haja trabalhadores de segunda ou terceira classe. Para que os sindicatos sejam verdadeiramente representativos dos anseios de classe, devemos intensificar as ações em curso neste país através das ações afirmativas. Orientamos e assumimos publicamente o compromisso com as seguintes ações e orientações:

Promover formação sindical sobre a questão racial;
Realizar atos e manifestações com material específico sobre a temática em datas comemorativas;
Criar coletivos temáticos nas entidades e assim fortalecer a Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS) através das representações;
Ampliar parcerias com os movimentos sociais;
Fazer a verificação da inserção da população negra nos locais de trabalho, tanto na admissão como na carreira, através de pesquisa ou outras formas de verificação;
Dar também visibilidade aos/as dirigentes afrodescentes nos materiais sindicais, a fim de criar uma identificação com os bancários na base;
Pautar na mesa temática de igualdade de oportunidades as ações afirmativas que visem ampliar a contratação de negros, negras e indígenas;
Propor audiências públicas junto aos parlamentares sobre a temática e as situações que perpassam a questão da discriminação;
Fazer uma articulação com a agenda das centrais;
Promover qualificação profissional nos termos das certificações focada na população negra;
Participar ativamente das ações governamentais através dos protocolos de intenções com a SEPPIR, SPM e MEC;
Garantir a transversalidade de gênero, raça, orientação sexual e pessoa com deficiência na elaboração da minuta e na mesa de negociação;
Desenvolver campanhas pela efetivação das Convenções 100 e 111 da OIT;
Manifestamos nossa posição contrária à fusão da SEPPIR, SPM e Secretaria Nacional da Juventude em um único Ministério porque isso retira o protagonismo e a visibilidade para as mulheres, os negros e os jovens;
Defendemos a regulamentação do Estatuto da Igualdade Racial para dar sequência ao processo virtuoso de promoção de igualdade de oportunidades iniciado nos últimos anos.

Salvador (Bahia), 29 de novembro de 2011.


Fonte: Contraf-CUT