sábado, 10 de dezembro de 2011

Ministério Público notifica BB por trabalho aos sábados em Pernanbuco

O Ministério Público notificou o Banco do Brasil nesta sexta-feira, 09, sugerindo que suspendesse o trabalho aos sábados. Desde a última semana de novembro, trabalhadores estão sendo convocados para abdicar de seu descanso e comparecer às agências. O Sindicato dos bancários de Pernanbuco se reuniu com a Superintendência, mas não obteve sucesso. Apelou para a via judicial e política. No sábado passado, dia 03, conseguiu barrar a irregularidade em visita às agências. Nesta quarta, 07, participou de audiência no Ministério Público que deu, nesta sexta, seu parecer: a atitude do Banco do Brasil contraria a legislação trabalhista.

A CLT determina, no artigo 224, que a jornada de trabalho dos bancários é de seis horas em dias úteis. Nos finais de semana, sábados e domingos, o trabalho só pode ser admitido por “motivos de força maior ou para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto”. Mesmo assim, a exceção deve ser comunicada à autoridade competente em matéria de trabalho com antecedência de dez dias.

A convocatória do BB não obedece a qualquer motivo de força maior. Trata-se, tão somente, de telemarketing, vendas e da tentativa de cumprir metas e se posicionar melhor no ranking entre estados. “Pernambuco está em penúltima colocação e, por conta disso, o superintendente quer rasgar a CLT e transferir todo o ônus para os trabalhadores”, diz o secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix.

Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, o posicionamento do Ministério Público é importante. “Mas é fundamental que cada bancário também tome posição e não aceite ser cúmplice de medidas deste tipo, que abrem um precedente perigoso para o ataque de nossos direitos. Já pensou se todo banco que quiser se posicionar melhor no mercado resolver rasgar a legislação?”, questiona.

Durante a audiência da quarta-feira, no Ministério Público, o Sindicato deixou claro que só negociaria a possibilidade de trabalho aos sábados se, de fato, fosse um motivo de força maior. “O que não aceitamos, de forma alguma, é flexibilizar nossos direitos por conta de metas cada vez mais abusivas”, diz Fabiano.

Nacional – As medidas arbitrárias do Banco do Brasil tem caráter nacional, agravadas em Pernambuco por conta do posicionamento do estado no ranking. Recentemente, o presidente do banco, Aldemir Bendine, convocou a cúpula da empresa para ordenar o cancelamento de férias, abonos, licença-prêmio e processos seletivos internos em andamento. O motivo: pressionar os funcionários a oferecerem crédito a qualquer custo para que o BB atinja a marca de R$ 1 trilhão em ativos até 31 de dezembro, meta definida arbitrariamente pela diretoria do banco.

Imediatamente, a ordem do presidente começou a ser replicada da pior forma possível nas unidades da federação. Parte dos gestores passou a hostilizar e ameaçar toda a equipe de funcionários, mandando os mesmos trabalharem em finais de semana de forma ilegal e ameaçando com a retirada das comissões.

Muitos gestores ainda pressionam os trabalhadores a realizar operações ilegais, mandando fazer crédito sem autorização dos clientes, prejudicando-os e colocando em risco a carreira dos trabalhadores. Além disso, criaram falsas centrais de crédito, esvaziando as agências de forma perigosa e irresponsável, pois ali existe a necessidade de um número mínimo de bancários para atender satisfatoriamente as demandas diárias de trabalho.

Fonte: Fabiana Coelho - Seec-PE
Criado por: Marcos Paulo e Postado em: 9/12/2011 18:48:59

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