quarta-feira, 31 de julho de 2013

Apesar do lucro de R$ 2,9 bi, Santander corta 2.290 empregos no 1º semestre


O balanço do 1º semestre de 2013 do Santander Brasil, que aponta um lucro gerencial de R$ 2,929 bilhões, comprova o que a Contraf-CUT, federações e sindicatos vêm denunciando desde o início do ano. Ao invés das demissões em massa praticadas em alguns dias em dezembro de 2012, quando cortou 975 postos de trabalho, o banco espanhol eliminou gradativamente centenas de empregos, totalizando 2.290 nos primeiros seis meses do ano.

Apenas no segundo trimestre, o banco extinguiu 1.782 vagas. Em relação ao seu quadro em junho de 2012, a redução foi de 3.216 funcionários. Além disso, a rede de atendimento encolheu com o fechamento de 12 agências, 19 PABs e 238 caixas eletrônicos.

Essa realidade levou o movimento sindical a realizar em 11 de abril um dia nacional de luta em protesto contra a falta de funcionários na rede de agências. No entanto, o banco seguiu demitindo e ainda entrou com ações judiciais contra várias entidades sindicais para tentar calar a voz dos trabalhadores.



Lucro

O lucro do primeiro semestre de R$ 2,929 bilhões representa uma queda de 9,8% em relação ao mesmo período de 2012 e de 7,2% no trimestre. 

Todo esse lucro bilionário permite o atendimento das reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2013, cuja pauta foi entregue nesta terça-feira (30) para a Fenaban, em São Paulo. Esse resultado é fruto do empenho e dedicação dos funcionários, que merecem respeito e valorização.



Maior participação no lucro mundial

Apesar da queda nos lucros, o Brasil ainda representa 25% do resultado global do banco espanhol. Em nenhum outro país, o Santander obteve lucro maior, superando, inclusive, o ganho apresentado pela Europa Continental, que respondeu por 24% do lucro no trimestre (ambos tiveram queda de 1 p.p. nessa participação no período de abril a junho). 

O lucro mundial da instituição totalizou 2,255 bilhões de euros em junho de 2013, o que significa 29% superior ao que foi apresentado no primeiro semestre de 2012, porém o resultado do trimestre (1,05 bilhão de euros) foi 12,8% inferior ao 1º trimestre de 2013. Ainda assim, esse ganho representa quase a totalidade do lucro do banco em 2012, que foi de 2,295 bilhões de euros.


Fonte: Contraf-CUT com Dieese

terça-feira, 30 de julho de 2013

Comando entrega reivindicações à Fenaban e inicia negociações dia 8

Bancários entregam pauta geral  à
 Fenaban e específicas ao BB e Caixa
 

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, entregou nesta terça-feira 30 à Fenaban, em São Paulo, a pauta de reivindicações da Campanha 2013, aprovada pela 15ª Conferência Nacional dos Bancários realizada de 19 a 21 de julho. A primeira rodada de negociações já está marcada para o dia 8 de agosto, sobre o bloco condições de trabalho, que envolve saúde do trabalhador, metas abusivas, assédio moral e segurança bancária. 

Na sequência da reunião com a Fenaban, o Comando Nacional também entregou nesta terça-feira as pautas de reivindicações específicas às direções do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. A primeira rodada de negociações com o BB foi marcada para 14 de agosto, também sobre o tema saúde e condições de trabalho. Com a Caixa, o calendário de negociações será definido nos próximos dias. 

'Sociedade está indignada com injustiças'

"A campanha nacional deste ano ocorre em um momento importante e rico de significados, em que a sociedade vem manifestando sua indignação com toda forma de injustiça, está indo às ruas e obtendo importantes conquistas", disse na abertura da reunião o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional, Carlos Cordeiro. A mesa da Fenaban foi coordenada pelo presidente Murilo Portugal. 


"A conjuntura também é favorável para a campanha dos bancários por conta dos balanços dos bancos, mostrando que a situação do sistema financeiro é muito sólida. Os resultados são invejáveis, com aumento dos lucros e rentabilidade na casa dos 18%, acima dos outros setores da economia e do sistema financeiro internacional", acrescentou Carlos Cordeiro. 

"Os bancos precisam dar a sua contribuição para transformar o Brasil num país menos injusto. É, portanto, um momento favorável para que ousemos e avancemos nas conquistas dos bancários, com o fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, aumento real de salário e valorização do piso e da PLR, melhores condições de trabalho e combate ao assédio moral e às metas abusivas", reivindicou o presidente da Contraf-CUT.

REIVINDICAÇÕES ESPECÍFICAS DOS FUNCIONÁRIOS DA CEF SERÃO ENTREGUES HOJE A DIREÇAO DA EMPRESA

Pauta de Reivindicações Específicas Caixa Federal
Saúde do trabalhador, condições de trabalho e Saúde Caixa
Fim do  assédio moral;

Medição e adequação obrigatória dos índices de ruído, luminosidade e temperatura no ambiente de trabalho, a cada seis meses;

Cobertura pelo Saúde Caixa de fisioterapia, RPG,
acupuntura e psicoterapia, sem limite de sessões e sem
exigência de autorização da auditoria ou da Gipes;

Eliminação da carência de 15 dias entre um atendimento
e outro quando se tratar de pronto-socorro, entre outras;

Adicional de periculosidade aos empregados que trabalhem
em locais considerados áreas de risco de assaltos e sequestros
Funcef e aposentados
Fim do voto de Minerva nas instancias da Funcef;

Reconhecimento, por parte da Caixa, do CTVA como
verba salarial para fins de aporte à Funcef, aos que permaneceram
no REG/Replan não saldado, bem como aos que saldaram;

Manutenção do Fundo para Revisão de Benefícios,
art. 115 do regulamento do REG/Replan saldado e
art. 91 do Novo Plano, como instrumento permanente
da política de aumentos reais para os benefícios;

Fim da discriminação e direito do pessoal do REG/Replan
migrar para o Plano de Cargos e Salários (PCS) 2008
e Plano de Funções Gratificadas (PFG) 2010;

Recuperação e utilização do superávit para melhorar
os benefícios REG/Replan a exemplo do saldamento
Segurança bancária, carreira e condições de funcionamento
das agências e representação dos trabalhadores
Fim do descomissionamento arbitrário;

Revogacão imediata das restrições impostas como pré-requisitos para a candidatura de empregados/as ao cargo de representante eleito pelos empregados/as no Conselho de Administração da Caixa, permitindo que qualquer empregado possa concorrer, independentemente de ter ou não ocupado função gratificada;

Elevação do valor da indenização por assalto/sinistro para o
equivalente a 100 salários mínimos calculados pelo Dieese;

Retomada da implantação do modelo “Agência Segura”;
- Abertura de agências somente com o total cumprimento
do plano de segurança homologado pela Polícia Federal;

Criação da função gratificada de assistente no atendimento social;

Valorização da função de avaliador de penhor
com revisão do piso de mercado;

Realização de atendimento expresso obrigatoriamente
por empregado com função de caixa;

Abertura de novas unidades somente com a estrutura
física, de segurança e ergonomia necessárias
ao atendimento adequado à população;

Aperfeiçoamento do modelo do PFG, incluindo progressão
horizontal em cada cargo/função, por tempo de exercício
Papel social, contratação, isonomia, Sipon e jornada de trabalho
Jornada de seis horas para todos;

Fim das horas extras sistemáticas;

Extinção do registro de horas negativas do Sipon e do
bloqueio de acesso motivado por falta de homologação
do gestor ou decorrente de hora extra não acordada;

Isonomia: extensão do ATS e licença-prêmio para
todos os empregados admitidos a partir de 1998;

Revisão da Estrutura Salarial Unificada (ESU) e do Plano de Cargos
e Salários da carreira administrativa, com valorização salarial;

Fim da responsabilizacão do empregado no caso
de irregularidades no registro do Sipon

REIVINDICAÇÕES ESPECÍFICAS DO BB SERÃO ENTREGUES HJ A DIREÇÃO DO BANCO.

Pauta de Reivindicações Específicas Banco do Brasil
Plano de Carreira
Valores maiores e prazos menores nas promoções por mérito e percentual de 6% nas promoções por tempo, aumentando a
amplitude de remuneração entre o piso e o último nível salarial;

Piso do Dieese;

PCR para os caixas desde o primeiro dia na função
Ascenção Profissional e Comissionamentos
VR para caixas;

Jornada de 6 horas sem a redução salarial;

Todos os comissionamentos através de provas e títulos;

Recomposição das verbas das funções que
foram reduzidas pelo Plano de Funções;

Garantia da aplicação de todos os reajustes sobre
todas as verbas salariais do Plano de Funções
Condições de Trabalho
Fim do monitoramento individual do GAT;

Mais contratações;

Cumprimento da NR-17 nas CABB;

Fim das metas intradia;

Fim dos rankings;

Fim da cobrança individual de metas;

Retirada das metas individuais da GDP;
Previdência
Previ e Cassi para todos;

Fim do voto de minerva;

Direito de aposentadoria antecipada para mulheres aos 45 anos;

Contribuição do BB à Previ sobre a PLR;

Volta da eleição do diretor de participações;

Redução da parcela Previ;

Direito de resgate de contribuições
patronais aos associados do Previ Futuro;

Aumento dos benefícios de risco;

Criação de teto remuneratório no benefício pago pela Previ;

Manutenção do pagamento do BET, suspensão das
contribuições e teto de benefícios para 100%
Saúde e Cassi
Previ e Cassi para todos;

Fortalecimento dos conselhos de usuários e Cipas;

Plano odontológico administrado pela Cassi com custeio pelo banco;

Ampliação das Clinicassi;

Promoção do Programa de Estratégia de Saúde do Trabalhador;

Redenciamentos de qualidade e ampliação
de unidades próprias e melhor aparelhadas;

Cumprimento de legislação trabalhista através
da ação conjunta de ESMT, Cipas e Sindicatos;

Defesa do modelo de prevenção da Equipe de Saúde
da Família; aumentar e melhorar os credenciamentos

Santander Brasil lucra R$ 2,9 bi no 1º semestre; 25% do resultado mundial


O Santander Brasil registrou lucro líquido de R$ 2,9 bilhões no primeiro semestre de 2013, o que significa uma redução de 9,8% em relação aos seis primeiros meses de 2012, mas representa 25% do lucro mundial do banco espanhol. No segundo trimestre deste ano, o resultado foi de R$ 1,4 bilhão, uma queda de 4,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior. 

De acordo com o banco, o trimestre foi marcado por dois aspectos-chave do seu negócio: o crédito, que voltou a crescer, e a inadimplência, que iniciou trajetória de queda.

Em 12 meses, a carteira do Santander teve expansão de 6%, para R$ 218,053 bilhões. Segundo dados do Banco Central, a carteira de crédito do sistema cresceu 16,4% no mesmo período. Ante o primeiro trimestre de 2013, houve alta de 3% da carteira do Santander Brasil. 



O banco fechou o trimestre com inadimplência acima de 90 dias em 5,2%, alta de 0,4 ponto percentual (p.p.) em 12 meses e queda de 0,6 p.p. em relação ao primeiro trimestre deste ano.

Com isso, as despesas com provisão para devedores duvidosos somaram R$ 3,2 bilhões, valor 15,9% menor do que no mesmo trimestre de 2012 e 5% menor na relação trimestral.

O banco trocou o comando no Brasil um dia antes da divulgação dos resultados do 1º trimestre, com a saída de Marcial Portela da presidência e entrada de Jesús Zabalza.

Lucro mundial

O Santander fechou o segundo trimestre com lucro líquido de 1,1 bilhão de euros, quase nove vezes acima o resultado obtido um ano antes, de 123 milhões de euros. No primeiro semestre de 2013, o ganho foi de 2,255 bilhões de euros, alta de 29%.

A necessidade de menor provisionamento e saneamento em comparação com 2012, quando foi limpa a carteira imobiliária na Espanha, influenciou no desempenho. Apesar disso, a taxa de inadimplência segue em alta, ficando em 5,18% no grupo e em 5,75% na Espanha após considerar como de difícil recebimento 2 bilhões de euros de financiamentos.

O executivo-chefe do Santander, Javier Marín, reiterou na apresentação dos resultados a analistas, que a entidade está em uma situação cômoda em relação a seus níveis de liquidez e solvência e que espera se sair bem nos testes de resistência e avaliação de ativos que se realizem. O banco não precisa de mais capital e mantém, por ora, sua política de dividendos.

Com relação ao lucro semestral, 56% do montante tem origem em economias emergentes e o restante, em economias maduras. Por país, a maior contribuição corresponde ao Brasil (25%), seguido por Reino Unido. Na terceira posição, aparecem México e Estados Unidos e na quarta, a Espanha. O lucro da instituição caiu na Espanha, no Brasil, no México, no Chile, nos Estados Unidos e no Reino Unido, mas teve aumento na Argentina, Uruguai, Porto Rico e Peru.

Análise do Dieese

Os técnicos do Dieese já estão analisando os dados do balanço do Santander. O resultado será divulgado pela Contraf-CUT até o final da tarde desta terça-feira, destacando números sobre a evolução do emprego, dentre outros.


Fonte: Contraf-CUT com UOL, Valor Econômico e Exame

Itaú ganha R$ 7,1 bi no 1º semestre; 2º maior lucro da história dos bancos


O Itaú Unibanco teve lucro líquido de R$ 7,055 bilhões no 1º semestre, uma alta de 4,83% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme balanço divulgado nesta terça-feira (30). 

Com isso, o maior banco privado do país registra o 2º maior lucro da história dos bancos brasileiros, só ficando atrás de outro recorde do próprio banco do ano de 2011.

Maiores lucros de bancos no 1º semestre

Itaú Unibanco - R$ 7,133 bilhões (2011) 
Itaú Unibanco - R$ 7,055 bilhões (2013) 
Itaú Unibanco - R$ 6,73 bilhões (2012) 
Itaú Unibanco - R$ 6,399 bilhões (2010) 
Banco do Brasil - R$ 6,262 bilhões (2011) 
Bradesco - R$ 5,868 bilhões (2013) 
Bradesco - R$ 5,626 bilhões (2012) 
Banco do Brasil - R$ 5,51 bilhões (2012) 
Bradesco - R$ 5,487 bilhões (2011) 
Banco do Brasil - R$ 5,076 bilhões (2010) 

Fonte: Economatica

Nos últimos quatro anos, o Itaú registrou os maiores lucros da história dos bancos brasileiros no 1º semestre.

No 2º trimestre, o Itaú teve lucro líquido de R$ 3,583, alta de 8,44% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado (quando ganhou R$ 3,304 bilhões). O resultado também é 3,2% maior do que os ganhos do 1º trimestre do ano (R$ 3,472 bilhões).

Em bases recorrentes, o lucro do maior banco privado do país foi de R$ 3,622 bilhões no período. No segundo trimestre de 2012, o banco teve lucro líquido recorrente de R$ 3,585 bilhões.

O patrimônio líquido do banco no segundo trimestre atingiu R$ 75,8 bilhões, crescimento de 1,8% em relação ao trimestre anterior.

Apesar de ter registrado o 2º maior lucro de sua história, o Itaú Unibanco reduziu a estimativa para crescimento da carteira de crédito no ano, passando de alta entre 11% e 14% para ganhos entre 8% e 11%.

O banco destacou o crescimento dos empréstimos consignados e dos financiamentos imobiliários, com altas de 13,5% e 8,7% no 2º trimestre, respectivamente.

Análise do Dieese

Os técnicos do Dieese já estão analisando os dados do balanço do Itaú. O resultado será divulgado pela Contraf-CUT até o final da tarde desta terça-feira, destacando números como emprego e provisões para devedores duvidosos, dentre outros.


Fonte: Contraf-CUT com UOL

TST condena Bradesco a indenizar bancário com LER em R$ 250 mil

O Bradesco não conseguiu convencer a Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de que é desproporcional o valor de R$ 250 mil para reparar os danos morais causados a um empregado que ficou incapacitado para o trabalho e foi aposentado por invalidez, em decorrência de uma lesão por esforço repetitivo (LER). 

O empregado exercia a função de caixa, onde registrava em média 250 a 300 autenticações diariamente. Segundo o laudo pericial, as moléstias adquiridas pelo empregado (síndrome do túnel do carpo, tendinite do supraespinhoso e tendinite dos flexores do punho) estão relacionadas diretamente com as atividades que desenvolvia. No entendimento do Regional, ficou devidamente demonstrado que os danos decorreram de culpa da empresa, que não proporcionou ambiente e condições de trabalho adequadas.


Em sua defesa, o banco alegou que sempre cuidou dos seus empregados, realizando exames periódicos e desenvolvendo programas de prevenção da LER, e pediu a redução do valor da indenização. No entanto, ao examinar o recurso na Terceira Turma, o relator, ministro Maurício Godinho Delgado, observou a "manifesta impertinência" da alegação, pelo banco, de violação do artigo 1.553 do Código Civil, que dispõe sobre a confirmação de casamento por menor, "matéria estranha à tratada nos presentes autos". 

O relator afirmou ainda que o apelo não conseguiu demonstrar nenhuma divergência jurisprudencial válida que autorizasse o conhecimento do recurso. Seu voto pelo não conhecimento do recurso foi seguido por unanimidade na Terceira Turma.


A empresa interpôs embargos declaratórios, que aguardam julgamento.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Em nota oficial, CUT repudia empresariado na negociação do PL 4330

A Central Única dos Trabalhadores repudia a falta de compromisso e seriedade dos empresários brasileiros com a construção de uma regulamentação da terceirização no Brasil.

O Projeto de Lei (PL 4330/2004), de autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB/GO), representa a ampliação da precarização das relações de trabalho com uma terceirização sem limites, rebaixando salários, condições precárias de saúde e segurança, com níveis elevados de rotatividade e insegurança.

Contra o PL 4330, mobilizamos os trabalhadores e conseguimos barrar a votação na CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) da Câmara Federal, conquistando uma Mesa Nacional Quadripartite para negociar uma alternativa que garantisse a preservação de direitos.

Desde o início das rodadas, o setor patronal demonstrou total falta de compromisso com a negociação na Mesa Nacional Quadripartite que, após oito rodadas de negociação, não avançou em nada!

No dia 17 de julho, fomos surpreendidos pela atitude do senador Armando Monteiro (PTB/PE), presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de 2002 a 2010, que apresentou na Comissão de Constituição e Justiça do Senado um substitutivo ao PLS 87/10, na mesma linha do PL 4330. 

Visando atender exclusivamente aos interesses do empresariado, o senador traiu o princípio da boa fé no processo de negociação estabelecido na Mesa, demonstrando total desrespeito às Centrais Sindicais e à democracia, que deve ter no diálogo e na participação da sociedade, o parâmetro para a elaboração de legislação que diga respeito à relação entre patrões e empregados.

A CUT e as demais centrais sindicais procuraram estabelecer um Acordo que permitisse maior segurança jurídica nas relações de trabalho, contra a precarização do trabalho e pela manutenção dos direitos dos trabalhadores. Entretanto, a intransigência patronal inviabiliza a continuidade de um diálogo construtivo.

Vamos aumentar a pressão pela derrubada do PL 4330, ocupar o Congresso e paralisar os locais de trabalho. No dia 6 de agosto os patrões vão ouvir nossa voz! Vamos todos nos manifestar em frente às federações patronais para pressionar por nossos direitos!

CONTRA A RETIRADA DE DIREITOS DOS TRABALHADORES!

São Paulo, 26 de julho de 2013.

CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES

Bancos privados fecham 5 mil postos de trabalho no primeiro semestre

Os bancos privados que operam no país fecharam quase cinco mil postos de trabalho no primeiro semestre de 2013, andando na contramão da economia brasileira, que gerou 826.168 novos empregos de janeiro a junho. Além disso, a rotatividade continua alta no sistema financeiro, mecanismo que os bancos usam para reduzir custos. 

Esses são os principais resultados da 18ª Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada nesta quinta-feira 25 pela Contraf-CUT, que faz o estudo em parceria com o Dieese com base nos dados dos Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho. 

Rotatividade reduz salário

A pesquisa Contraf-CUT/Dieese mostra que o salário médio dos admitidos pelos bancos no primeiro semestre foi de R$ 2.896,07, contra salário médio de R$ 4.523,65 dos afastados. Ou seja, os trabalhadores que entram no sistema financeiro recebem remuneração 36% inferior à dos que saem.

"Isso explica por que, embora com muita mobilização os bancários tenham conquistado 16,2% de aumento real no salário e 35,6% de ganho real no piso salarial desde 2004, a média salarial da categoria diminuiu neste período. Esse é o mais perverso mecanismo de concentração de renda, num país que faz um grande esforço para se tornar menos injusto", denuncia Carlos Cordeiro. 

Mulheres ganham menos na entrada e na saída

Apesar de constituírem hoje praticamente a metade da categoria bancária e de terem nível de escolaridade superior ao dos homens, a pesquisa Contraf-CUT/Dieese mostra que as mulheres continuam sendo discriminadas no sistema financeiro.

Quando são contratadas, as mulheres recebem salário médio de R$ 2.479,92, ou 25% a menos que os homens (R$ 3.290,43). E quando são desligadas, o salário médio das bancárias é 30% inferior ao dos bancários homens (R$ 3.713,43 contra R$ 5.314,74).

"A pesquisa mostra por que os bancários definiram a defesa do emprego como uma das principais bandeiras da campanha nacional deste ano. O setor que mais lucra na economia não pode continuar fechando postos de trabalho e concentrando renda da forma escancarada como faz hoje", afirma o presidente da Contraf-CUT.

Os 10% mais ricos no país, segundo estudo do Dieese com base no Censo de 2010, têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha durante 3,3 anos para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico. 

No sistema financeiro a concentração de renda é ainda maior. No Banco Itaú, por exemplo, os executivos da Diretoria recebem em média R$ 9,05 milhões por ano, o que representa 234,27 vezes o que ganha o bancário do piso. No Santander, os diretores embolsam R$ 5,6 milhões, o que significa 145,64 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que paga R$ 5 milhões anuais a seus executivos, a diferença é de 129,57 vezes.

Ou seja, para ganhar a remuneração mensal de um executivo, o Caixa do Itaú tem que trabalhar 16 anos e o caixa do Bradesco 9 anos.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Comando Nacional entrega pauta de reivindicações à Fenaban no dia 30

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, entrega na próxima terça-feira 30 de julho, às 11h, à Fenaban, em São Paulo, a pauta de reivindicações aprovada domingo pela 15ª Conferência Nacional dos Bancários, que tem como eixos centrais reajuste de 11,93% (inflação projetada do período mais aumento real de 5%), elevação do piso salarial ao valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 2.860,21), defesa do emprego, fim da terceirização e combate às metas abusivas e ao assédio moral.

"Os bancários não aguentam mais as demissões e as péssimas condições de trabalho. Este ano, a luta contra o assédio moral e as metas abusivas terá um peso maior. Não podemos admitir que nossa categoria continue adoecendo física e psicologicamente por causa dos bancos", alerta Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

"Os bancários estão mais mobilizados que na greve do ano passado, inclusive pelo momento em que estamos vivendo. Essa campanha não será apenas por questões corporativas. Vamos lutar contra o PL 4330 da terceirização e por toda a pauta colocada pelas centrais sindicais. Também batalharemos pelas reformas que o país precisa, sobretudo a política e a tributária. E, claro, vamos continuar lutando pela realização da Conferência Nacional do Sistema Financeiro, pois temos de discutir que bancos queremos para o país. Agora, vamos à luta, pois todas as nossas conquistas só vieram com mobilização", convoca Carlos Cordeiro.


FONTE CONTRAF/CUT

BB é intimado a explicar práticas antissindicais ao Ministério Público


O Sindicato dos Bancários de São Paulo foi recebido pelo procurador Luiz Carlos Michele Fabre para expor ao Ministério Público do Trabalho denúncias de práticas antissindicais promovidas pela direção do Banco do Brasil nas campanhas nacionais de 2010, 2011 e 2012 e outras mobilizações. 

A audiência, ocorrida na terça-feira 23, contou com a participação do diretor executivo do Sindicato Ernesto Izumi e de três bancários que sofreram constrangimentos da diretoria do banco. O MPT intimou a direção do banco a se esclarecer sobre o tema em 10 dias. 


A principal prática relatada pelos funcionários foi a de contingenciamento de funcionários em espaços improvisados durante o período de greve. Um funcionário do BB presente à audiência afirmou que em sua agência há um espaço subutilizado em períodos normais que serve como local de trabalho para bancários de outras unidades durante as greves. Outro funcionário afirmou que trabalhadores foram obrigados a dar expediente em um depósito do banco. 


"Também denunciamos na audiência as ameaças de gestores aos funcionários que querem participar das mobilizações, por meio de descomissionamento, prejuízo nos processos seletivos e outros tipos de retaliação. Essa pressão leva muitos colegas a se submeterem ao trabalho em locais inadequados e ficamos impedidos de convencê-los de participar das mobilizações. O resultado da campanha acaba sendo menor do que poderia e por isso o Sindicato fez a denúncia. Essa política de gestão é perversa.", afirma Ernesto. 

O dirigente lembra que, recentemente, o Sindicato protocolou denúncia ao PCN (Ponto de Contato Nacional) da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) sobre diversas práticas que prejudicam os funcionários do BB, entre elas o interdito proibitório para evitar manifestações. A organização acatou a denúncia. 


Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo

segunda-feira, 22 de julho de 2013

15ª Conferência dos Bancários aprova reivindicações da Campanha 2013

Participaram 629 delegados, sendo
422 homens e 207 mulheres
 
A 15ª Conferência Nacional dos Bancários aprovou na plenária final, realizada neste domingo 21 em São Paulo, a estratégia, o calendário e a pauta de reivindicações da Campanha 2013, que terá como eixos centrais reajuste de 11,93% (inflação projetada do período mais aumento real de 5%), valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Diesse (R$ 2.860,21), defesa do emprego, fim da terceirização e combate às metas abusivas e ao assédio moral. A pauta de reivindicações será entregue à Fenaban no dia 30 de julho.

Para o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, a Campanha Nacional deste ano será muito forte. "Os bancários estão mais mobilizados que na greve do ano passado, inclusive pelo momento em que estamos vivendo. Esta Campanha não será apenas por questões corporativas, vamos lutar contra o PL 4330 da terceirização e por toda a pauta colocada pelas centrais sindicais. Também batalharemos pelas reformas que o país precisa, sobretudo a política e a tributária.


Principais reivindicações

Reajuste salarial de 11,93%: 5% de aumento real, além da inflação projetada de 6,6%;

PLR: três salários mais R$ 5.553,15;

Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese);

Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional);

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários;

Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que libera geral e precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas;

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários;

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;

Prevenção contra assaltos e sequestros, com fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários;

Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes;



Calendário de luta

A 15ª Conferência aprovou ainda um calendário de luta que mescla o engajamento da categoria tanto na Campanha Nacional dos Bancários quanto na pauta de reivindicações da CUT e demais centrais sindicais. Confira:

Até 29/7 - Realização de assembléias para aprovar a pauta definida na 15ª Conferência.

30/7 - Entrega da pauta de reivindicações à Fenaban.

6/8 - Dia Nacional de Luta contra o PL 4330.

12 e 13/8 - Mobilizações em Brasília para convencer os parlamentares a rejeitarem o PL 4330.

22/8 - Dia Nacional de Luta dos Bancários, com passeatas no final do dia.

28/8 - Dia do Bancário, com atos de comemoração e de mobilização.

30/8 - Greve de 24 horas, em defesa da pauta geral dos trabalhadores apresentada ao governo e ao Congresso Nacional apresentada pela CUT e demais centrais sindicais.