quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Reestruturação global reduz lucro e tamanho do HSBC aqui

Lucro em queda, quantidade de agências e volume de ativos estacionados, cada vez menos funcionários. Esse é um quadro que intriga analistas, concorrentes, clientes e até colaboradores do HSBC Brasil. Afinal, o banco está no país desde 1996, quando comprou o falido Bamerindus; é um dos maiores do mundo, mas não incomoda os concorrentes por aqui. No primeiro semestre deste ano, os sinais ficaram mais preocupantes: a rentabilidade caiu de 13,7% para 9,5% e o lucro líquido ficou em R$ 454,6 milhões, 24% menor do que um ano antes, segundo balanço oficial publicado ontem.
No começo do mês, quando divulgou os resultados globais, o HSBC reportou um resultado ainda pior para o Brasil, que indicava queda de 70% no lucro - ao passo em que o lucro mundial crescia 22%. Considerando os critérios internacionais de contabilidade, a participação do Brasil nos negócios do HSBC caiu de 5,5% no primeiro semestre de 2012 para 1,3% no mesmo período deste ano.
O resultado semestral do HSBC caiu 24%
Os ativos totais do banco encerraram o semestre em R$ 144,5 bilhões, praticamente no mesmo nível de junho de 2011, quando o novo presidente mundial do conglomerado, Stuart Gulliver, assumiu prometendo mudanças - o que inclui a venda de negócios que não estejam dando retorno atraente (este seria, por exemplo o caso da financeira Losango no Brasil, segundo analistas). De lá para cá, o número de agências do HSBC Brasil continuou estável em 867, mas cerca de cinco mil funcionários foram demitidos - no final de junho, eram 19,9 mil.
O processo de encolhimento continua despertando muitas hipóteses a respeito do futuro do banco - e algumas parecem fazer sentido, embora o banco não confirme. Na semana passada, fontes que preferiram não se identificar disseram que o HSBC estaria saindo do varejo e focando em operações de atacado; que fecharia agências e demitiria ainda mais funcionários; e que mudaria a sede de Curitiba para São Paulo.
João Rached, diretor de relações institucionais do banco, negou os rumores, e disse que há uma constante preocupação com treinamento e qualificação de funcionários, e investimentos crescentes em tecnologia. “O Brasil segue a estratégia global, e nada mudou desde que Gulliver deu as novas orientações, há dois anos. Inclusive, elas foram reafirmadas em maio último”, disse. O texto que acompanha o balanço relativo a 2011 diz que o HSBC Brasil havia iniciado “um processo de ajustes de sua estrutura local, objetivando aumento de eficiência operacional, que ocasionou a revisão de suas equipes internas e a decisão de descontinuidade ou cancelamento de certos sistemas desenvolvidos internamente”.

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