segunda-feira, 11 de maio de 2015

Nada de crise no sistema financeiro, banco eleva juro e engorda lucro


À medida que a economia encolhe, a rentabilidade das instituições financeiras tende a aumentar, impulsionada pelos juros em alta, considerados abusivos pelos órgãos de defesa do consumidor.

Um dos principais motivos é a diferença entre o que é pago pelas aplicações financeiras e o que é cobrado para a concessão de crédito, o chamado spread bancário. Esse indicador saltou de 160,5% em dezembro de 2013para 171,6% em março de 2015, na média de todos os segmentos, segundo o Banco Central.



Os resultados são visíveis. De acordo com a Agência Folhapress, o Itaú, maior banco privado brasileiro, lucrou R$ 5,733 bilhões no primeiro trimestre deste ano - 26,8% mais do que no mesmo período de 2014. Bradesco e Santander tiveram ganhos de R$ 5,244 bilhões e de R$ 684 milhões, respectivamente, resultados 23,3% e 32% superiores aos registrados no mesmo período de 2014.

No Itaú, os empréstimos aos consumidores e empresas trouxeram um ganho de R$ 14,092 bilhões de janeiro a março - 27,8% mais do que no mesmo período de 2014. Esse crescimento é superior à expansão de 10,9% no volume de empréstimos, que somaram R$ 491,7 bilhões em março, o que indica que houve aumento nas margens de ganho.



Lógica perversa

O ex-economista chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) Roberto Troster explica que o país vive um ciclo negativo de retroalimentação no qual os altos juros influenciam a inadimplência e vice-versa.

"Existe uma dinâmica perversa que precisa ser quebrada. No caso dos bancos, se houvesse coibição dos abusos e menos tributação, mais pessoas poderiam utilizar o crédito bancário e o país cresceria mais", diz.

A gerente de pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Renata Pedro, ressalta que o mercado é livre e cada banco cobra o que bem entende. "Em países como Portugal, há leis que determinam que os juros não podem ser maiores do que 20,4% ao ano", aponta. 


fonte: contraf/cut

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