A Contraf-CUT critica a declaração do ex-jogador Pelé, que disse na segunda-feira (7) que sua maior preocupação quanto à Copa do Mundo de 2014 é com a situação dos aeroportos e que a morte de um operário no Itaquerão, em São Paulo, foi algo "normal" em uma obra de estádio, após ser questionado sobre o acidente que matou o trabalhador Fabio Hamilton Cruz, no fim do último mês de março.
"Isso é normal, pode acontecer, mas a minha maior preocupação é quanto à estrutura, os aeroportos, porque no Brasil sempre dá-se um jeitinho", disse Pelé em notícia publicada pelo portal do UOL, onde contou ter tido contato com os aeroportos brasileiros recentemente e classificou a situação como caótica.
"Essa visão do acidente do trabalho não é uma opinião isolada do Pelé, se bem que ele poderia ter ficado de boca fechada", afirma Walcir Previtale, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT.
Para o dirigente sindical, "culpar o trabalhador, naturalizar as ocorrências de acidente do trabalho como fatalidades, é uma política antiga e, infelizmente, ganhou enorme reforço com a construção acelerada dos estádios para a Copa".
Para o dirigente sindical, "culpar o trabalhador, naturalizar as ocorrências de acidente do trabalho como fatalidades, é uma política antiga e, infelizmente, ganhou enorme reforço com a construção acelerada dos estádios para a Copa".
O diretor da Contraf-CUT observa que Pelé mostrou a mesma postura condenável das empreiteiras, dos advogados das empreiteiras, do Ministério do Trabalho e Emprego, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, de alguns técnicos em segurança do trabalho, da imprensa e do presidente do Corinthians: foi o trabalhador o único culpado pelo acidente que por sua vez pode atrasar o cronograma das obras.
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