sexta-feira, 3 de maio de 2013

Itaú fecha 708 empregos no primeiro trimestre, chegando a 14 mil em dois anos

Foto: Reprodução
O Itaú apresentou lucro líquido recorrente de R$ 3,512 bilhões no primeiro trimestre, praticamente o mesmo (redução de 0,9%) em relação a igual período de 2012. Esse resultado representa uma rentabilidade anualizada de 19,1%, o dobro da rentabilidade média das instituições financeiras dos Estados Unidos e da Europa. Mesmo assim, o maior banco privado do país eliminou mais 708 postos de trabalho nos primeiros três do ano. Com isso, já são 14.407 empregos cortados pelo Itaú desde março de 2011. 

Segundo a empresa EFC Consultores, em reportagem publicada pelo jornal Brasil Econômico de 13 de março último, a rentabilidade média dos bancos norte-americanos e europeus varia entre 9% e 10%. Esses números coincidem com estudo realizado pela consultoria Economatica, segundo o qual as instituições financeiras dos Estados Unidos apresentaram um retorno sobre o patrimônio de 9,93% na média, em 2012. 

"A rentabilidade dos bancos que operam no Brasil também é de longe a maior de toda a economia. Não tem sentido, com esses resultados, o Itaú fechar postos de trabalho, em um momento em que o restante da economia está gerando empregos. A situação é mais dramática quando sabemos que o Itaú é o banco que produz a maior rotatividade do sistema financeiro. Essa política que concentra renda joga contra os interesses do país", critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

A economia brasileira gerou 1,3 milhões de novos empregos em 2012, segundo dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) do Ministério do Trabalho.


Cresce ganho com tarifas


O Itaú aumentou as receitas de prestação de serviço em 9,4% no primeiro trimestre, em contraste com crescimento de 16,95% nas rendas de tarifas bancárias. As despesas de pessoal, por sua vez, tiveram crescimento de 7,6%, atingindo R$ 3,65 bilhões. Esses resultados impactaram na elevação da cobertura dessas despesas, que passou de 147,5% para 152,9%. Isso significa que o banco paga todas as despesas de pessoal apenas com receitas de serviços e tarifas com um excedente equivalente a 52,9% da soma destas receitas.

O índice de inadimplência superior a 90 dias passou de 5,1% em março do ano passado para 4,5% agora (-0,1 p.p.). Com isso, as despesas de PDD tiveram redução de 18%, somando R$ 4,945 bilhões em março de 2013. 


Gastos com segurança


Em março de 2013, o banco gastou o equivalente a 3,73% do seu lucro líquido em despesas com segurança, num total de R$ 131 milhões. Em março de 2012, foram gastos R$ 133 milhões nessas despesas, o que representou 3,75% do lucro registrado naquele ano. 

Veja abaixo a comparação feita pelo Dieese entre os balanços do Itaú do primeiro trimestre de 2013 em relação ao mesmo período do ano passado.


01T2013
01T2012
Variação %
Ativos totais
1.028.706.873,00
896.841.831,00
14,70
Operações de crédito
371.348.016,00
347.368.798,00
6,90
Pessoa Juridica
207.003.504,00
191.107.952,00
8,32
Pessoa Física
164.344.512,00
156.260.846,00
5,17
Crédito Rural
 -
 -
 -
Patrimônio Líquido
74.415.957,00
72.484.251,00
2,67
Rentabilidade (LL/PL)
19,1
20,0
 - 0,9 p.p.
Lucro Líquido Recorrente
3.512.053,00
3.543.607,00
-0,89
Receita de Prestação Serviços
3.928.625,00
3.591.000,00
9,40
Rendas de Tarifas Bancárias
1.651.846,00
1.412.384,00
16,95
Despesa de Pessoal
3.649.699,00
3.391.882,00
7,60
Cobertura das Despesas Pessoal / Receita de Prestação Serviços
152,90%
147,51%
5,39 p.p.
Número de Empregados
89.615
96.294
-6,94
Despesas com PDD
4.945.194,00
6.031.366,00

Inadimplência
4,5%
5,1%
 -0,6 p.p.
Despesas com segurança
130.935,00
132.773,00
 -1,38


Fonte: Contraf-CUT

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