quinta-feira, 17 de julho de 2014

Para Contraf-CUT, manutenção da Selic em 11% favorece juros altos dos bancos

Carlos Cordeiro, Presidente
 da CONTRAF/CUT



A Contraf-CUT criticou a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 11 % ao ano, pela segunda vez consecutiva, anunciada durante a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorrida nesta quarta-feira (16), em Brasília. 


"Os únicos beneficiados são os bancos, os rentistas e grandes especuladores financeiros, que continuarão lucrando muito, tirando recursos públicos que deveriam ser direcionados para o crescimento da economia com distribuição de renda", afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.



Para ele, "o Copom deixou escapar uma nova oportunidade para baixar a Selic e forçar uma queda dos juros e dos spreads dos bancos, a fim de baratear o crédito para a produção e para o consumo, incentivando o emprego e a distribuição de renda".



A manutenção da Selic em 11% favorece a cobrança de altas taxas de juros pelos bancos nas operações de crédito para pessoas físicas e jurídicas. Segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), desde abril de 2013, quando a Selic saiu de 7,25% ao ano, a taxa de juros dos bancos subiu 15,27% no período. 

Os juros do cartão de crédito, por exemplo, passaram em média de quase 193% ao ano para 238,67% ao ano, uma alta de 23,7%.

O presidente da Contraf-CUT avalia que o custo social e econômico da utilização da Selic no controle da inflação tem se revelado muito elevado para o país. "É urgente acionar outras políticas voltadas para este fim, cujos efeitos sejam menos danosos para a sociedade. É necessário buscar outras variáveis, que possibilitem a geração de empregos e o aumento da remuneração média dos trabalhadores", enfatiza Cordeiro.

"Essa política de juros altos só tem contribuído para turbinar o lucro dos bancos e a concentração da renda. Para que haja um crescimento sustentável é necessário que tenha desenvolvimento com geração de empregos e distribuição de renda", conclui o dirigente da Contraf-CUT. 

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