sábado, 2 de julho de 2011

Fórum de diversidade dos bancos

A Febraban realizou no último dia 27 o I Fórum de Diversidade do Setor Bancário e aproveitou o evento para lançar o livro “Bancos Diversos para um Brasil Diverso”. Foi apresentado o projeto de inclusão e capacitação de pessoas com deficiência e destacadas as ações para inclusão de afrodescendentes, inclusive a contratação de alunos cotistas das universidades públicas, e o convênio com o MEC para aumentar a reserva de vagas para alunos egressos do ProUni nos programas de estágio.

Mas a questão da diversidade sexual não teve destaque. Na matéria sobre o evento publicada no site da federação patronal, só no penúltimo parágrafo a questão é citada, mesmo assim no relato de uma palestrante convidada, que citou a empresa onde trabalha, uma indústria química. Foi citada pela Febraban a iniciativa da Caixa, que abre espaço para a discussão sobre homoafetividade feminina no Dia da Visibilidade Lésbica, comemorado em 29 de agosto. “O que mais me chamou a atenção no fórum que os palestrantes em nenhum momento abordou a questão LGBT. Cheguei a conclusão que banqueiros de bancos privados não querem discutir a questão”, avalia Iraciny da Veiga, representante da Federação na mesa de Igualdade de Oportunidades.

Os representantes da Febraban também não mencionaram que toda a movimentação em torno do tema da diversidade foi motivado por intervenção da Procuradoria Geral do Trabalho que, em 2005, fez uma pesquisa com os então maiores bancos privados do país e constatou a desigualdade de gênero e raça. O estudo revelou que somente os homens brancos têm boas oportunidades nas empresas do setor. As mulheres – mesmo sendo mais da metade da categoria – ainda ganham menos e têm ascenção mais lenta e limitada. Os afrodescendentes ainda são minoria nos bancos, sendo que as mulheres negras são as que têm os menores salários.

A apresentação destacou as iniciativas do setor financeiro em prol da diversidade, mas sequer citou a ampliação da licença maternidade e a inclusão de companheiro homossexual nos planos de saúde. Estes direitos estão garantidos em Convenção Coletiva Nacional e foram incluídos por pressão da categoria e dos sindicalistas. “O tempo para o movimento sindical se manifestar foi muito curto, afinal o fórum era dos banqueiros. Mas não vamos desistir. A mesa de Igualdade de Oportunidades entre a CONTRAF-CUT e a federação dos banqueiros terá reunião no próximo dia 08 e voltaremos a tratar de todas estas questões”, anuncia Iraciny.

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